sábado, 27 de novembro de 2021

 

     PÁGINAS ESCOLHIDAS

O FANTASMA DA FM (1992)



(Augusto Pellegrini)

A INVEJA

A sabedoria popular esculpiu duas frases antológicas, dedicadas àqueles que têm inveja de tudo e de todos, o que a cada dia vai levá-los mais e mais para o menos e menos.
  
Essas frases retratam com fidelidade o pensamento de certos seres negativos que acham que os outros vivem num mar de rosas, besuntados pelo néctar dos deuses, e que jamais enfrentam desarranjos intestinais ou cobrança de dívidas, sem lembrar que onde há néctar pode haver formigas, e onde há rosas pode haver espinhos.

Um dos pensamentos, de profundidade bogartiana, diz que – com o perdão da má palavra – “comer mamãe todo mundo quer, mas dar pro papai ninguém quer” – com a conotação derivativa de “pimenta nos olhos dos outros não arde”.

O outro pensamento é uma espécie de bordão utilizado pelos boêmios bebedores e nos ensina que “todo mundo vê as cachaças que eu tomo, mas ninguém sabe dos tombos que eu levo” – na mesma linha de atuação de “você pensa que é mole?”

O invejoso tem por princípio achar que o seu mundo seria melhor se ele fosse o outro. Enxerga mais do que vê, tem os olhos maiores que a barriga, a galinha do vizinho é sempre mais gordinha e somente as suas uvas estão verdes.


A inveja é mentora de pelo menos três dos mandamentos – não roubar, não desejar a mulher do próximo e não cobiçar as coisas alheias – isto é, estabelecendo uma média ponderada, a inveja já nos dá trinta por cento do caminho do inferno.


Boa sorte.


(Análise psico-filosófica do efeito da inveja da vida das pessoas)


 

quarta-feira, 24 de novembro de 2021

 


EU E A MÚSICA - RIO ANTIGO
(Augusto Pellegrini)

(A visita do estranho poeta)

Parte 1

Quero um bate-papo na esquina
Eu quero o Rio antigo com crianças na calçada
Brincando sem perigo
Sem metrô e sem frescão

O ontem no amanhã...”
(“Rio Antigo” – Nonato Buzar e Chico Anysio)

De repente o poeta surgiu do nada.
Não me conhecia, foi-me apresentado – “este é Augusto Pellegrini, faz um programa de jazz aqui na rádio” – e parece que não prestou muita atenção.
Aliás, a rigor ele dava a impressão de que nunca prestava atenção em nada, pois seus sentidos estavam mais ligados no irreal, no surreal, no abstrato, de onde lapidava as suas frases, seus pensamentos e os seus acordes.
Sua filosofia de vida.
O poeta estava triste, havia morrido seu irmão – me contaram – e ele deixara o habitat que escolhera, a cidade do Rio de Janeiro, para cumprir com seus deveres fúnebres em São Luís e, depois de fazê-lo, resolveu procurar os amigos.
Como era dia, foi a uma emissora de rádio e depois às ruas do Centro velho; fosse à noite, talvez os procurasse pelos bares das quebradas.
O poeta não era só poeta, tinha muitas outras atividades misturadas no embornal.
Cantor, compositor e produtor musical, nascido em 1932 no interior do Maranhão na pequena Itapecuru-Mirim (naquele tempo, muito pequena), Raimundo Nonato Buzar foi brilhar no Rio, para onde viajou aos 21 anos num verdadeiro mergulho no meio do desconhecido.
Na verdade, sua intenção era estudar Engenharia, mas a magia envolvente da Cidade Maravilhosa falou mais alto e ele acabou contagiado pela música, que se transformou no seu projeto de vida. 
Fez seu debut nas noites cariocas cantando e tocando as suas composições nos bares da moda – Bottle’s e Little Club – e logo teve o seu talento reconhecido por dezenas de artistas e frequentadores da noite, e também por proprietários de casas noturnas, diretores de gravadores e produtores artísticos. E, é claro, também pelo público que lotava as casas onde ele se apresentava.
Nonato Buzar compôs um total de 162 canções, tanto solo como ao lado de parceiros como Paulo Sérgio Valle, Ronaldo Bôscoli, Carlos Imperial, Chico Anysio, Chico Feitosa, Torquato Neto, Nelson Motta, Paulinho Tapajós, Roberto Menescal, Durval Ferreira, Rosinha de Valença, Orlandivo, Tibério Gaspar, João Nogueira, Nosly, Gerude ou Rogeryo du Maranhão. 
Em nível nacional, teve suas músicas gravadas por Maysa, Alcione, Elis Regina, Elizeth Cardoso, João Nogueira, Nana Caymmi, Cauby Peixoto, Jair Rodrigues, MPB4, Wilson Simonal, Silvio César, Erasmo Carlos, Rosinha de Valença, Luiz Gonzaga, Ivan Lins, Milton Nascimento, Nelson Gonçalves e Ithamara Koorax (cuja gravação de “Vesti Azul” feita em 2012 num álbum chamado “Got To Be Real” foi “top ten” na Europa por ocasião do seu lançamento).
Nonato Buzar também atacou de produtor, sendo responsável na RCA Victor por discos de Jair Rodrigues, Wilson Simonal, a Turma da Pilantragem, Regininha e Jimmy Cliff e também por um álbum que registrou o Festival Internacional da Canção, um concurso de músicas criado por Augusto Marzagão para a TV Globo entre os anos 1966 e 1972.
Além de ter chegado às paradas europeias com “Vesti Azul”, Nonato compôs um punhado de temas de abertura que se popularizaram em novelas de televisão – “Verão Vermelho”, “Irmãos Coragem” (com Paulinho Tapajós), “O Homem Que Deve Morrer” (com Torquato Neto), além de outras músicas para as novelas “O Cafona”, “Minha Doce Namorada” e “Anjo Mau”.
Compôs temas para outros programas de tevê – “Chico City”, “Brasil Pandeiro”, “Saudade Não Tem Idade” e para filmes diversos – “O Donzelo” e “Aventuras De Um Detetive Português”.
O poeta, simples como um detalhe da natureza, não era pouca coisa não, mas não vivia sobre seus louros. 
Sujeito estranho, mas simpático, quando chegava ao Maranhão, que era a sua varanda, desdenhava completamente a aura do sucesso obtido lá fora, e curtia os bares do Mercado Central e as barracas da Ponta D’Areia com a mesma disposição que curtia os bares e a praia de Copacabana, cultivando amigos e novos amigos com o mesmo desprendimento e a mesma afeição.
Nonato Buzar foi então me apresentado, e depois de cinco minutos de conversa nos corredores da emissora, ele me confidenciou que devido ao seu luto familiar não se sentia animado para cair na farra quando chegassem as tentações da noite, pois sabia que se encontrasse a turma da boemia nos bares da vida, a coisa iria inexoravelmente descambar para tal.
Pediu, então, meu endereço e prometeu me fazer uma visita, para espairecer um pouco, posto que tinha passagem marcada de volta para o Rio na manhã seguinte.
Passei o endereço e as referências – “aquela rua do supermercado, na esquina do posto de gasolina, depois de um muro amarelo cheio de pichações” – e ele anotando tudo mentalmente, sem maiores problemas, numa cidade que conhecia muito bem.

