sábado, 9 de outubro de 2021

 


EU E A MÚSICA

YEAH, THE BLUES!

(o Brasil no circuito mundial dos festivais)

Parte 1

Desde o final dos anos 1980, o Brasil tem se tornado um lugar bastante concorrido para a realização de festivais de rock, jazz e blues.
Mas nem sempre foi assim.
Demorou algum tempo para que o público brasileiro viesse fazer parte do roteiro dos megafestivais de música.
Naquela época os festivais de rock faziam comercialmente mais sentido do que os seus congêneres de jazz, pois tinham como suporte de mídia alguns bem sucedidos encontros internacionais produzidos e trabalhados mundo afora pelo show business.
É claro que isto não significa que o jazz não estivesse acontecendo no cenário mundial, mas parecia mais acertado apostar num movimento mais performático, como as bandas, os astros do rock e os seus grandes espetáculos de luz e cor, do que numa música que privilegiava mais os ouvidos e a sensibilidade.
O rock possuía um apelo mais popular, talvez por ter surgido mais recentemente. Afinal, o velho jazz foi apresentado ao mundo no início do século vinte, cinquenta anos antes que Chuck Berry afinasse a sua guitarra e produzisse o fenômeno que na época foi conhecido como rock-a-billy – uma mistura de country music com rhythm & blues, derivando para o rock and roll com a posterior intromissão do boogie-woogie.
A modernidade do rock era portanto mais propícia para agregar o público mais jovem, que não se importava em deixar o conforto de lado para se divertir como bem entendesse.  
Desde o seu nascimento, o rock teve uma boa penetração na mídia e era divulgado, embora ainda que timidamente, em programas radiofônicos e festinhas de família onde no final da década de 1950 Bill Haley disputava espaço com Cely Campello e Carlos Gonzaga.
E isto não definitivamente acontecia com o jazz e com o blues.

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O Brasil da Era do Swing tinha programas radiofônicos de jazz com as grandes orquestras tocando ao vivo pela Voz da América, mas isto acabou com o fim da Segunda Guerra Mundial e com a mudança da mentalidade da juventude que começava a se tornar rebelde.
Por se constituírem num público menor e mais maduro, e por consumirem uma música mais sofisticada, jazzófilos e bluesófilos passaram então a viver num quase esquecimento, vendo-se obrigados a ouvir os seus estilos prediletos em casa por meio de gravações discográficas e a acompanhar de longe as trajetórias dos festivais de jazz mais famosos – Monterey (EUA), New York (EUA), Newport (EUA), Montreux (Suiça), JVC (França), Blue Note (Bélgica), North Sea (Holanda) e mais uma centena de outros – através de reportagens de colunas especializadas de jornais ou revistas, ou então por meio de discos long-play, cujas contracapas e encartes nos davam a noção do que se passava por lá, tudo documentado com as devidas fotos. Os discos muitas vezes traziam músicas gravadas ao vivo, o que adicionava uma emoção a mais ao ouvinte.
E a gente só sonhava, ainda que acordado.
De acordo com pesquisas não muito oficiais, o interesse que o jazz e o blues despertavam nos apreciadores de música era muito pequeno para se pensar num evento de largo consumo. Essa barreira, no entanto, foi finalmente  ultrapassada graças a alguns produtores arrojados que apostaram na inteligência do público e tiveram o apoio de patrocinadores fortes para tornar a ideia viável.

quinta-feira, 7 de outubro de 2021

 


     PÁGINAS ESCOLHIDAS

O FANTASMA DA FM (1992)
(Augusto Pellegrini)

RETALHOS E REBOTALHOS

É preciso ser artista para ser artista…

É preciso ser resiliente enfrentar as portas na cara quando à procura de uma oportunidade para se apresentar, é preciso ter estômago para não vomitar na cara daquele dono de bar que dá ordens e pensa que sabe, é preciso ter saco para aturar o público errado que conta piadas e ri enquanto você toca, é preciso ter sorte para conseguir um emprego onde você possa soltar as suas emoções em notas musicais e ainda ganhar o miseravelmente necessário para satisfazer o mínimo das suas necessidades.

É preciso ser gênio para sair daquele buraco às quatro da manhã enquanto a decadência pouco a pouco toma conta de cada um dos habitués e a casa se transforma num final de filme de Fellini.

É preciso ser santo para estudar seis horas por dia e se apresentar para esse tipo de gente.

