sábado, 2 de janeiro de 2021

 


  AS CORES DO SWING
 (Livro de Augusto Pellegrini)

 CAPÍTULO 22 - RESUMO DA DISCOGRAFIA


GLENN MILLER (1904-1944) 

Nome completo – Alton Glenn Miller

Nascimento – Clarinda-Iowa-EUA

Falecimento – Canal da Mancha-Europa

Instrumento – trombone

 

Comentário – A orquestra de Glenn Miller se tornou tão famosa que extrapolou os limites do jazz e do swing, e foi apreciada por praticamente todos aqueles que gostavam de ouvir música de qualidade e de bom gosto, independentemente do rótulo. Suas músicas “In The Mood” e “Moonlight Serenade“ estão entre as mais executadas no mundo. Miller iniciou sua carreira trabalhando como arranjador para duas das principais orquestras existentes, a de Ben Pollack e depois a dos irmãos Dorsey. Quando montou seu próprio grupo, Glenn Miller conseguiu adicionar ao swing um som melodioso, cujo timbre provinha da presença de um clarinetista como líder do naipe de saxofones, uma de suas ideias como brilhante arranjador que era. Glenn Miller se tornou um herói americano quando decidiu se engajar no esforço militar do país levando seus músicos para o campo de batalha da Segunda Guerra Mundial na Europa, colaborando com o entretenimento dos soldados americanos e pagando com a vida pela ousadia. Aos quarenta anos, Miller morreu no palco da batalha, quando seu avião desapareceu numa travessia entre a Inglaterra e a França, presumivelmente vítima do mau tempo ou abatido pelo inimigo. O motivo do desaparecimento de Glenn Miller nunca foi contestado no Brasil nem – evidentemente – nos Estados Unidos, mas é objeto de especulação em diversos outros países, especialmente na Europa, devido a um questionamento feito pelo jornal alemão Bild Zeitung, que publicou na época uma nota informando que o músico havia morrido em Paris, e que a notícia sobre a queda do avião fora plantada apenas para manter em alta o moral das tropas americanas. Embora relativamente curta, a carreira de Glenn Miller foi brilhante e bem sucedida. Ele se manteve musicalmente ativo desde o início dos anos 1920 até a sua morte em 1944.

 

Alguns dos principais músicos que participaram da orquestra – Al Klink (sax-tenor), Billy May (trompete), Bobby Hackett (trompete), Bunny Berigan (trompete), Charlie Spivak (trompete), Chummy McGregor (piano), Ernie Caceres (sax-alto), Jack Lathrop (guitarra), Jerry Jerome (clarinete), Johnny Best (trompete), Johnny Mince (clarinete), Maurice Purtill (bateria), Ray Anthony (trompete), Ray Bauduc (bateria), Ray McKinley (bateria), Tex Beneke (sax-tenor), Trigger Alpert (contrabaixo).

 

Resumo da discografia (gravações no período de 1939 a 1944)

 

A String Of Pearls (Eddie DeLange-Jerry Gray)

Amapola (Joseph La Calle)

American Patrol (Frank W.Meacham-Jerry Gray)

And The Angels Sing (Johnny Mercer-Ziggy Elman)

At Last (Mack Gordon-Harry Warren)

Blue Evening (Gordon Jenkins-Joe Bishop)

Blue Skies (Irving Berlin)

Body And Soul (Johnny Green-Edward Heyman-Robert Sour-Frank Eyton)

Boogie Woogie (Clarence Smith)

Bugle Call Rag (Jack Pettis-Billy Meyers-Elmer Schoebel)

Chattanooga Choo-Choo (Mack Gordon-Harry Warren)

Cherokee (Ray Noble)

Elmer’s Tune (Elmer Albrecht-Sammy Gallop-Dick Jurgens-Paul Weirick)

Little Brown Jug (Bill Finegan)

Melancholy Lullaby (Edward Heyman-Benny Carter)

Moonlight Serenade (Mitchell Parish-Glenn Miller)

My Reverie (Claude Debussy-Larry Clinton)

Holiday For Strings (David Rose-Sammy Gallop)

