sexta-feira, 24 de maio de 2019






THE GRAMMAR BIBLE

ENGLISH IN DROPS
      Copyright Michael Strumpf & Auriel Douglas)

  (VER A TRADUÇÃO DEPOIS DO TEXTO EM INGLÊS)


AN ARTICLE QUESTION  

Question: One perturbed caller commented, “If a lecturer doesn’t know the right word, how should we know it? As a highly educated person, shouldn’t he know the grammar? I heard him say ‘an historic event’ at a presentation.”

Answer: The caller should have kept his pants on. The lecturer could have been correct. “Historic” is a word with two pronunciations. In certain regional dialects, the “h” can be silent, so that the word is pronounced “istoric” or the “h” can be vocalized in standard pronunciation, so that the word begins with a strong, breathy /h/ sound, “historic”. In the former case, the word begins with a vowel sound, so the article needed is “an”. In the latter case, the word begins with a consonant sound, so the article needed is “a”. I’m guessing that the lecturer chose the former option and used the correct article.   


(Folks, the “a-an” distinction exists only to make our lives easier, not to confuse us. Try saying “a inner tube” out loud. It’s awkward. Now use the correct article, “an”. The words flow smoothly. We use the article that allows us to speak in an easier manner. The lecturer selected the option that worked the best for him.)





INGLÊS EM GOTAS
(Direitos reservados a Michael Strumpf & Auriel Douglas)


UMA QUESTÃO DE ARTIGO

Pergunta: Uma pessoa telefonou, intrigada: “Se um palestrante não conhece a palavra correta, como nós podemos conhecê-la? Sendo uma pessoa altamente culta, ele não deveria saber gramática? Eu o ouvi dizer ‘an historic event’ (“um evento histórico”, soando como “anistoric event”) durante uma apresentação.

Resposta: O reclamante não deveria ficar tão revoltado, pois o palestrante pode estar correto. “Historic” é uma palavra que pode ser pronunciada de duas formas. Dependendo do dialeto, em algumas regiões o “h” pode ser mudo, de modo que a palavra é pronunciada “istoric”, ou o “h” pode ser vocalizado como em “house”, com a palavra começando com um som /h/ forte e aspirado, historic”.  
No primeiro caso, a palavra começa com um som vogal, então o artigo deve ser “an” (como em “an apple” ou “an apartment”). No segundo caso, a palavra começa com um som consoante, então o artigo usado é “a” (como em “a pineaple” ou “a building”).

(É interessante notar que a distinção entre “a” e “an” não existe para nos confundir, e sim para facilitar a nossa vida. Tente falar em voz alta “a inner tube” e notará que irá soar esquisito. Agora, use o artigo correto “an” – fale “an inner tube” em voz alta – e verá que as palavras fluem mais naturalmente. Nós usamos o artigo que nos permita falar da maneira mais fácil.
O palestrante utilizou a opção que soou melhor para o seu ouvido).  






SINOPSE DO PROGRAMA SEXTA JAZZ DE 01/06/2018
RÁDIO UNIVERSIDADE FM - 106,9 Mhz
São Luís-MA

JOE SULLIVAN - WHISKEY JACK WALTZ

Por ser um gênero musical onde a sensibilidade e a criatividade estão sempre presentes, o jazz está constantemente se renovando, adquirindo novas características e com isso sempre fazendo surgir novos talentos. Mas, ao contrário do que muita gente imagina, para exercer a contemporaneidade o jazz não precisa ser necessariamente modificado até às últimas consequências. Um bom exemplo dessa afirmação é o esplêndido hard-bop modelo século XXI apresentado pelo trompetista, compositor e arranjador canadense Joe Sullivan e seu grupo. O quinteto esbanja categoria e bom gosto nesta gravação feita em 2013 com todas as músicas sendo compostas per Sullivan, que é também o produtor do álbum. O disco mostra que a concepção de jazz feita a partir dos tradicionais instrumentos acústicos continua em alta, propiciando solos muito inspirados e uma perfeita interação entre os elementos do grupo.  
   
Sexta Jazz, nesta sexta, oito da noite, produção e apresentação de Augusto Pellegrini
                                                                                                                                    




quinta-feira, 23 de maio de 2019






FLORES E VELAS
(Excerto)

Gente falando baixo, tom cerimonioso (para completar o ambiente, só faltam os acordes pesados de um órgão e mãos estendidas para um altar imaginário).
Pessoas se entreolham com os rostos lívidos e embaciados, os gestos são lentos e pausados (a luz é amarela e mortiça e um cheiro forte de flores e velas se impõe no ar).
No centro do cenário, mesmo em seu vestido branco de morta, a sereia da floresta esboça um sorriso de ironia e angústia, num ricto que enlouquece o seu rosto de pedra e o meu rosto de pedra (os olhos vertendo como fonte).
Flores e velas.
E a morta sorrindo a vida perdida no lago, o último passeio de barco, olhando para o céu, as mãos em forma de prece que ela jamais rezou e a aragem bafejando o seu rosto, o nosso rosto.
E, de repente, o movimento brusco e a tragédia.
Parece que um enorme leviatã vai surgir da águas, pois o lago se transforma em um oceano e o barco salta sobre as ondas, o sol se esconde, os ventos uivam e as gotas de água cintilam como pedras preciosas. Tudo acontece rapidamente, logo somos tragados pelo movimento contínuo da sinfonia das águas, e somos separados bruscamente, as mãos não mais entrelaçadas.
Flores e velas.
Não foi possível fazer nada, o barco soçobrou e o lago tragou as nossas mocidades. Eu ressuscitei.
Não foi possível fazer nada, você me olha como se entendesse, mas você não entende.
Não foi possível fazer nada, vocês me olham com olhares duros como se eu fosse culpado.
Não foi possível fazer nada, e esta vela vai queimando o meu espírito, deixando no ar uma fumaça mal cheirosa.
A tampa do ataúde se fecha como meus olhos naquela primeira tarde no parque. Mãos profanas seguram as alças, e o ataúde dança uma dança macabra a cada passo dos carregadores, começando enfim aquela procissão sem volta.
Não foi possível fazer nada, e o caixão dança sinistramente a caminho do seu endereço final.
Terra vermelha caindo em flocos como uma neve de sangue cobrindo o pálido invólucro, o misterioso sarcófago.
Cada golpe de pá soa forte em meus ouvidos.
Nada... nada... nada...
Nada. Agora só grades, ciprestes e túmulos.