É preciso ser Deus para fazer um fraseado como Charlie Parker.

 

(Problemas existenciais de um músico da noite)


 

 


TARDE VERMELHA 

(Augusto Pellegrini)

 

Tarde vermelha

O poeta pintou de saudade

De saudade de ver lindos olhos

E seus olhos cansados choraram

Mar vendo a noite

Que provoca tristeza

E tristeza é mais triste no mar

Qualquer coisa aconteceu com o dia

Que teve, infeliz, que morrer


Praia sem lua

Que luar ainda não veio à rua

Fugiu ao ver

A estrela que deita na areia vermelha

A cor que o sol da tarde fez aparecer ...

segunda-feira, 4 de outubro de 2021

 


SINOPSE DO PROGRAMA SEXTA JAZZ DE 02/08/2019
RÁDIO UNIVERSIDADE - 106,9 Mhz
São Luís-MA

THE BOP SESSION

As modificações pelas quais o jazz passou durante seus cento e vinte anos de existência têm alterado a sua forma sem mudar a sua essência ao longo do tempo. De todas elas, a mais significativa ocorreu com a chegada do bebop. Com o bebop, os músicos começaram a experimentar a real liberdade de interpretação e improviso. O bebop tornou-se, assim, uma linha divisória entre o passado e o futuro, e a partir dele tem-se a impressão de que o jazz multiplicou as suas possibilidades. Este programa reúne seis dos seus maiores intérpretes numa sessão que exprime com exatidão o sentimento que nasceu nos bares do Harlem em meados dos anos 1940. São eles o trompetista Dizzy Gillespie, o saxofonista Sonny Stitt, o baixista Percy Heath, o baterista Max Roach e os pianistas John Lewis e Hank Jones, executando algumas joias do estilo como “Confirmation”, “Blues ‘n’ Boogie”, “Groovin’ High”, “All The Things You Are” e “Lady Bird”. Imperdível! 

Sexta Jazz, nesta sexta, oito da noite, produção e apresentação de Augusto Pellegrini

                                                                                                   

 

 


TRISTE INVERNADA

(Augusto Pellegrini)

O que mais preocupa na tarde cinzenta
Não é a perspectiva da noite vazia
O que me irrita e de fato me atormenta
É não ver cores vivas festejando o dia

Durante horas a fio o vento, qual açoite
Bate com força rude junto à chuva forte
A natureza uiva como fosse a morte
Mostrando a desolada face toda a noite

Amanheceu enfim, nesga qualquer de sol
E o azul do céu segue sendo escondido
As aves fugiram sem ter um arrebol
Voaram todas pro desconhecido

Parece que esta tarde, cinza e sem sabor
Vai ser acompanhada de outra noite magra
Trazendo desalento, frio e dissabor
Face cruel desta triste invernada

 

Fevereiro 2019

 

 

 

domingo, 3 de outubro de 2021

 


NOVOCABULÁRIO INGLÊS

(Copyright EF Education) 

(ver tradução após o texto)

 

ABSQUATULATE 

The word ABSQUATULATE came out of an old fad in America in the 1830s for making playful words that sounded vaguely Latin. It takes the word “squat” (hunch. Cower) and adds the prefix “ab” (off, away) and the verb ending “-ulate” to suggest “getting up and leaving”.

 

   “Feeling that he didn’t have a chance to win, Jeremy ABSQUATULATED from the race.”  

         “Before the thief could ABSQUATULATE with the diamonds, he was surrounded by police officers.” 

                 “To escape a death sentence, the killer knew he had to ABSQUATULATE from the country.”

 

 

            

            TRADUÇÃO

 

SAIR ABRUPTAMENTE, IR EMBORA ÀS PRESSAS, “TIRAR PRA FORA”  

Em inglês, a palavra “absquatulate” veio de um modismo que apareceu na América durante os anos 1830, que tentava fazer um jogo de palavras para que elas lembrassem vagamente o Latim. Eles juntaram a palavra “squat” (abaixar-se, ficar de cócoras), adicionando o prefixo “ab” (pra fora, ir embora) e a finalização verbal “ulate” para designar o ato de “se por de pé e sair correndo”.  

            “Percebendo que ele não teria a menor chance de vitória, Jeremy abandonou a corrida e foi embora.”

“Antes que o ladrão pudesse se evadir com os diamantes, ele foi cercado pelos policiais.”

“Para fugir da pena de morte, o assassino sabia que ele tinha que sumir rapidamente do país.”