(Este artigo critica a importação de jogadores veteranos que já deram o que tinham que dar na Europa e agora vêm enganar no Brasil, ganhando salários acima da realidade sem emocionar o torcedor.
Publicado em O Estado do Maranhão em 31/01/2011)
Muito craque do passado que morreu para o futebol está reencarnando no Brasil, obra e fruto de marqueteiros e de dirigentes espertos que promovem uma espécie de circo para aumentar o público pagante.
O ciclo da grande maioria daqueles que encantaram a Europa já chegou ao fim, e os técnicos dos clubes do Velho Continente, que não possuem nenhum vínculo emocional com qualquer ex-número um do mundo, simplesmente os colocam pra esquentar o banco dos reservas.
Alguém descobriu o filão de ouro ao importar Ronaldo, gordo, fora de forma e encostado no Milan. Ronaldo continua gordo e fora de forma e, futebolisticamente falando deu certo só por três ou quatro meses, mas continua rendendo muita grana para o clube.
A festa, na verdade, já havia começado há algum tempo, é claro que sem a mesma pompa que cercou a vinda do Fenômeno.
Devagar, a troupe dos que perderam a titularidade na Europa foi chegando, já chegou e ainda está chegando.
Alguns chegaram e já desistiram – Roque Júnior, Edmilson, Juninho Paulista, Denílson. Outros, como Kléberson, Felipe e Beletti, devem desistir ainda este ano, se as coisas continuarem mal como estão.
Outros, como Roberto Carlo, Ricardinho e Junior, ainda estão na ativa, jogando pro gasto. Pelas entrevistas concedidas – que não são poucas – o lateral dá mostras que não vai muito longe, e Ricardinho é o único que, de certa forma, mantém o padrão. .
Não custa acreditar que, apesar do ocaso em que atualmente se encontram, Dida, Emerson e Gilberto Silva podem ainda fazer parte de alguma mirabolante contratação só pra mostrar que o cisne não morreu.
Entre os novos ressuscitados, estão de volta primeiro Ronaldinho Gaúcho, e agora Rivaldo, enfrentando o desafio de provar que não basta trazer patrocinadores para o clube se não acontecerem boas atuações.
Os brasileiros não são mais os reis da Europa como o foram há dez anos atrás, desde Élber, Donato, Jardel e Anderson até Romário, com um reinado que durou um bom tempo
Mas as vacas já não estão mais gordas.
De todos os jogadores de peso que ainda jogam por lá, existe algum destaque para Daniel Alves – por enquanto absoluto na seleção canarinho, mas mero coadjuvante no Barcelona – e algum destaque para o goleiro Julio Cesar e o lateral Maicon.
Kaká e Lúcio vão ter que reinventar a roda pra provar que ainda estão vivos, e do jeito que as coisas vão, são sérios candidatos para envergar em pouco tempo a camisa de algum clube grande do Brasil.
Enquanto os velhinhos começam a passar vexame e a ouvir vaias nunca antes imaginadas, os jovens continuam brotando das divisões como feijão numa horta adubada.
Imaturos, precipitados, deslumbrados, mas ariscos e donos de um futebol rápido e descontraído, os jovens estão trazendo mais alegria aos estádios do que os lentos e atrapalhados craques do passado.
Não é à toa que o técnico da seleção principal Mano Menezes os está observando com tanto interesse.
Ele sabe que em 2014 os veteranos, hoje já gordos e pesados, estarão bem pra lá de Bagdá.
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