ESTRELAS FORA DA COPA
A
pouco mais de dois meses do início da Copa do Mundo os torcedores e as
comissões técnicas dos países participantes estão fazendo toda a sorte de
mandinga para que nenhuma fatalidade ocorra com os craques das suas seleções,
um problema que se repete a cada magna competição.
A
Copa do Mundo é um torneio de tiro curto profundamente desgastante que requer
muita dedicação e muito preparo físico e psicológico dos jogadores. Eles têm
que estar cem por cento dentro das condições atléticas, físicas e mentais para
tentar a superação que cada partida exige.
Qualquer
coisa que venha desequilibrar o estado emocional pode ser fatal – vide como exemplo
a estranha crise nervosa de Ronaldo no dia da final contra a França em 1998 e o
resultado dela consequente.
Mas
apesar de toda essa reza braba e de todos os cuidados tomados, alguns jogadores
que poderiam fazer a diferença no Brasil já estão inexoravelmente fora de
combate.
Assim,
o torcedor brasileiro, os milhares de turistas estrangeiros que virão
prestigiar as suas seleções e os milhões de telespectadores em todo o mundo que
acompanharão a Copa pela TV deixarão de ver alguns atletas que costumam
acontecer com sucesso nos finais de semana nos jogos dos seus campeonatos
nacionais.
Alguns
jogadores que poderiam fazer a diferença estão fora da Copa, como o maestro do
meio-campo holandês Kevin Strootman (que atua pela Roma), os atacantes ingleses
Jack Wilshere e Theo Walcott (ambos do Arsenal), o meia-atacante alemão Sami
Khedira (Real Madrid) e o experiente goleiro espanhol Victor Valdés (do
Barcelona).
Existe
alguma possibilidade de a Colômbia contar com o seu principal atacante Falcao
Garcia, que se recupera de uma grave lesão no joelho, mas mesmo voltando ele com
certeza não estará dentro das condições necessárias para fazer uma boa
competição.
Outros
lesionados que não estarão participando do torneio por causa de contusão são
Bryan Oviedo, costarriquenho que atua no Everton, da Inglaterra, Giuseppe
Rossi, italiano da Fiorentina e o português nascido em Guiné-Bissau Armindo Tué
Na Bangna, conhecido pelo nome de Bruma. Também está fora da Copa o zagueiro da
seleção da Croácia Josip Simunic que atua pelo Dínamo de Zagreb, suspenso pela
Fifa por dez jogos oficiais por causa de uma saudação fascista inoportuna.
Esta
situação não é nova, pois em Copas anteriores muitos ídolos deixaram de desfilar
o seu futebol por problemas de contusão, inclusive os brasileiros Tesourinha
(1950), Rogério (1970), Clodoaldo (1974), Zé Maria e Nunes (1978), Careca
(1982), Ricardo Gomes (1994), Juninho Paulista, Marcio Santos, Flavio Conceição
e Romário (1998), Emerson (2002) e Edmilson (2006).
Acrescente-se
à lista o espanhol Santiago Cañizares e o inglês Rio Ferdinand (2002), e o
inglês David Beckham, o mexicano Salvador Cabañas e o alemão Michael Ballack
(2010), só para mencionarmos alguns casos mais recentes.
O
argentino Alfredo Di Stefano é um caso à parte.
Entre
os anos 1940 e 1950 o craque vivia o melhor momento da sua carreira, formando
um ataque avassalador ao lado de Boyé, Moreno, Labruna e Lostau, e a Argentina seria
a franca favorita para brigar pela conquista das Copas de 1942 e 1946, talvez
rivalizando apenas com a Itália.
Mas
Di Stefano deixou de se consagrar porque as Copas não aconteceram, em virtude
da Segunda Guerra Mundial.
Já
veterano, Di Stefano foi convocado para defender a Espanha na Copa de 1962, mas
viajou para o Chile contundido, e a seleção espanhola foi eliminada pelo Brasil
antes que ele adquirisse condição de jogo.
São
as trapaças da sorte...
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