sábado, 31 de julho de 2021

 



SINOPSE DO PROGRAMA SEXTA JAZZ DE 15/02/2019
RÁDIO UNIVERSIDADE FM - 106.9 Mhz
São Luís - MA

KATE MCGARRY - IF LESS IS MORE, NOTHING IS EVERYTHING

O nosso programa de sexta-feira vai apresentar a cantora Kate McGarry, não muito conhecida do público brasileiro. Os críticos rotulam Kate McGerry de "uma cantora impressionista", como também impressionista é a execução dos músicos que a cercam. Todo o clima e os arranjos passeiam livremente pelo "free jazz", e a sua voz vibrante com um estilo de vanguarda nada convencional já lhe valeram alguns prêmios importantes na sua carreira, iniciada em 1990. Kate utiliza recursos vocais repleto de pausas e alongamentos de notas e possui um modo bastante particular de interpretar. No programa, uma mistura de vertentes que vão desde  Tom Jobim ("Caminhos Cruzados") e Djavan ("Flor de Lis) até Bob Dylan ("The Times They Are A-Changing"), Irving Berlin ("Let's Face the Music") e o "new waver" Ric Ocasek ("Just What I Neded").   

Sexta Jazz, nesta sexta, oito da noite, produção e apresentação de Augusto Pellegrini

 

 


AS CORES DO SWING
           (Livro de Augusto Pellegrini)

BANDLEADERS E DISCOGRAFIA


TED HEATH (1902-1969) 

Nome completo – George Edward Heath

Nascimento – Londres-Inglaterra

Falecimento – Surrey-Inglaterra

Instrumento – trombone

 

Comentário – Ted Heath foi o líder de uma das melhores orquestras de swing da Europa durante os anos 1940 até o início de 1960, fazendo uma música dançante e ao mesmo tempo repleta dos elementos do jazz que era tocado na América. Heath começou a tocar trombone aos quatorze anos e ainda jovem trabalhou profissionalmente com alguns bandleaders ingleses, como Jack Hylton, Bert Ambrose, Sid Lipton e Geraldo Bright. No final dos anos 1930 sua carreira entrou em recesso – como de resto a carreira de todos os artistas que residiam na Inglaterra – devido ao envolvimento do país na Segunda Guerra Mundial. Por causa disso, foi apenas em 1944 que ele finalmente conseguiu formar a sua primeira orquestra, que logo se transformou num grande sucesso continental, começando pelos programas da rádio BBC, passando pelas apresentações no London Palladium, no Hammersmith Palais de Dance e no The Orchid Ballroom, até algumas rápidas incursões nos Estados Unidos. O reconhecimento de Ted Heath na América foi imediato e lhe trouxe os dividendos de poder contar com o arranjador Tadd Dameron na sua orquestra e com um projeto para gravar a “London Suite” de Fats Waller.  Uma das características de Heath, comum na maioria dos bandleaders da época era a de restringir a livre improvisação dos seus músicos, mas em algumas gravações existem passagens improvisadas memoráveis. Assim, mesmo antes da chegada de Dameron, ele conseguiu criar na orquestra o drive necessário para constituí-la numa das grandes bandas da época. Seu sucesso apenas declinou, tanto na Inglaterra como nos Estados Unidos, com a entrada em cena no início dos anos 1960 do rock and roll, como um todo, e dos Beatles, em particular. Em 1964, Heath encerrou as atividades de bandleader ao mesmo tempo em que começou a ter problemas com a saúde que acabaram redundando na sua morte cinco anos depois. Ted Heath se manteve musicalmente ativo durante cerca de cinquenta anos.

