sexta-feira, 17 de janeiro de 2020








SINOPSE DO PROGRAMA SEXTA JAZZ DE 12/01/2018
RÁDIO UNIVERSIDADE FM - 106.9 Mhz
Dão Luís - MA

1930'S JAZZ BIG BANDS

Nos primeiros anos do século 20 o jazz sofreu a sua primeira grande ruptura, quando o estilo tradicional de Nova Orleans, influenciado pelas danças de salão europeias que tocavam em Nova York e Chicago, deu início ao que se chamaria mais tarde de swing das big bands. Os registros daquela época são bastante precários, mas o Sexta Jazz decidiu resgatar algumas das orquestras que foram o berço do jazz que viria a seguir, e apresenta algumas gravações antológicas dos anos 1930. Os ouvintes hão de perdoar a qualidade do som em virtude da tecnologia de gravação daquele tempo que era feita em discos de cera sem qualquer mixagem. Por outro lado, os ouvintes lado irão conhecer peças antológicas que fazem parte da música universal e que poucas vezes foram mostradas em emissoras de rádio, pelo menos neste século. As raridades incluem Benny Goodman, Count Basie, Duke Ellington, Jimmie Lunceford, Earl Hines, Ben Pollack, Red Norvo, Erskine Hawkins, Teddy Hill, Chick Webb, Fletcher Henderson, Cab Calloway e outros.

Sexta Jazz, nesta sexta, oito da noite, produção e apresentação de Augusto Pellegrini
                                                                                                                                    

segunda-feira, 13 de janeiro de 2020






TEMPEROS À ITALIANA  
(Segundo Excerto)

Na costumeira caminhada dominical em direção ao restaurante, atravessei ruas e dobrei esquinas, o apetite crescendo voraz e a boca salivando pelos pensamentos pecaminosos da gula.
A avenida central mantinha a antiga pose de capital europeia com seus postes forjados em colunatas de ferro ornadas no mais puro estilo parisiense, muito embora tivessem vindo de Londres como atestam as plaquetas afixadas na sua base. A avenida também expunha fileiras de jardineiras de concreto trabalhado de onde brotavam flores silvestres para dar vida aos edifícios sóbrios que compunham a paisagem, além da banca de revistas com seus escândalos expostos e o vendedor da loteria oferecendo a sorte grande em forma de bilhetes.
Parei para conversar com o bilheteiro – “tive um sonho estranho onde um gato pardo corria atrás de um padre de batina preta que pedalava uma patinete”, ao que o bilheteiro, depois de analisar minhas palavras como um psicanalista diante de um divã, respondeu sabiamente que “gato que corre atrás de padre dá cachorro”.
Embora duvidasse da sua interpretação, lembrei-me de uma frase alentadora que fazia parte do repertório do meu avô italiano – “jogar é a única forma de ganhar no jogo”. Tendo por fundamento tal filosofia, adquiri logo as vinte frações do cachorro.
Ipso facto, latu sensu, dobrei e embolsei o amuleto da sorte pensando distraidamente em quantas toneladas de “tagliarini ala puttanesca” seria possível deglutir – regado a um Lambrusco Rosso – caso fosse premiado com tantos zeros à direita da unidade do Tesouro Nacional. Matematicamente havia – dizem – a probabilidade de uma em cem mil, e esta perspectiva só fez aumentar a minha fome.  
Muito satisfeito pela aquisição desta cornucópia lotérica que me propunha um futuro tão promissor, paro afinal diante das portas envidraçadas com desenhos “art-nouveau” do Restaurante Carlino, meu grande sonho de consumo, e entro majestosamente no aromático recinto, sob as vênias dos garçons e do porteiro.
Já me sentindo um milionário, me acomodei numa mesa central para que todos me vissem, analisei o cardápio com o olhar clínico de um especialista sem me preocupar com a coluna dos preços e agi como se o cachorro tivesse vingado.
Afinal, o pior que poderia me acontecer seria aumentar o débito já bastante comprometido do meu cheque especial, cuja número de conta era exatamente o número do cachorro salvador.