A HISTÓRIA SE REPETE
(ARTIGO PUBLICADO NO CADERNO “SUPER ESPORTES”
DO JORNAL “O IMPARCIAL” DE 13/02/2015)
Mostrando um
futebol pouco convincente, a seleção do Brasil encerrou a sua participação no Campeonato
Sul-Americano Sub-20 disputado no Uruguai amargando um modesto quarto lugar.
A despedida teve
um toque de melancolia com uma derrota contundente para a Colômbia por 3x0.
Menos mal
que, terminando entre os quatro primeiros, o Brasil pelo menos conquistou o
direito de disputar o Mundial da categoria a ser jogado em maio e junho deste
ano na Nova Zelândia, representando a América do Sul juntamente com a Argentina
(campeã do Sul-Americano), o Uruguai e a Colômbia.
Era o mínimo
que se esperava, pois seria absolutamente cruel e vexatório se o Brasil não ficasse
entre os quatro primeiros colocados em um torneio de seis participantes.
Se as coisas não
forem consertadas, porém, corremos o risco de passarmos por um vexame maior no
Mundial.
A seleção
brasileira Sub-20 tem entre os seus integrantes alguns jogadores que já atuam como titulares
dos seus respectivos clubes – entre eles os zagueiros Marlon (Fluminense) e
Nathan (Palmeiras), os laterais Auro (São Paulo), João Pedro (Palmeiras) e Caju
(Santos), o meio-campista Boschilia (São Paulo) e os atacantes Gabriel (Santos),
Kennedy (Fluminense), Thales (Vasco), Yuri (Botafogo) e Malcom (Corinthians),
além do ex-Internacional Otávio, atualmente defendendo o FC Porto, e Lucas
Evangelista, ex-São Paulo, que joga na Udinese, da Itália.
Parece então que
material não falta, pois o time possui bons valores individuais.
A seleção, no
entanto, carece de uma estruturação tática mais moderna, isto é, padece dos
mesmos males da seleção principal que perdeu o Mundial de 2014.
Infelizmente,
estes males não se restringem apenas ao futebol praticado em campo e se não
forem corrigidos representarão mais uma decepção daqui a três meses.
Os jovens são
promissores, mas aparentemente não tiveram a orientação necessária,
evidenciando despreparo em campo e causando cenas de grande constrangimento
fora dele.
Depois de uma
circulada noturna pelo bar do hotel onde estavam hospedados, três atletas
arrumaram uma grande confusão com outros hóspedes e funcionários do hotel.
O rebuliço adentrou
a madrugada, comprometendo a concentração do time que iria enfrentar a
Argentina algumas horas mais tarde, quando o Brasil perdeu por 2x0 e deu um adeus
antecipado às pretensões ao título.
A CBF não se
manifestou imediatamente nem sobre o incidente nem sobre as providências que
seriam tomadas, mas acaba de demitir o técnico Alexandre Gallo, que
não conseguiu se impor nem dar padrão de jogo à equipe.
Gallo fez
parte da equipe coordenada por Parreira em 2014 e apesar de não
ter tido nenhuma influência prática sobre o resultado patético da seleção
principal na Copa, ele está contaminado por aquela filosofia perdedora, que
teve na falta de liderança de grupo a principal razão para má produção dos
jogadores.
Nossos atletas
ficam ricos e famosos muito jovens e com pouca maturidade, e padecem de um
deslumbramento que deveria ser controlado pelos dirigentes, principalmente
quando a equipe está representando o nosso futebol e a nossa história em uma competição
de porte.
Sem uma
correção de rumo logo iremos mostrar os mesmos problemas das seleções
africanas, que primam pela indisciplina e pela falta de coordenação.
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