sexta-feira, 22 de janeiro de 2016


 
 
 
QUE VENHA 2016! 

Amigos, Gol de Placa está de volta depois de trinta dias em que o esporte deixou de ser participativo para ser apenas especulativo. Nesse entretanto, os times, da mesma forma que o comentarista, ficaram recarregando as baterias para a temporada de 2016.
Como de praxe, houve muita conversa, muitas transferências, muitas contratações novas, algumas oportunidades para jovens promessas, alguns clubes passando rasteira em outros clubes e um bocado de acusações entre dirigentes.
E como novidade, a China fazendo uma peneira no nosso futebol profissional como olheiro de várzea e levando uma penca de jogadores para seus clubes – inclusive para alguns da segunda divisão! – ao mero tilintar de irrecusáveis milhões de euros.
Como em todo início de ano, crescem as expectativas pelas coisas boas em todos os sentidos, e isto não poderia ser diferente no esporte, que este terá um ano cheio de disputas interessantes.
No futebol, mesmo com toda a falta de datas e ainda contando com um calendário pra lá de apertado, a temporada foi acrescida de mais um torneio – a Liga Sul-Minas – e será intensamente recheada pelos Campeonatos Regionais, pela Copa do Brasil, pelo Campeonato Brasileiro Séries A, B e C, pela Copa Sul-Americana e pela Copa Libertadores da América.
Isto sem falar deste interessante aperitivo chamado Copa São Paulo de Futebol Júnior, que revela tantos craques e termina na próxima segunda-feira.
Alguns times disputarão torneios específicos, como a Copa Verde, a Copa Nordeste e a já citada Liga Sul-Minas.
A seleção brasileira também estará presente nos Jogos Olímpicos, onde busca a sua primeira medalha de ouro e nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018 onde busca se firmar, além de uma edição extra da Copa América.
Então, ao invés das tradicionais promessas de Ano Novo, farei votos para que aconteçam coisas boas.
Eu faço sinceros votos para que a qualidade do futebol cresça como um todo, e que diversos times no Brasil possam disputar títulos jogando de igual para igual entre si e que vença o melhor (e não o menos ruim, o que infelizmente tem sido a tônica dos últimos anos).
Espero que o nosso futebol seja mais competitivo contra times de outros países, o que não vem acontecendo atualmente, e isto vale para a seleção.
Espero que a seleção brasileira consiga enxergar e corrigir os seus defeitos – muitos deles provenientes da máfia que se instalou na CBF e nas suas ligações espúrias com dirigentes de outras confederações, agentes e patrocinadores.
Espero que a arbitragem deixe de cometer erros grosseiros que interferem nos resultados dos jogos e dos torneios.
Espero que os técnicos transmitam mais coragem e ofensividade aos seus jogadores, privilegiando os treinamentos táticos e preservando as características dos seus comandados ao invés de apostarem apenas num preparo físico que estimule o antijogo.
Espero que os jogadores se comportem com mais decência e ajudem o espetáculo a transcorrer num clima de empolgação e honestidade, deixando de lado essa coisa de simular contusão e fazer “cera” quando o resultado lhes interessa. E que o árbitro tome providências para punir essa embromação.
Espero que a relação entre o dinheiro e o futebol tome um rumo mais profissional e não mercantilize de forma infame a beleza lúdica que o esporte precisa ter para conquistar adeptos, torcedores e respeito.
Espero que os juristas e legisladores tomem afinal medidas mais duras para dar segurança ao torcedor bem intencionado, protegendo-os dos criminosos instalados no futebol que se intitulam “torcida organizada”, que grassam como peste nos grandes clubes sob as bênçãos de dirigentes sem escrúpulos que os utilizam como massa de manobra para alcançar os seus objetivos.
Espero também que certos leitores – felizmente poucos – tenham o mínimo de inteligência e discernimento para entender que eu, como analista apenas analiso e como comentarista apenas comento, isto é, somente escrevo o que me parece correto (e é claro, posso estar errado) sem torcer nem distorcer para o clube A ou B, embora obviamente, como todos que gostam de futebol, eu tenha o meu time de preferência. Que estes leitores tenham em mente que eu não posso ser considerado culpado porque o seu time perdeu, foi eliminado ou rebaixado, nem sou para-raios das suas frustrações. E que sejam no mínimo mais educados nas suas destemperanças.  
E, finalmente, espero que os Jogos Olímpicos nos sejam leve, amém!
 

                                                                                                   

 (Artigo publicado no caderno SuperEsportes do jornal O Imparcial de 22/01/2016)