sábado, 10 de junho de 2017




O GOL OLÍMPICO

Fruto do acaso, de uma falha do goleiro ou de um treinamento intensivo, o gol olímpico nasceu tardiamente se considerarmos a cronologia do futebol, pois ele aconteceu muito depois dos primeiros registros sobre  "a invenção do futebol moderno" que remontam ao século 19, incluindo as primeiras regras.
O futebol que se pratica hoje, mesmo depois de algumas modificações nas regras,  nasceu em 1863, quando houve a separação das duas "associações de jogos de bola" (o futebol "association", que não permitia o uso das mãos e agarrões ou trancos no adversário, e o futebol "rugby", que permitia tudo isso), mas o gol olímpico foi incluído pela International Board como regra para o futebol "association"apenas em junho de 1924. 
O gol olímpico é aquele marcado diretamente através da cobrança de um escanteio, sem que nenhum atacante ou defensor tenha tocado na bola. A cobrança é considerada um tiro livre direto, ou seja, o cobrador não pode tocar duas vezes na bola depois que ela foi posta em jogo.
Consta que o primeiro gol olímpico regulamentado tenha sido marcado por um tal Billy Alston, na Escócia, em 21 de agosto de 1924, mas o registro é muito vago e o lance ainda não tinha sido batizado de "olímpico".
Isso veio a acontecer em outubro do mesmo ano durante um amistoso entre Argentina e Uruguai, disputado na Argentina, com vitória dos argentinos por 2x1, sendo o gol marcado pelo argentino Cesáreo Onzari.
No meio da euforia, os argentinos deram ao gol a denominação de "olímpico" para ironizar os uruguaios, que haviam vencido o torneio de futebol dos Jogos Olímpicos meses antes em Paris.
Os torcedores do Vasco da Gama têm uma versão diferente para a história, dizendo que a expressão "gol olímpico" nasceu depois de um gol de escanteio assinalado pelo ponta-esquerda Santana em 1928 num jogo contra o time uruguaio Montevideo Wanderers, na partida de inauguração dos refletores e de um lance de arquibancadas do Estádio de São Januário, tendo também a medalha olímpica de 1924 como motivo para gozação.
Aqui, algumas curiosidades sobre o lance:
O primeiro gol olímpico assinalado numa Copa do Mundo teve como autor o colombiano Marcos Coll, no empate de 4x4 entre Colômbia e União Soviética em 1962 no Chile (como curiosidade adicional, Marcos Coll morreu há quatro dias - 5 de junho de 2017 - em Barranquilla-Colômbia, aos 82 anos).
Em 1973, Pelé, jogando nos Estados Unidos pelo Santos um amistoso contra o Baltimore Bays fez o único gol olímpico da sua carreira. Assim, na guerra de comparações entre Pelé, Garrincha, Puskas, Cruijff, Maradona, e mais recentemente Messi e Cristiano Ronaldo, Pelé alcança também este pontinho extra, pois nenhum dos outros jamais marcou este tipo de gol.
O ex-jogador Petkovic tem um registro de nove gols olímpicos, todos eles marcados no Brasil entre 1999 e 2009, sendo cinco pelo Flamengo, três pelo Fluminense e um pelo Vitória.
Massimo Palanca, que durante praticamente toda a sua carreira de 1971 a 1990 defendeu apenas o Unione Sportiva Catanzaro, clube que milita nas divisões inferiores do futebol italiano, tem registrado treze gols olímpicos e é considerado o recordista mundial da modalidade.  
Voltando ao parágrafo inicial, o gol olímpico pode acontecer dentro de algumas situações específicas:
Ele pode ser fruto do acaso, ou seja, por um efeito involuntário dado na bola na hora do chute fazendo com que ela descreva uma trajetória não planejada, ou mesmo sendo a bola desviada por efeito do vento.
Ele pode ser o resultado de uma falha do goleiro, quer por mau posicionamento quer porque tenha sua visão ou posição atrapalhada por um companheiro ou por um adversário.
Ou ele pode ser fruto de um treinamento intensivo, levando-se em conta o efeito que muda a trajetória da bola e a movimentação dos atacantes dentro da pequena área durante a cobrança do escanteio, a fim de apanhar o goleiro de surpresa. 
Em tempo: Petkovic treinava intensivamente as cobranças de escanteio.
 
 
 
 
 
 

quarta-feira, 7 de junho de 2017




INSISTÊNCIA

Por que você insiste para que eu feche a porta?
Eu sei que é tarde, mas a noite preservou o calor
Que à tarde o sol intenso quase nos incendiou
Pode ser noite, mas cálida sensação é o que importa
Em contraposição com o seu mau humor

Por que você insiste para que eu feche a boca?
Se eu gosto de falar, a sós, comigo mesmo
Na falta de um interlocutor que me compreenda
E faça eco à minha vã conversa louca
Feita de notas musicais, como um solfejo

Por que você insiste para que eu não ouça?
Se tudo o que desejo é ter o ouvido aberto
Para saber o que de mim fala este vento
O gotejar da água que que na poça empoça
E o farfalhar das folhas que estão por perto  

Por que você insiste que eu abandone o vinho?
Se é ele que me faz noturna companhia
Enquanto aguardo em vão por aquele sorriso
E aquele olhar sereno pra aquecer meu ninho
Tornando esta mansão um pouco menos sombria

Por que você insiste que eu não sinta a noite
E a sua companhia amiga e benfazeja?
Se isto parece agora ser tudo o que me resta
Para tentar fugir da dor do seu açoite
Que é neste instante o que minh’alma almeja

A porta, a boca, o vinho, a noite ausente
Me fazem companhia, ao lado da sua ausência
Quem sabe a manhã venha e traga novidades
Você sorrindo lindo e desbragadamente
Me olhando com ternura... e sem tanta insistência

Jun 2017

 



     



terça-feira, 6 de junho de 2017






SINOPSE DO PROGRAMA SEXTA JAZZ DE 19/06/2015
RADIO UNIVERSIDADE FM - 106,9 Mhz
São Luís-MA

FLORA PURIM - MIDNIGHT SUN

Flora Purim é uma cantora carioca que se internacionalizou como cantora de jazz e hoje é uma referência no estilo. Dona de grandes dotes artísticos, desde pequena tocava piano e violão, e fez parte de uma geração de cantoras do início da bossa-nova, até se mudar para os Estados Unidos em 1967 para estudar música na Califórnia, ao lado do percussionista Airto Moreira, com quem viria a se casar em 1972. Influenciada por Billie Holiday, Dinah Washington, Ella Fitzgerald e Sarah Vaughan, Flora Purim, com mais de quarenta anos de carreira, dividiu a cena com Stan Getz, Gil Evans, Dizzy Gillespie, Chick Corea, George Duke, Carlos Santana, Al Di Meola e Hermeto Pascoal, entre outros. O Sexta Jazz desta semana traz gravações de um álbum lançado em 1988 com um mix de composições que vai de Lionel Hampton a Milton Nascimento, e de Jaco Pastorius a Egberto Gismonti, abrilhantadas pela força e pela precisão vocal de Flora Purim, numa interpretação que mescla a harmonia do jazz com a sua brasilidade.   
  
Sexta Jazz, nesta sexta, oito da noite, produção e apresentação de Augusto Pellegrini