 

Algumas gravações 

Apple Honey (Woody Herman)

Barber Shop Jump  (Il Barbiere di Siviglia) (Gioacchino Rossini-Ronan Keating)

Bond Street (Thomas “Fats” Waller)

Close Your Eyes (Bernice Petkere)

Cloudburst (Leroy Kirkland-Jon Hendricks-Jimmy Harris)

Dance, Ballerina, Dance (Bobby Russell)

Dig Deep (Jimmy Coombes)

Flying Home (Benny Goodman-Lionel Hampton-Sidney Robin)

Hawaiian War Chant (tradicional)

Hot Toddy (Ralph Flanagan-Herb Hendler)

Intermission Riff (Ray Wetzel)

Let’s Face The Music And Dance (Irving Berlin)

Listen To My Music (Ted Heath)

London Suite (Fats Waller)

On The Alamo (Isham Jones)

On The Sunny Side Of The Street (Jimmy McHugh-Dorothy Fields)

Over The Rainbow (Harold Arlen-Edgar Y.”Yip” Harburg)

Pagan Love Song (Nacio Herb Brown-Arthur Freed)

You’re Driving Me Crazy (Walter Donaldson)

You Stepped Out Of A Dream (Nacio Herb Brown)

 

 

sexta-feira, 30 de julho de 2021

 


TEXTO 3

PÁGINAS ESCOLHIDAS

COISAS (1988)

EXTRAVAGÂNCIAS DE VIAGEM

Ah, a inveja dos invejosos! Já fui perseguido, destratado, caçoado, tudo por puro despeito – aqui vai um repto aos meus inimigos, quero que me invejem agora, deitado na madeira como um fungo, sem guardas ou engraxates por perto, tendo como cenário a estátua do Imperador! Eu poderia, se quisesse, dormir na delegacia, e de lá sair para apanhar o trem matutino, com passe grátis, mas quem é que me garante que eles irão me soltar ao amanhecer, quem me garante que eles não irão me torturar à procura de uma verdade que eu não sei, quem me garante que eles não irão me responsabilizar pela agitação e pelos atentados, quem me garante que eles não vão me acusar de mijar na estátua do Imperador?

(Estudante em viagem sem dinheiro pra pagar o hotel-pensão, dormindo num banco de praça)

quarta-feira, 28 de julho de 2021

 


TEXTO 2

PÁGINAS ESCOLHIDAS

COISAS (1988)

IMPRESSÕES COLHIDAS NO INFERNO

Tudo é incompreensível como um criptograma, ilógico como um paradoxo, anômalo como um eunuco. As tampas das panelas tremiam sob o vapor bem cheirante, o Domingo de Páscoa estava claro e cheio de sol, os pássaros voavam fora das gaiolas e o gato se espreguiçava sob um telhado de zinco.
Na Sexta-Feira, todos cantavam tristezas atrás do andor e se persignavam diante do altar, e todos beijavam os pés de gesso do Cristo morto, assassinado por eles próprios. Agora, todos matam novamente o Salvador com hipocrisia e farisaísmo, todos piedosos dentro das conveniências – esmigalhariam homens, mulheres e crianças como quem massa um inseto, arrebentariam suas cabeças e cuspiriam nos cadáveres dilacerados, mas sempre com os olhos meigos voltados para o sacrário, com os lábios balbuciando preces que nunca entenderam.
Os piedosos sapateiam na lápide. O ruído eu ouço daqui.


 

 


AS CORES DO SWING
           (Livro de Augusto Pellegrini)

BANDLEADERS E DISCOGRAFIA


SUN RA (1914-1993) 

Nome completo – Herman Poole Blount (mudado legalmente para Le Sony’r Ra em 1952)

Nascimento – Birmingham-Alabama-EUA

Falecimento – Birmingham-Alabama-EUA

Instrumento – piano, órgão, teclados e sintetizador

 