I Dream Of Jeannie With The Light Brown Hair (Stephen Foster)

I Dream Of You (Edna Osser-Marjorie Goetschius)

I Know Why (And So Do You) (Mack Gordon-Harry Warren)

I’m Getting Sentimental Over You (Ned Washington-George Bassman)

In The Mood (Joe Garland-Andy Razaf)

It Happened In Sun Valley (Mack Gordon-Harry Warren)

It’s Been A Long, Long Time (Sammy Cahn-Jule Styne)

(I’ve Got A Girl In) Kalamazoo (Mack Gordon-Harry Warren)

Pagan Love Song (Arthur Freed-Nacio Herb Brown)

Pennsylvania 6-5000 (Bill Finegan-Jerry Gray-Carl Sigman)

Rhapsody In Blue (George Gershwin)

St. Louis Blues March (William Christopher Handy)

Serenade In Blue (Mack Gordon-Harry Warren)

Stardust (Hoagland “Hoagy” Carmichael-Mitchell Parish)

Stormy Weather (Harold Arlen-Ted Koehler)

Sun Valley Jump (Jerry Gray)

Sunrise Serenade (Frankie Crale-Jack Lawrence)

Sweet Eloise (Russ Morgan-Mack David)

The Nearness Of You (Ned Washington)

The Old Couple (Neal Hefti)

The Very Thought Of You (Ray Noble)

To You (Tommy Dorsey-Ted Shapiro-Benny Davis)

Tuxedo Junction (Buddy Feyne-William Johnson-Julian Dash-Erskine Hawkins)

When You Wish Upon a Star (Ned Washington)

 

sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

 


SINOPSE DO PROGRAMA SEXTA JAZZ DE 30/11/2018
RÁDIO UNIVERSIDADE 106,9 Mhz
São Luís-MA

MARLENE VER PLANCK  - MY IMPETUOUS HEART

O mundo da música está repleto de grandes artistas que devido a um campo de atuação restrito ao seu local de origem se tornam pouco conhecidos aos olhos e ouvidos do mundo. Este é o caso de Marlene Ver Planck, cantora nascida em Nova Jersey que fez do eixo Nova Jersey-Nova York seu palco de sucesso, e que com sua voz limpa, clara e segura, aliado a um swing e a um feeling interpretativo de alta qualidade, encantou gerações. Marlene se especializou como cantora de jingles, mas também cantava em bares e casas noturnas, tendo dividido o palco a as gravações com mais de uma dúzia de cantores famosos como Billy Eckstine, Vic Damone, Tony Bennett, Perry Como, Frank Sinatra e Mel Torme. Neste álbum lançado em 2006 ela se apresenta com um trio e conta com a participação especial de outros músicos de destaque como o guitarrista Bucky Pizzarelli e os pianistas George Shearing e Marian MacPartland.  Marlene Ver Planck morreu aos 84 anos em 2017.

Sexta Jazz, nesta sexta, oito da noite, produção e apresentação de Augusto Pellegrini

quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

 


 À MODA DA CASA 

(marcha de Augusto Pellegrini - 1968)

 

Silenciosamente eu saio à rua

A manhã flutua

E o nevoeiro da noite passada passou

Silenciosamente cuido de mim

Num botequim

Cerveja preta gelada

E um misto quente na chapa

Indiferente

À moda e à marca da casa

 

Silenciosamente no barulho

Milhões de embrulhos

Pacotes muitos, laços cor de rosa nas mãos

Silenciosamente sons musicais

Sons guturais

São discos tocando alto

E gente ganhando a nota

Indiferentes

À moda da casa

 

O grande sucesso do momento

É de ciúme, de queixume

Ou puro ardume de amor

Com azedume eu saio à rua

Com coragem

Não é fácil enfrentar monstro-motor

À moda da casa eu vejo o caso

Com descaso

Por acaso eu sou alguém?