terça-feira, 23 de novembro de 2021

 


NOVOCABULÁRIO INGLÊS

(Copyright FluentU) 

(ver tradução após o texto)

 

COMPLIMENT and COMPLEMENT 

The pronunciation is almost the same but the meaning differs completely.  
 

COMPLIMENT – If someone says to you “I really like your shirt” then they’re COMPLIMENTING you. In other words, they’re giving you a COMPLIMENT. As a verb or noun, COMPLIMENT means saying something nice about someone.

 

“I COMPLIMENTED my sister on her delicious cooking (verb).”  

            “I gave my sister a COMPLIMENT on her delicious cooking (noun).”

 

 

            COMPLEMENT – is when two things go well together, or complete each other. This word is often used in food and in fashion to describe matching styles or ingredients.  

 

             “This blue tie really COMPLEMENTS my white shirt.” 

            “That wine COMPLEMENS the meat dish well.”

 

             

            TRADUÇÃO 

ELOGIO e COMPLEMENTO  

A pronúncia destas duas palavras em inglês (“compliment” e “complement”) é quase a mesma, mas o significado é completamente diferente.

COMPLIMENT (ELOGIO) – Se alguém diz para você “Eu gostei muito da sua camisa” ele está elogiando. Em outras palavras, ele está fazendo um elogio. Tanto como verbo quanto como substantivo, elogio/elogiar significa dizer algo agradável para uma pessoa.   

            “Eu elogiei minha irmã pela sua deliciosa comida (verbo).”

“Eu fiz um elogio para a minha irmã pela sua deliciosa comida (substantivo).”


            COMPLEMENT (COMPLEMENTO) – Acontece quando duas coisas combinam perfeitamente, ou se completam. Esta palavra é normalmente usada para se referir a comida ou moda para descrever estilos ou ingredientes que se complementam.

“Esta gravata azul fica muito bem com a minha camisa branca.”

“Este vinho combina muito bem com esta carne.”

 

 

segunda-feira, 22 de novembro de 2021

 

SINOPSE DO PROGRAM


A SEXTA JAZZ DE 03/01/2020
RÁDIO UNIVERSIDADE FM - 100.9 Mh
São Luís-MA

GLAUCO LIMA - ONCE UPON A TIME...

Nascido em Marília, interior de São Paulo, e radicado nos Estados Unidos há 12 anos, o pianista Glauco Lima já se apresentou em diversas cidades do Brasil e dos Estados Unidos e em países da América do Sul e da Europa. Tem vários discos gravados e já trabalhou com muitos músicos de diversos estilos. Neste álbum gravado em 2015, chamado "Once Upon A Time..." (Era Uma Vez...) ele discorre musicalmente sobre um planeta imaginário chamado Ababacabe e sua civilização de seres evoluídos chamados Sevenks. Neste passeio ele vai de Tom Jobim ao baião, da lenda ao chorinho e chega até o Hino da República dos Estados Unidos, dentro de um estilo bastante moderno e harmonioso. O disco tem a participação especial do baixista John Petitucci.

Sexta Jazz, nesta sexta, oito da noite, produção e apresentação de Augusto Pellegrini