Comentário – Sun Ra foi um dos mais controvertidos músicos de jazz da história. Ele marcou a sua carreira artística como bandleader, compositor, pianista-tecladista, poeta e filósofo, e foi um dos músicos mais revolucionários dos anos 1960 e 1970, antes mesmo do surgimento do free-jazz. Como músico, ele foi conhecido por diversos outros nomes, como Sonny, Sonny Lee, Le Son Ra e finalmente Sun Ra, dedicado ao Rei Sol, um deus egípcio. Ele ainda usava o nome de batismo, Herman Poole Blount, quando dirigiu a sua primeira banda em 1934, chamada Sonny Blount Orchestra, influenciado por Fletcher Henderson, Duke Ellington e Fats Waller dentro dos padrões musicais da época. Dentro deste estilo, no entanto, ele nunca chegou realmente a impressionar o público ou os críticos, até que em 1946 foi convidado por Fletcher Henderson para trabalhar como arranjador e pianista para a sua orquestra. Foi então que o seu nome começou a repercutir. Mas foi apenas em 1953, motivado pelo som que era desenvolvido por alguns músicos de Chicago, que Sun Ra pôs em prática a sua criatividade musical e resolveu formar a sua própria orquestra, que ele chamou de Arkestra. A orquestra tocava um bop avançado e logo passou a experimentar estruturas provenientes de outras culturas étnicas e musicais, utilizando os teclados para produzir um som free antes mesmo que este estilo fosse oficialmente consagrado. Sun Ra começou a exercitar um trabalho mais avançado em 1961 ao se mudar para Nova York. A sonoridade da sua orquestra fazia lembrar os arranjos que ele havia feito para Fletcher Henderson, porém de uma forma mais ousada e atordoante, com uma parafernália de improvisações e vocalizações que criavam as mais excêntricas releituras para o velho swing. Místico, ele se dizia “uma criatura vinda de um outro planeta” e jurava ter sido teletransportado para Saturno em 1937. Sun Ra procurava emitir o seu som através de uma filosofia cósmica, com isso mudando sistematicamente o nome da orquestra para “The Solar Myth Arkestra”, depois para “The Blue Universe Arkestra”, depois ainda para “The Jet Set Omniverse Arkestra”, “The Astro Infinity Arkestra”, e outras permutações, conforme evoluía a sua filosofia. Seus instrumentos de sopro tanto podiam produzir melodias aceitáveis dentro do padrão vigente como emitir guinchos alucinantes. Durante a sua carreira, ele passeou por diversos e diferentes estilos de jazz, do ragtime ao swing e do bebop ao free-jazz, sendo um pioneiro da música eletrônica, da space music e da improvisação sem barreiras. Uma bandeira contra o racismo e contra as drogas, Sun Ra morreu devido a uma pneumonia aos setenta e nove anos, após sessenta de carreira.

 

Algumas gravações 

Cosmic Chaos (Sun Ra)

Enlightenment (Hobart Dotson-Sun Ra)

Distant Stars (Sun Ra-Ronnie Boykins)

Heliocentric (Sun Ra)

Honeysuckle Rose (Fats Waller-Andy Razaf)

King Porter Stomp (Jelly Roll Morton)

Outer Nothingness (Sun Ra)

Outer Space E.M. (Emergency) (Sun Ra)

Piano Interlude (Sun Ra)

Plutonian Nights (Sun Ra)

Shadow World (Sun Ra)

Spaceship Lullaby (Sun Ra)

Strange Strings (Sun Ra)

St. Louis Blues (W.C.Handy)

Take The A Train (Billy Strayhorn)

The Sun Myth (Sun Ra)

Urnack (Julian Priester)

Worlds Approaching (Sun Ra)   

 


NOVOCABULÁRIO INGLÊS

(Copyright FluentU) 

(ver tradução após o texto)

 

BALONEY 

Do you know want this word means? Hint: it has nothing to do with “balloons”. According to Merriam-Webster, it was first used almost 100 years ago. BALONEY simply means “nonsense” and it’s often used when you disagree with someone. It’s a polite way of saying “bullshit”.   


             “That’s BALONEY! Don’t believe a word of what he says!”