Não sei

Então eu sigo à moda da casa

Esqueço o caso num silêncio

Até que eu faço muito bem

 

Perigosamente o povo vive

Mais uma crise, mais uma virgem

Pétala de rosa no chão

Naturalmente sempre os dramas existem

E as damas insistem

A convidar na calçada

Ao menos lá na avenida

Indiferentes

Às coisas da vida

 


AS CORES DO SWING
           (Livro de Augusto Pellegrini)

CAPÍTULO 22 - RESUMO DA DISCOGRAFIA

FLETCHER HENDERSON (1897-1952) (*)

 

Nome completo – James Fletcher Hamilton Henderson Jr.

Nascimento – Cuthbert-Georgia-EUA

Falecimento – Nova York-New York-EUA

Instrumento – piano

(*) Alguns biógrafos dão como data de nascimento dezembro de 1898.

 

Comentário – Fletcher Henderson foi um músico de muita importância nos primórdios do jazz orquestrado, quer como um bandleader inovador, quer como arranjador, ou ainda como descobridor de talentos. É indiscutível que as orquestras que ele conduziu nos anos 1920 e 1930 foram fundamentais para o desenvolvimento do jazz orquestrado em Nova York e serviram de modelo para diversas outras formações que vieram a seguir. Henderson foi um pianista que deu certo quase sem querer, pois sua intenção, ao se mudar de Atlanta-Georgia para Nova York, o grande centro nervoso dos Estados Unidos, era ser químico e farmacêutico. Devido à falta de oportunidades acadêmicas, ele começou a tocar piano e acompanhar cantores para depois se aventurar na montagem de uma orquestra. Grandes músicos de jazz, como Coleman Hawkins, Don Redman e Benny Carter, praticamente começaram as suas carreiras participando do seu grupo. Antes mesmo que as big bands passassem a comandar o panorama musical, a orquestra de Fletcher Henderson já era considerada a mais perfeita e inovativa, graças aos seus arranjos ousados e totalmente voltados para o jazz, e até o aparecimento de Duke Ellington em 1927, ele não tinha concorrentes. Henderson não gostava de viajar, e o fato de permanecer durante tanto tempo sem sair de Nova York abreviou o tempo de duração da sua orquestra. Ao abandonar a carreira de bandleader, ele dedicou o seu tempo a escrever arranjos para outras orquestras e, esporadicamente, a trabalhar com pequenos conjuntos, como o sexteto de Lucky Thompson em 1950. De 1950 até a data do seu falecimento, em 1952, Henderson sofreu uma série de acidentes cardiovasculares que o paralisaram parcialmente, impedindo-o de prosseguir com o seu trabalho. Fletcher Henderson manteve-se musicalmente ativo desde o início dos anos 1920 até o início dos anos 1950.

 

Alguns dos principais músicos que participaram da orquestra – Ben Webster (sax-tenor), Benny Carter (sax-alto), Benny Morton (trombone), Charlie Green (trombone), Coleman Hawkins (sax-tenor), Dickie Wells (trombone), Israel Crosby (contrabaixo), J.C.Higginbotham (trombone), Joe Smith (trompete), John Kirby (contrabaixo), Kaiser Marshall (bateria), Lester Young (sax-tenor), Louis Armstrong (trompete), Rex Stewart (trompete), Roy Eldridge (trompete), Russell Procope (sax-alto), Sid Catlett (bateria), Tommy Ladnier (trompete).

 

Resumo da discografia (gravações no período de 1923 a 1938)

 

Alabamy Bound (Buddy De Sylva-Bud Green-Ray Henderson)

Beale Street Blues (William  Christopher  Handy)

Can You Take It? (Fletcher Henderson)

Chime Blues (Fletcher Henderson)

Clarinet Marmalade (Henry Ragas-Larry Shields)

Copenhagen (Walter Melrose)

Cotton Picker’s Ball (Elmer Schoebel)

Dicty Blues (Fletcher Henderson)

Don’t Be That Way (Benny Goodman-Edgar Sampson-Mitchell Parish)

Down South Camp Meeting (Fletcher Henderson-Irving Mills)

Fidgety Feet (Eddie Edwards-NickLaRocca-Henry Ragas-Tony Sbarbaro-LarryShields)

Go ‘long Mule (Henry Creamer-Robert A. King)

Gulf Coast Blues (Clarence Williams)

