QUE VENHA 2016!
Amigos,
Gol de Placa está de volta depois de trinta dias em que o esporte deixou de ser
participativo para ser apenas especulativo. Nesse entretanto, os times, da
mesma forma que o comentarista, ficaram recarregando as baterias para a
temporada de 2016.
Como
de praxe, houve muita conversa, muitas transferências, muitas contratações
novas, algumas oportunidades para jovens promessas, alguns clubes passando
rasteira em outros clubes e um bocado de acusações entre dirigentes.
E
como novidade, a China fazendo uma peneira no nosso futebol profissional como
olheiro de várzea e levando uma penca de jogadores para seus clubes – inclusive
para alguns da segunda divisão! – ao mero tilintar de irrecusáveis milhões de
euros.
Como
em todo início de ano, crescem as expectativas pelas coisas boas em todos os sentidos,
e isto não poderia ser diferente no esporte, que este terá um ano cheio de
disputas interessantes.
No
futebol, mesmo com toda a falta de datas e ainda contando com um calendário pra
lá de apertado, a temporada foi acrescida de mais um torneio – a Liga Sul-Minas
– e será intensamente recheada pelos Campeonatos Regionais, pela Copa do
Brasil, pelo Campeonato Brasileiro Séries A, B e C, pela Copa Sul-Americana e
pela Copa Libertadores da América.
Isto
sem falar deste interessante aperitivo chamado Copa São Paulo de Futebol
Júnior, que revela tantos craques e termina na próxima segunda-feira.
Alguns
times disputarão torneios específicos, como a Copa Verde, a Copa Nordeste e a
já citada Liga Sul-Minas.
A
seleção brasileira também estará presente nos Jogos Olímpicos, onde busca a sua
primeira medalha de ouro e nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018 onde
busca se firmar, além de uma edição extra da Copa América.
Então,
ao invés das tradicionais promessas de Ano Novo, farei votos para que aconteçam
coisas boas.
Eu
faço sinceros votos para que a qualidade do futebol cresça como um todo, e que
diversos times no Brasil possam disputar títulos jogando de igual para igual
entre si e que vença o melhor (e não o menos ruim, o que infelizmente tem sido
a tônica dos últimos anos).
Espero
que o nosso futebol seja mais competitivo contra times de outros países, o que
não vem acontecendo atualmente, e isto vale para a seleção.
Espero
que a seleção brasileira consiga enxergar e corrigir os seus defeitos – muitos
deles provenientes da máfia que se instalou na CBF e nas suas ligações espúrias
com dirigentes de outras confederações, agentes e patrocinadores.
Espero
que a arbitragem deixe de cometer erros grosseiros que interferem nos
resultados dos jogos e dos torneios.
Espero
que os técnicos transmitam mais coragem e ofensividade aos seus jogadores,
privilegiando os treinamentos táticos e preservando as características dos seus
comandados ao invés de apostarem apenas num preparo físico que estimule o
antijogo.
Espero
que os jogadores se comportem com mais decência e ajudem o espetáculo a
transcorrer num clima de empolgação e honestidade, deixando de lado essa coisa
de simular contusão e fazer “cera” quando o resultado lhes interessa. E que o
árbitro tome providências para punir essa embromação.
Espero
que a relação entre o dinheiro e o futebol tome um rumo mais profissional e não
mercantilize de forma infame a beleza lúdica que o esporte precisa ter para
conquistar adeptos, torcedores e respeito.
Espero
que os juristas e legisladores tomem afinal medidas mais duras para dar
segurança ao torcedor bem intencionado, protegendo-os dos criminosos instalados
no futebol que se intitulam “torcida organizada”, que grassam como peste nos
grandes clubes sob as bênçãos de dirigentes sem escrúpulos que os utilizam como
massa de manobra para alcançar os seus objetivos.
Espero
também que certos leitores – felizmente poucos – tenham o mínimo de
inteligência e discernimento para entender que eu, como analista apenas analiso
e como comentarista apenas comento, isto é, somente escrevo o que me parece
correto (e é claro, posso estar errado) sem torcer nem distorcer para o clube A
ou B, embora obviamente, como todos que gostam de futebol, eu tenha o meu time
de preferência. Que estes leitores tenham em mente que eu não posso ser
considerado culpado porque o seu time perdeu, foi eliminado ou rebaixado, nem
sou para-raios das suas frustrações. E que sejam no mínimo mais educados nas
suas destemperanças.
E,
finalmente, espero que os Jogos Olímpicos nos sejam leve, amém!
(Artigo publicado no caderno SuperEsportes do
jornal O Imparcial de 22/01/2016)
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