           “The cited reasons are, of course, complete BALONEY.”

 

            “Don’t come with this BALONEY!”

 

             

            TRADUÇÃO

 

CONVERSA FIADA

Você sabe o que significa BALONEY em inglês? Aqui vai uma dica: esta palavra não tem nada a ver com “balões”. De acordo com o dicionário Merriam-Webster, ela começou a ser usada há quase 100 anos, e quer dizer “conversa fiada”, “besteira”, e é frequentemente usada quando você discorda de alguém. É uma forma mais elegante de dizer “bullshit!”.  

            “Isso é papo furado! Eu não acredito numa só palavra do que ele está dizendo!”

“As razões apresentadas são, na verdade, de uma idiotice completa.”

“Não me venha com essa conversa fiada!”

 

 

terça-feira, 27 de julho de 2021

 


MORENA DA PRAIA 

(toada de 1958)

(música de Armando Baraldi – letra de Augusto Pellegrini)

 

Morena que brinca na praia

Que faz um carinho

Nas ondas do mar

Morena que pisa na areia

Pisa de mansinho

Pra não machucar

Morena namorando o vento

Jogando na praia

Dançando com o mar

Morena, oh linda pequena

Abandone a areia

Abandone o mar

Morena, somente um pouquinho

Tem dó do mocinho                          

Que inveja o mar

 

 

A BUSCA E A FUGA  

(Augusto Pellegrini)


 

 

Olhos verdes me fitam, mas não com a expressão que eu desejava. Não era esse olhar, um olhar de mil olhos olhando para dentro de mim, perfurando vísceras e alma, um devasso devassado.

Estes mil olhos me cercam e me antagonizam e me agonizam e me agoniam, e me perseguem, sou levado pela força do olhar como se estivesse num labirinto, sem vontade, sem defesa, uma fera acuada.

Tento escapar e escapo por uma porta, mas me vejo num beco sem saída. Sigo tateando pelas paredes que se multiplicam à procura de outra porta, a verdadeira, como se existissem portas verdadeiras, como se existisse alguma saída.

Enfim uma porta se abre e eu vejo à minha frente um jardim a perder de vista, com enormes figueiras, tulipeiras e rododendros tingindo o teto copado com múltiplas cores, e também vejo samaúmas e jacarandás enquanto o sol esforça para jogar seus raios sobre a relva espessa e pela senda por onde corro.  

Corro buscando a saída de um jardim que parece não ter fim e tenho a impressão de que o jardim também corre, mas no sentido contrário e com a mesma velocidade e com o mesmo pânico, só para anular os meus passos. Não deve ser fácil pertencer a este jardim e a este mundo.

Diviso um portão que também está fugindo em vez de se aproximar, mas num supremo esforço eu chego ao lado de fora.

De repente, tudo muda. Não sinto mais o peso dos olhos verdes a me perscrutarem, nem os galhos transformados em garras a me perseguirem, nem o musgo a me agarrar os pés e me vejo finalmente livre.

A rua está deserta e lá ao fundo um homem caminha à procura do seu horizonte.  

-0-0-0-

Quando eu ando solitário pelas ruas penso às vezes coisas que seguramente já foram pensadas por outros solitários como eu.

 

segunda-feira, 26 de julho de 2021

 


AS CORES DO SWING
           (Livro de Augusto Pellegrini)

BANDLEADERS E DISCOGRAFIA


STAN KENTON (1911-1979) 

Nome completo – Stanley Newcomb Kenton

Nascimento – Wichita-Kansas-EUA

Falecimento – Los Angeles-Califórnia-EUA

Instrumento – piano

 