Henderson Stomp (Fletcher Henderson)

Hotter Than ‘ell (Fletcher Henderson)

How Come You Do To Me Like You Do? (Gene Austin-Roy Bergere)

I’ll See You In My Dreams (Isham Jones-Gus Kahn)

I’m Coming Virginia (Will Marion Cook-Donald Heywood)

Just Blues (Fletcher Henderson)

Just Hot (Phil Napoleon-Jimmy McHugh-Frank Signorelli)

King Porter Stomp (Jelly Roll Morton)

Limehouse Blues (Douglas Furber-Philip Braham)

Lonesome Journey (Fletcher Henderson)

Old Black Joe’s Blues (Fletcher Henderson)

Play Me Slow (Milt Hagen)

Prince Of Wails (Elmer Schoebel)

Sensation (Nick LaRocca-Larry Shields)

Shanghai Shuffle (Gene Rodemich-Larry Conley)

Sugar Foot Stomp (Walter Melrose-Joe King Oliver-Louis Armstrong)

Swanee Butterfly (Vincent Rose-Will Donaldson)

Teapot Dome Blues (Elmer Schoebel-Irving Mills-George D. Lottman)

The Stampede (Fletcher Henderson)

The Unknown Blues (Fletcher Henderson)

Then I’ll Be Happy (Lew Brown-Cliff Friend-Sidney Clare)

Variety Stomp (Fletcher Henderson-Jo Trent-Charlie Green)

Why Couldn’t It Be Poor Little Me? (Isham Jones-Gus Kahn)

Wild Party (Will Hudson)

Wrappin’ It Up (Fletcher Henderson)

Yeah, Man! (Noble Sissle-J.Russell Robinson)

You Go To My Head (J.Fred Coots-Haven Gillespie)

 

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

 


AS CORES DO SWING
           (Livro de Augusto Pellegrini)

CAPÍTULO 22 - RESUMO DA DISCOGRAFIA


DUKE ELLINGTON (1899-1974) 

Nome completo – Edward Kennedy Ellington
           Nascimento – Washington-D.C.-EUA
           Falecimento – Nova York-New York-EUA
           Instrumento – piano 

Comentário – Duke Ellington foi um pianista de jazz que transcendeu a arte de tocar piano. Mais do que um excelente pianista, Ellington foi um grande compositor, um arranjador inventivo, um maestro competente e um dedicado professor, e é considerado pelos críticos e pelos especialistas um dos maiores nomes não apenas do jazz, mas da música norte-americana de todos os tempos. Ele foi um dos primeiros músicos de jazz a utilizar elementos eruditos para inovar a arte musical do século vinte e provar que seria possível a fusão entre a música negra e a tradição orquestral europeia. Nesta fusão, por mais que tomasse emprestado tais elementos, Ellington nunca deixou de utilizar a música negra como seu principal ingrediente, e esta negritude explícita está presente em cada uma das suas obras. Músicas como “In A Sentimental Mood”, “Caravan”, “Mood Indigo”, “Sophisticated Lady” e “Take The A Train” (esta composta por Billy Strayhorn, seu principal colaborador por mais de trinta anos) transcendem ao tempo e ajudam a tornar o jazz imortal. Ellington deixou um legado magnífico, compondo músicas orquestrais com característica sinfônica, músicas para dança (do balé ao swing), músicas de big bands, músicas essencialmente jazzísticas, suítes, concertos, música sacra, o mais puro blues e até algumas incursões no free-jazz. Ele era uma pessoa equilibrada e carismática, o que levou alguns dos seus músicos a tocarem na sua orquestra por mais de quarenta anos. Conta-se que seu apelido ”Duke” foi dado por um vizinho quando ele tinha oito anos, devido ao seu modo educado e elegante de agir. O fato é que, desde criança, Ellington foi um paradigma em todas as suas ações, quer como cidadão, quer como profissional. Ele compôs sua primeira música (“Soda Fountain Rag”) em 1914, quando tinha quinze anos, e nunca mais parou de compor. De acordo com o trompetista Miles Davis, “todos os músicos deveriam um dia se reunir e agradecer a Duke de joelhos por tudo o que ele fez pela música norte-americana”. Duke Ellington manteve-se musicalmente ativo dos anos 1920 até os anos 1970.

