AINDA SOBRE O FAIR PLAY
Este parece um assunto que não tem fim, assim como não tem fim a capacidade do ser humano em manipular situações para levar vantagens.
As modalidades esportivas foram criadas para equilibrar a saúde, melhorar a aptidão física e proporcionar entretenimento, e as práticas coletivas acabaram motivando também a competitividade.
Foi aí então que a busca da harmonia corporal começou a sofrer as influências dos Jogos Romanos, onde se misturava religião com recreação, arte e muita pancada.
O futebol moderno nasceu de uma discordância sobre o que deveria ser tolerado no rugby na Inglaterra do fim do século 19, já que o esporte permitia ponta-pés, agarrões e rasteiras, o que o tornava muito violento. Foi quando surgiu o futebol, que restringia as jogadas mais ríspidase truculentas, enquanto o rugby prosseguiu com as suas regras, hoje mais civilizadas, mas ainda admitindo um contato físico acima do razoável.
As regras do futebol dá ao árbitro e aos jogadores uma noção de respeito à integridade física dos participantes, e o árbitro dá a cada lance a sua visão interpretativa mandando prosseguir a jogada ou a interrompendo com a marcação de faltas e a aplicação de outras sanções.
A forma de disputa pela bola, que mescla técnica e aplicação tática com disposição física, traz normalmente problemas de contusões, muitas vezes não intencionais.
Este quadro levou o esporte a se utilizar de uma outra regra, consensual mas não escrita, que prega que quando um jogador se machuca por causa do lance disputado, o adversário abre mão de continuar jogando e geralmente coloca a bola para fora para que o atleta machucado seja atendido.
A isso se deu o nome de "fair play" - "jogo leal" numa tradução literal.
Infelizmente a mentalidade atual, mercantilista e personalista, faz de cada jogo uma verdadeira guerra onde é preciso vencer a qualquer custo, sob a pena de - no acúmulo de derrotas - rolarem cabeças de técnicos, jogadores serem dispensados e diretorias terem que tomar providências no sentido de acalmar a turba insana na qual se transforma a massa de torcedores.
Estes ingredientes, acrescidos da natural falta de caráter do ser humano, levou à degradação do "fair play", pois durante a disputa muitos jogadores usam da sua conveniência para dele se beneficiar.
Assim, sem motivo aparente que não seja o de ganhar tempo e "esfriar" o jogo, os jogadores desabam no gramado, e mesmo quando o adversário não concorda em usar do "fair play" para o atendimento do atleta, o próprio árbitro paralisa a jogada para que o atleta seja atendido.
Então, o milagre se opera: o mesmo jogador que rolava no gramado denunciando dores atrozes e foi colocado numa maca para ser atendido fora do campo, tão logo sai do campo de jogo se levanta lépido e ágil pedindo autorização para retornar. Aleluia!
E o árbitro, esse banana, ao invés de lhe pespegar um cartão amarelo (ou vermelho, se for o caso), simplesmente se torna cúmplice da pantomima e manda seguir o jogo.
E coitado do jogador que vê um adversário caído e fingindo contusão e não coloca a bola para fira a fim de propiciar o "atendimento" do artista. Esse sim é passível de levar um cartão amarelo na cara além de sofrer acusações e ameaças por parte dos adversários, numa absoluta inversão de valores.
O mesmo raciocínio com respeito à falta de respeito pelo adversário, pelo público e pelo esporte se dá quando o jogador retarda que a bola seja colocada em jogo com a absoluta complacência dos árbitros que muitas vezes sequer adicionam ao final da partida o tempo perdido com a malandragem havida.
As modalidades esportivas foram criadas para equilibrar a saúde, melhorar a aptidão física e proporcionar entretenimento, e as práticas coletivas acabaram motivando também a competitividade.
Foi aí então que a busca da harmonia corporal começou a sofrer as influências dos Jogos Romanos, onde se misturava religião com recreação, arte e muita pancada.
O futebol moderno nasceu de uma discordância sobre o que deveria ser tolerado no rugby na Inglaterra do fim do século 19, já que o esporte permitia ponta-pés, agarrões e rasteiras, o que o tornava muito violento. Foi quando surgiu o futebol, que restringia as jogadas mais ríspidase truculentas, enquanto o rugby prosseguiu com as suas regras, hoje mais civilizadas, mas ainda admitindo um contato físico acima do razoável.
As regras do futebol dá ao árbitro e aos jogadores uma noção de respeito à integridade física dos participantes, e o árbitro dá a cada lance a sua visão interpretativa mandando prosseguir a jogada ou a interrompendo com a marcação de faltas e a aplicação de outras sanções.
A forma de disputa pela bola, que mescla técnica e aplicação tática com disposição física, traz normalmente problemas de contusões, muitas vezes não intencionais.
Este quadro levou o esporte a se utilizar de uma outra regra, consensual mas não escrita, que prega que quando um jogador se machuca por causa do lance disputado, o adversário abre mão de continuar jogando e geralmente coloca a bola para fora para que o atleta machucado seja atendido.
A isso se deu o nome de "fair play" - "jogo leal" numa tradução literal.
Infelizmente a mentalidade atual, mercantilista e personalista, faz de cada jogo uma verdadeira guerra onde é preciso vencer a qualquer custo, sob a pena de - no acúmulo de derrotas - rolarem cabeças de técnicos, jogadores serem dispensados e diretorias terem que tomar providências no sentido de acalmar a turba insana na qual se transforma a massa de torcedores.
Estes ingredientes, acrescidos da natural falta de caráter do ser humano, levou à degradação do "fair play", pois durante a disputa muitos jogadores usam da sua conveniência para dele se beneficiar.
Assim, sem motivo aparente que não seja o de ganhar tempo e "esfriar" o jogo, os jogadores desabam no gramado, e mesmo quando o adversário não concorda em usar do "fair play" para o atendimento do atleta, o próprio árbitro paralisa a jogada para que o atleta seja atendido.
Então, o milagre se opera: o mesmo jogador que rolava no gramado denunciando dores atrozes e foi colocado numa maca para ser atendido fora do campo, tão logo sai do campo de jogo se levanta lépido e ágil pedindo autorização para retornar. Aleluia!
E o árbitro, esse banana, ao invés de lhe pespegar um cartão amarelo (ou vermelho, se for o caso), simplesmente se torna cúmplice da pantomima e manda seguir o jogo.
E coitado do jogador que vê um adversário caído e fingindo contusão e não coloca a bola para fira a fim de propiciar o "atendimento" do artista. Esse sim é passível de levar um cartão amarelo na cara além de sofrer acusações e ameaças por parte dos adversários, numa absoluta inversão de valores.
O mesmo raciocínio com respeito à falta de respeito pelo adversário, pelo público e pelo esporte se dá quando o jogador retarda que a bola seja colocada em jogo com a absoluta complacência dos árbitros que muitas vezes sequer adicionam ao final da partida o tempo perdido com a malandragem havida.