Comentário – Stan Kenton foi uma figura controversa dentro do jazz. Maestro, compositor e arranjador com profundo conhecimento musical, ele rompeu com o swing tradicional sem jamais ter investido no dixieland nem se alinhar com a onda do bebop, e mesmo assim dirigiu uma das melhores orquestras de jazz dos Estados Unidos. Stan Kenton chamava a sua música de progressive jazz, produzindo um trabalho que às vezes podia ser comparado ao das suítes de Duke Ellington, muito embora caminhando em direções opostas. Ainda adolescente, ele participou como pianista de diversas bandas que excursionavam pela região, enquanto aprimorava o seu conhecimento musical na Bell High School, na Califórnia, onde se graduou em 1930. Tocando piano num estilo semelhante ao de Earl “Fatha” Hines, Kenton participou das orquestras de dança de Vido Musso e Gus Arnheim durante a década de 1930. Com um som influenciado pela precisão dos metais da orquestra de Jimmie Lunceford, Stan Kenton formou seu primeiro grupo em 1941, criando uma dinâmica que variava desde o blues autêntico até os mais complexos elementos da música de câmara, vindo a se constituir numa das melhores formações de jazz contemporâneo da Costa Oeste. Sua música era cheia e envolvente, mas não mantinha um compasso adequado que possibilitasse a dança, sendo por isso criticada pelos apreciadores do swing. De acordo com os especialistas, Stan Kenton agregou ao jazz orquestrado uma técnica musical utilizada também pelo então jovem produtor Phil Spector, denominada “the wall of sound” (“a parede de som”), usada posteriormente pelos Beatles e por outros grupos de pop-rock, que consistia de um som reverberante e de uma base robusta de acordes sobrepostos, muitas vezes apoiada por uma percussão vibrante. Em virtude desta peculiaridade e das suas características bastante especiais, Stan Kenton sobreviveu ao declínio do swing e seguiu com o seu trabalho vanguardista até o início dos anos 1970, quando passou a se dedicar primordialmente ao ensino. Kenton se manteve musicalmente ativo por cerca de 40 anos, desde os anos 1930 até os anos 1970, e influenciou um sem número de músicos de vanguarda. De acordo com o que sua filha Leslie Kenton escreveu em uma crônica intitulada “Love Affair: The Memoir Of A Forbidden Father-Daughter Relationship” (“Um Caso De Amor: Memórias De Um Relacionamento Proibido Entre Pai E Filha”), Stan era atormentado por causa de um romance incestuoso que teria mantido com ela, o que teria apressado a sua morte aos sessenta e sete anos após uma longa batalha contra o alcoolismo.

 

Algumas gravações 

Artistry In Rhythm (Stan Kenton)

Blues In Burlesque (Maynard Ferguson-Shelly Manne)

Interlude (Pete Rugolo-Bob Russell)

Laura (Johnny Mercer-David Raksin)

Lover Man (Roger “Ram” Ramirez-Jimmy Sherman-Jimmy Davis)

Malaguena (Ernesto Lecuona)

Night Watch (Stan Kenton)

Opus In Pastels (Stan Kenton)

Portrait Of A Count (Stan Kenton)

Soliloquy (Rube Bloom)

Southern Scandal (Stan Kenton)

Stardust (Hoagland “Hoagy” Carmichael-Mitchell Parish)

Stella By Starlight (Ned Washington-Victor Young)

Street Of Dreams (Lester Young-Sam M.Lewis)

Sunset Tower (Stan Kenton)

Swing House (Gerry Mulligan)

Tenderly (Walter Gross-Jack Lawrence)

Theme For Jo (Stan Kenton) 

Yesterdays (Jerome Kern-Otto Harbach)

domingo, 25 de julho de 2021

 


IN VINO VERITAS

(Augusto Pellegrini)

Em cada taça uma frase se esconde
Em cada copo um pensamento se cria
Em cada brinde o calor se expande
Em cada gesto a alegria se estende
Em cada gole a alma a Deus se rende
Enquanto a taça lentamente se esvazia

O vinho é vida – vino vita est
E toda existência está contida numa taça
O vinho é a verdade – in vino veritas
E toda sinceridade se despeja da garrafa

O vinho, seja rubro como a paixão
Rosado como a beleza
Branco como a pureza
Encorpado como o sangue
Delicado como um perfume
Divertido como uma pândega
Ou rascante como a força da vida
É sinônimo de prazer, elegância e companheirismo

Por isso ergamos nossas taças e nossos vivas
Num brinde à vida, à emoção e à alegria
E bebamos à nossa saúde
Viva!