 

Alguns dos principais músicos que participaram da orquestra – Al Sears (sax-tenor), Barney Bigard (clarinete), Cat Anderson (trompete), Clark Terry (trompete), Cootie Williams (trompete), Fred Guy (guitarra), Harry Carney (sax-barítono), Jimmy Hamilton (clarinete), Johnny Hodges (sax-alto), Juan Tizol (trombone), Lawrence Brown (trombone), Otto Hardwicke (sax-tenor), Paul Gonsalves (sax-tenor), Quentin Jackson (trombone), Ray Nance (trompete e violino), Rex Stewart (trompete), Russell Procope (clarinete), Sam Woodyard (bateria), Sonny Greer (bateria), Wendell Marshall (contrabaixo), Willie Cook (trompete).

 

Resumo da discografia (gravações no período de 1924 a 1967) 

Black And Tan Fantasy (JamesBubber’ Miley-Duke Ellington)

C Jam Blues (Duke Ellington)

Caravan (Duke Ellington-Juan Tizol-Irving Mills)

Clarinet Lament (Barney Bigard-Duke Ellington)

Cotton Tail (Duke Ellington)

Creole Love Call (Duke Ellington)

Crescendo And Diminuendo In Blues (Duke Ellington)

Crosstown (James Cavanaugh-John Redmond-Nat Simon-Jack Mason)

Do Nothin’ Till You Hear From Me (Concerto For Cootie) (DukeEllington-Bob Russell)

Don’t Get Around Much Anymore (Duke Ellington-Bob Russell)

Echoes Of Harlem (Duke Ellington)

Everything But You (Harry James-Duke Ellington-Don George)

I Got It Bad (Duke Ellington-Paul Francis Webster)

I Let A Song Go Out Of My Heart (DukeEllington-IrvingMills-John Redmond-Henry Nemo)

I’m Beginning To See The Light (D.Ellington-Harry James-Johnny Hodges-Don George)

In A Mellow Tone (Duke Ellington)

In A Sentimental Mood (Duke Ellington-Irving Mills-Manny Kurtz)

It Don’t Mean A Thing (If It Ain’t Got That Swing) (Duke Ellington-Irving Mills)

Jump For Joy (Duke Ellington-Paul Francis Webster-Sid Kuller)

Just A-Sittin’ And A-Rockin’ (Duke Ellington-Billy Strayhorn)

Just Squeeze Me (Duke Ellington-Lee Gaines)

Ko Ko (Duke Ellington)

Lazy Rhapsody (Duke Ellington-Mitchell Parish)

Mood Indigo (Duke Ellington-Irving Mills-Albany “Barney” Bigard-Claude Austin)

9:20 Special (Bill Engvick-Earle Warren)

One O’Clock Jump (Count Basie)

Perdido (JuanTizol-Erwin Drake-Hans Jan Lengsfelder)

Pitter Panther Patter (Duke Ellington)

Prelude To A Kiss (Duke Ellington-Irving Mills-Irving Gordon)

Ring Dem Bells (Duke Ellington-Irving Mills)

Rockin’ In Rhythm (Duke Ellington-Irving Mills-Harry Carn)

Satin Doll (Duke Ellington)

Skin Deep (Louis Bellson)

Solitude (Duke Ellington-Irving Mills-Eddie DeLange)

Sophisticated Lady (Duke Ellington-Irving Mills-Mitchell Parish)

Take The A Train (Billy Strayhorn)

The Brown Skin Gal In The Calico Gown (Duke Ellington-Francis Paul Webster)

The Jeep Is Jumpin’ (Duke Ellington-Johnny Hodges)

The Mooche (Duke Ellington)

The Tatooed Bride (Duke Ellington)

Warm Valley (Duke Ellington)

 

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

 


CRISOLDA VAI CASAR
(Excerto - Augusto Pellegrini)

 

Crisolda vai casar.

Por encanto ou desencanto, Crisolda vai casar depois dos quarenta anos, curada da febre dos quarenta graus, subindo a escada dos quarenta degraus, com Nicolau, o maldito do bairro.