terça-feira, 21 de maio de 2019






NOVOCABULÁRIO INGLÊS
(Copyright MacMillan)

(ver tradução após o texto)

SLOW FOOD

Burgers, pizzas, and fried chicken, prepared fast and eaten fast. In an age where fast food seems to make the world go round, there’s a quiet revolution with a snail as its emblem. Followers of the SLOW FOOD movement, the SLOW FOODIES, take as much time as possible over their food. They cook locally-grown food by slow, traditional methods, promote food and agricultural biodiversity and eat as slowly as necessary for maximum enjoyment.      
“A noticeable SLOW FOOD movement has emerged over the last few years. Popping several ingredients into a pot and leaving it to cook for a few hours is one of the simplest ways for busy people to prepare food.” (The Observer, 27th  March, 2005)
  

                                                         TRADUÇÃO

COMIDA LENTA

Hamburgers, pizzas e frango frito, preparados e comidos rapidamente. Numa época onde a “fast food” parece ditar as regras do mundo, existe uma revolução silenciosa que utiliza um caracol como emblema. Seus seguidores – os VAGAROSOS – pertencem ao movimento SLOW FOOD (COMIDA LENTA) e gastam o maior tempo possível com o processo de alimentação. Eles cozinham alimentos produzidos por eles mesmos utilizando métodos lentos e tradicionais, promovem a biodiversidade agricultural e comem tão vagarosamente quanto possível para obter o máximo de satisfação.
   
 “Um movimento bastante relevante chamado SLOW FOOD (COMIDA LENTA) surgiu nos últimos anos. Colocar diversos ingredientes num caldeirão e deixá-los cozinhar por algumas horas é uma das maneiras mais simples de essa gente preparar a sua comida”. (Publicado no The Observer em 27 de março de 2005)

segunda-feira, 20 de maio de 2019







NOSSO DESTINO
(Augusto Pellegrini)

Nosso destino é com certeza a grande herança
De tudo aquilo que já foi um dia plantado
Mas não se deve ter a menor esperança
De colher certo aquilo que plantou errado

Nosso destino é também um grande pé
De um gigante invisível e distraído
Caminhando ao nosso lado e pisando ao léu
Sem ter noção de o que está destruindo

Nosso destino é a paga de uma dívida
Que foi crescendo ao nos mantermos vivos
E quem não conseguiu seguir o seu caminho
Quitou seu débito, teve o seu recibo

Nosso destino enfim é o resultado
De toda uma série de ações tomadas
Quem planta ventos colhe tempestades
Como foi dito em épocas passadas

Não sei o que será de mim ao fim do dia
Mas sei perfeitamente e mui bem calculado
O que será de mim daqui a dez mil dias
Poeira morta do que foi passado

Maio, 2019

domingo, 19 de maio de 2019





A CHUVA E O TEMPO
(Excerto)

Seguro minha taça de vinho e encosto o nariz no vidro da janela.
Lá fora a chuva cai, grossa e incessante, e o tempo é feio e frio. As gotas se transmudam em filetes, escorregando sobre os objetos na rua e nas vidraças dos ônibus, onde formam arabescos confusos. Dentro dos ônibus, gente suando como vacas parindo.
A proximidade do meu bafo embaça a taça e embaça a vidraça. Com a ponta do dedo risco no vidro uma linha sinuosa que liga nada com nada.
A água desce ordenadamente pelo meio-fio sem provocar a pororoca dos bueiros. Os carros passam e borrifam cortinas cristalinas nas pernas dos poucos passantes.
Parece que vejo um Gene Kelly saracoteando no poste, agora que o temporal se torna mais intenso. Um novo gole do meu Shiraz aquece minhas entranhas e ameniza o frio temperado do vidro temperado.
O nariz segue encostado na vidraça e eu contemplo a chuva e me congratulo com ela, que me obrigou a ficar em casa, evitando assim aquele compromisso desagradável e inoportuno com o marido da síndica.
Pela janela, vejo figuras se movendo na paisagem cinzenta como uma animação de garatujas traçadas por uma mente febril. Surge o velho de andar alquebrado no seu traçado quebrado, e a seu lado um menino que se diverte em saltar sobre as poças. Lá vem um casal rindo feliz como se fosse uma fimbria de sol a se intrometer na sombria tormenta.
O riso do casal contagia o cenário. O menino ri, o velho também ri e até eu, que me sentia cabuloso com a má aparência do dia, rio um rio de alegria.
Ergo a taça e faço um brinde para mim mesmo.
Amanhã, cessando o mau tempo, vou voltar ao mesmo jardim e ao mesmo lago para procurar pela mesma deusa que me enfeitiçou, pelas mesmas sensações, pela mesma angústia. Vou questionar seus segredos, vou invadi-la sem medo, vou gargalhar para Pan.
Vou tomá-la pelas mãos, e então – quem sabe? – devassar todos os seus segredos.
Tomo o supremo gole e respiro contra o vidro embaçado onde as figuras se deformam como os fantasmas que povoam a minha mente e agora também a minha retina, numa dança de movimentos macabros.