O ESTRESSE NO ESPORTE
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As
pressões sofridas pelos profissionais das mais variadas espécies têm se
evidenciado de uma forma bastante negativa aos olhos cada vez mais atentos do
mundo, mostrando que mais do que nunca é chegado o momento de as empresas
detectarem problemas existentes com os seus colaboradores, seja por meio de um
diálogo franco entre chefia e subordinados, seja através do trabalho de um
psicoterapeuta, psicólogo ou até mesmo de um psiquiatra.
O
mundo ficou moderno e competitivo demais, e mais do que nunca se percebe a
necessidade de uma alternância entre trabalho e lazer.
É
claro que estas equações dependem do tipo de atividade e da responsabilidade
que o empregado tem com a empresa, mas alguma coisa tem que ser pensada – e logo
– por conta do crescimento das ocorrências que variam entre revolta,
agressividade, distração e até negligência.
O
caso mais grave no momento diz respeito ao piloto alemão que arremessou o jato que
co-pilotava sobre uma montanha dos Alpes, causando a morte de 150 pessoas,
incluindo a sua. Como se veio saber depois, o piloto trabalhava sob intenso
estresse emocional por questões de saúde e de relacionamento e a explosão final
se deu exatamente quando ele conseguiu ter o domínio da aeronave em pleno ar.
Há
também comentários não autorizados de que o mecânico que trocou a pá do
helicóptero que caiu em São Paulo matando cinco pessoas, entre elas o próprio
mecânico e o filho do governador paulista, teria sido negligente, dada a
natureza quase corriqueira do serviço. Como foi constatado pela perícia, a pá
se soltou minutos antes da nave pousar.
No
campo do esporte este tipo de estresse não provoca, felizmente, tragédias deste
porte, mas pode originar intenso desconforto e questionamentos causados pelos profissionais
sob tensão.
A
milionária e bem treinada Fórmula Um enseja empregos entre os mais glamorosos e
ao mesmo tempo mais exigentes, e já nos propiciou momentos de intensa apreensão
quando rodas mal colocadas se soltaram ainda no pit-stop causando – ou não –
acidentes ou quando pilotos irresponsavelmente jogaram seus bólidos a 300 km/h
sobre o carro de um adversário.
O
futebol também é pródigo em evidenciar o desequilíbrio emocional de jogadores,
técnicos e dirigentes, o que além de causar intensas discussões pode também
provocar problemas de ordem financeira e grandes possibilidades de tumulto
entre torcedores.
O exemplo do último fim de semana - a reação despropositada do lateral Fabrício, do Internacional - faz com que profissionais do esporte e da imprensa voltem a se perguntar
o que poderia levar uma pessoa a agir de maneira tão intempestiva diante de milhares
de torcedores e telespectadores a ponto de gesticular gestos ofensivos, dirigir
palavras impublicáveis e se lançar na direção da turba como um leão
ensandecido, tirar a camisa do clube que lhe paga o salário e atirá-la ao chão.
O
histórico do jogador é digno de reflexão, pois ele provocou nada menos de
outros oito incidentes entre 2012 e 2014, entre discussões com técnicos, briga
no vestiário com o jogador da própria equipe Rafael Moura, desentendimento com
o jogador Willians durante um treino e tentativa de agressão ao árbitro Héber
Roberto Lopes, além de brigas no gramado com jogadores adversários, sendo a
última em novembro, quando se estranhou com o palmeirense Bruno Cesar e depois
de contido ainda tentou invadir o vestiário do adversário.
O
lateral teve seu contrato rescindido pelo Inter e ganhou mais uma
oportunidade de recuperar a sua reputação no Cruzeiro, que o acolheu. Resta ver
como sua cabeça irá reagir às pressões tão comuns da torcida, do técnico e da
diretoria no seu novo clube.
(Artigo publicado no caderno Super Esportes
do jornal O Imparcial de 10/04/2015)
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