Bela como uma prima-dona de Rossini maquiada como artista mambembe e inconvincente como desculpas de maridos ao alvorecer, Crisolda veste um branco vestal de um ridículo surrealista como se o costureiro tivesse sido Fellini.

O pai de Crisolda, debaixo dos sete palmos há sete anos, está finalmente aliviado pelo esperado momento e anseia em ouvir a marcha nupcial de Mendelsohn ecoando pela nave da igreja enquanto suspira, exalando um fogo-fátuo que mais se assemelha a fogos de artifício chineses em noite de réveillon.

A mãe de Crisolda, debaixo dos cobertores pretextando uma imobilidade reumática, fruto psicossomático das suas desesperanças, suspira aborrecida e aguarda a volta do casal para abençoá-los ou amaldiçoá-los ao pé da cama.

Aquela linda garotinha de cabelos cacheados e vestido de lacinhos, a boneca do bairro, se transformara rapidamente na doce e meiga Crisolda, sonho e desejo dos adolescentes da vizinhança, e depois na bela Crisolda amadurecida como fruta de estio, passando pela casa dos vinte com a arrogância de quem quer permanecer solteira por não encontrar ninguém à sua altura. Chegara aos trinta ainda luminescente com as bênçãos de Balzac, mas a partir daí começou a entrar em franca decadência como flor amanhecida e agora é um retrato amassado  e amarelado pelo tempo, o tornozelo ainda fino evocando sensualidade, mas as ancas sacudindo proeminentes e gelatinosas como trouxa de lavadeira.

Este quadro desanimador – comentavam – teria forçado Crisolda a aceitar, como derradeiro alento, dizer “sim” ainda que fosse para o maldito do bairro.

Crisolda vai casar. 

Ela teve muitos pretendentes, mas de recusa em recusa, de negativa em negativa, de oportunidade havida em oportunidade perdida, a areia do tempo foi se escoando pelo fino conta-gotas da ampulheta e Crisolda foi se transformando de princesa em borralheira, de rosa orvalhada em flor de resto de festa, de borboleta em crisálida, de seda em pano de chão.

E agora, Crisolda vai casar com Nicolau,  o maldito do bairro.    

domingo, 27 de dezembro de 2020

 


AS CORES DO SWING
            (Livro de Augusto Pellegrini)

CAPÍTULO 22 - RESUMO DA DISCOGRAFIA


DON REDMAN (1900-1964) 

Nome completo – Donald Mathew Redman

Nascimento – Piedmont-West Virginia-EUA

Falecimento – Nova York-New York-EUA

Instrumento – sax-alto e clarinete 

Comentário – Um dos primeiros grandes arranjadores da história do jazz, Don Redman é considerado pelos analistas como o músico que “inventou” o som do swing. Foi dele a ideia de utilizar um lineup desenhado com naipes de saxofones, trompetes e trombones, o que caracterizava o som do swing e o diferenciava fundamentalmente daquele obtido pelas orquestras que interpretavam a música orquestrada da época ou tocavam o jazz tradicional. Filho de um professor de música e de uma cantora, Don Redman desde pequeno já demonstrava que seria um músico de grandes recursos, começando a tocar trompete aos três anos e fazendo parte de uma banda aos seis. Aos doze anos ele tocava com perfeição todos os tipos de saxofone, o oboé e o piano. Estudou música e se aperfeiçoou em arranjo e composição na Universidade de Boston, onde se formou. Depois de tocar por um ano com a orquestra Billy Paige’s Broadway Syncopators, Redman se uniu a Fletcher Henderson, trabalhando como saxofonista e arranjador, e contribuiu de uma forma definitiva para o sucesso da orquestra de Henderson. Seus arranjos eram considerados bastante modernos para os anos 1920, extraindo uma sonoridade jazzística de vanguarda e possibilitando aos solistas o espaço que eles precisavam para executar grandes improvisos. Em 1927, Redman foi persuadido pelo misto de bandleader e empresário Jean Goldkette a deixar a orquestra de Henderson para dirigir a McKinney’s Cotton Pickers, e logo se tornou um forte concorrente de Henderson e de outros na escalada que o swing iria dar a partir de 1930. Na McKinney’s, Redman também mostrou seus dotes de cantor, transmitindo bastante humor e alegria. É interessante mencionar que apesar de ter de alguma forma revolucionado a música orquestral, Redman conduzia a orquestra à moda antiga, utilizando a baqueta e os trejeitos de maestro. Ele se manteve como bandleader até 1940, quando desfez a orquestra e preferiu concentrar seus esforços como arranjador independente, tendo produzido algumas pérolas para Jimmy Dorsey, Count Basie e Harry James. Don Redman se manteve musicalmente ativo durante os anos 1920 até os anos 1950.