2016

 


INGLÊS EM GOTAS

(Direitos reservados a Michael Strumpf & Auriel Douglas)

 

O CASO POSSESSIVO 

Os substantivos no caso possessivo dizem respeito a posse. Eles são palavras que “possuem”. No caso possessivo, os substantivos diferem dos substantivos nominativos ou substantivos objeto no que diz respeito à forma. 

The pirate’s treasure was lost at sea.

(O tesouro do pirata estava perdido no mar.)

 

The children’s toys littered the playroom floor.

(Os brinquedos das crianças estavam espalhados pelo chão na sala de recreação.)

 

The treasurer’s note has made me a little nervous.

(A anotação do tesoureiro me deixou um pouco nervoso.)

 

Nestes três exemplos, as palavras pirate’s, children’s e treasurer’s estão todas no caso possessivo. O tesouro pertence ao pirata, os brinquedos pertencem às crianças e a anotação foi feita pelo tesoureiro.

As regras do caso possessivo são bastante simples. Para todos os substantivos (sejam eles singular ou plural) que não terminem com a letra s apenas adicione “apóstrofo s” (‘s).

 

SINGULAR                                  PLURAL

 

boy→ boy’s                                mice→ mice’s

menino→ do menino                 camundongos→ dos camundongos

 

baker→ baker’s                        children→ children’s

padeiro→ do padeiro                crianças→ das crianças

 

judge→ judge’s                        brethren→ brethren’s

juiz→ do juiz                            confrades→ dos confrades

 

Alguns gramáticos discordam de como formar os possessivos de substantivos singulares que terminam em s. Na opinião dos autores consultados (Strumpf & Douglas) deve-se apenas acrescentar “apóstrofo s” (‘s) e seguir a regra sempre que possível.

 

boss→ boss´s              bus→ bus’s                  Jones→ Jones’s

chefe→ do chefe          ônibus→ dos ônibus     Jones→ do Jones

 

Charles→ Charles’s      lass→ lass’s                 Dickens→ Dickens’s

Charles→ do Charles    moça→ da moça          Dickens→ do Dickens

 

Existem, no entanto, diversas exceções para esta regra:

 

            Jesus→ Jesus’                         Moses→ Moses’

            Jesus→ de Jesus                     Moisés→ de Moisés

 

            Euripides→ Euripides’              Socrates→ Socrates’

            Eurípides→ do Eurípides          Sócrates→ do Sócrates

 

            Ramses→ Ramses’                  militias→ militias’

            Ramsés→ de Ramsés              milícias→ das milícias

 

            tigers→ tigers’                          beasts→ beasts’

             tigres→ dos tigres                   bestas→ das bestas

 

            rats→ rats’                               hearts→ hearts’

            ratos→ dos ratos                    corações→ dos corações

 

 

 

 


PÁGINAS ESCOLHIDAS

COISAS (1988)

A CORDA

É mais fácil achar uma chave no fundo de um rio do que notar a falta de um elefante naquele apartamento, principalmente se for de marfim. O zelador não iria escalar a lateral do prédio com as unhas esfoladas nem subir pela corda e ficar com a palma da mão pior do que a de Cristo depois que lhe pregaram os pregos, para cortar a corda na altura do decimo-primeiro andar e corer o risco de cair com ela – no máximo subiria até o quinto – e o pintor, se quisesse se suicidar, tomaria um balde e meio de verniz e teria uma disenteria de envenenar o mundo antes de dar a sua última contorção.