 

Alguns dos principais músicos que participaram da orquestra – Billy Taylor (piano), Bob Yzaguirre (sax-barítono e contrabaixo), Buster Bailey (clarinete e sax-alto), Don Byas (sax-tenor), Eddie Barefiled (clarinete, sax-alto, sax-barítono), Edward Inge (clarinete e sax-alto), Fred Robinson (trombone), Henry “Red” Allen (trompete), Horace Henderson (piano), Joe Garland (sax-tenor), Lonnie Johnson (guitarra), Manzie Johnson (bateria e vibrafone), Mario Bauzá (trompete), Pete Clark (clarinete, sax-alto, sax-tenor e sax-barítono), Quentin Jackson (trombone), Sidney DeParis (trompete), Talcott Reeves (banjo e guitarra), Tyree Green (trombone e vibrafone), Zutty Singleton (bateria).

 

Resumo da discografia (gravações no período de 1931 a 1946) 

Alexander’s Ragtime Band (Irving Berlin)

Chant Of The Weed (Don Redman)

Christopher Columbus (Chu Berry-Andy Razaf)

Doin’ The New Low Down (Jimmy McHugh-Dorothy Fields)

Doin’ What I Please (Fats Waller-Andy Razaf)

Got The Jitters (Paul Francis Webster-John Jacob Loeb-Billy Rose)

Got The South In My Soul (Ned Washington-Victor Young)

How Can I Hi-De-Hi (When I Feel So Low To Do) (Don Redman)

How High The Moon (Nancy Hamilton-Morgan Lewis)

How Ya Feelin’? (Don Redman)

I Found A New Way To Go To Town (Shelton Brooks-Alain DuBois-Ben Ellison)

I Got Rhythm (George Gershwin-Ira Gershwin)

I Heard (Don Redman-Irving Mills)

I Wanna Be Loved (Johnny Green-Edward Heyman-Billy Rose)

I Won’t Tell (Don Redman)

If It’s True (Don Redman-Gus Bentley)

It’s A Great World After All (Don Redman)

It’s All Your Fault (Don Redman-Mitchell Parish)

Laura (Johnny Mercer-David Raksin)

Lazy Bones (Hoagland “Hoagy” Carmichael-Johnny Mercer)

Limehouse Blues (Philip Braham-Douglas Furber)

Lonely Cabin (Don Redman)

Mommy I Don’t Want To Go To Bed (Don Redman)

My Melancholy Baby (Ernie Burnett-George Norton)

Nagasaki (Harry Warren-Mort Dixon)

No One Loves Me Like The Dallas Man (Shelton Brooks-Alain DuBois-Ben Ellison)

Pagan Paradise (Ted Koehler)

Shakin’ The African (Harold Arlen-Ted Koehler)

Sophisticated Lady (Duke Ellington-Irving Mills-Mitchell Parish)

Stormy Weather (Harold Arlen-Ted Koehler)

Tea For Two (Vincent Youmans-Irving Caesar)

That Blue Eyed Baby From Memphis (Jack Palmer)

Try Gettin’ A Good Night Sleep (Don Redman)

Two Times Man (Moritz Seidermann-Sam Krieger)

Underneath The Harlem Moon (Mack Gordon-Harry Revel)

You Gave Me Everything But Love (Harold Arlen-Ted Koehler)

You Told Me But Half The Story (Don Redman-Moritz Seidermann)