A MARCA DO CRAQUE
O jogador Cristiano Ronaldo é atualmente a bola da vez.
Na verdade, desde que Messi perdeu rendimento e deixou de ser o encantador de plateias, e na medida em que Neymar e Ibrahimovic ainda não convenceram o crítico internacional que têm futebol para fazer parte da elite dos craques, o português vem ganhando adeptos.
Com um futebol que passa longe da magia e da arte, Cristiano Ronaldo é um rei em eficiência e um mestre em alcançar resultados. Dele talvez não se possa esperar jogadas encantadoras de emocionar torcedores e críticos, mas pode sim ser esperada uma margem de erro próxima do zero.
Não é à toa que o chamado CR7 já assinalou 595 gols desde que se profissionalizou em 2002, entre eles 5 pelo Sporting, 11 pela seleção portuguesa, 118 pelo Manchester United e 400 pelo Real Madrid, sendo os 6 últimos resultados de dois "hat-tricks" (nome que se dá a três gols marcados pelo mesmo jogador em uma única partida) pela Champions League, nada menos do que contra Bayern Munich e Atlético de Madrid.
Na média de gols por partida, Cristiano Ronaldo (0,7) perde para Lionel Messi (0.8) mas vem mantendo ultimamente uma regularidade maior do que o argentino, de modo que não será difícil haver uma inversão se Messi, apesar de ser mais novo que o português começar a cair fisicamente.
É que o português é dono de um preparo físico invejável, o que o diferencia de grandes craques que não suportaram as exigências do futebol competitivo e começaram a naufragar com o passar do tempo - vide Ronaldo "o Fenômeno", Ronaldinho Gaúcho e o próprio Messi, só pra citar alguns contemporâneos.
O grande problema de Cristiano Ronaldo é ele ter nascido português e portanto defender uma seleção que raramente chega a protagonizar algum papel de relevância na ordem mundial do futebol. Fosse ele nativo de um país mais competitivo, sem dúvida seus números seriam melhores.
Cristiano Ronaldo ganhou quatro vezes o Prêmio Fifa como o melhor jogador do mundo contra cinco de Messi, mas pode empatar este ano. Os dois são os grandes ganhadores do século e foram os escolhidos nos últimos nove anos, desde 2008 . Os outros ganhadores foram Ronaldinho e Zidane (duas vezes), Kaká, Cannavaro, Ronaldo e Figo.
Sempre se discutiu se o melhor jogador deveria ser escolhido pela técnica, pela habilidade, pelas conquistas ou pela eficiência, e me parece que o ideal é que seja feito um apanhado de tudo isso não só para o Prêmio Fifa como também para se manter no imaginário popular.
O passado nos presenteou com muitos craques como Di Stéfano, Puskas, Garrincha, Pelé, Eusébio, Bobby Charlton, Cruijff, Platini, Beckenbauer e Maradona, mas para quem o viu jogar Pelé foi o maior de todos eles, pois executava todas as funções com perfeição - driblava com e sem a bola, chutava com os dois pés, cabeceava com precisão, tinha passes precisos, marcava e defendia com eficiência e possuía uma velocidade de arranque com a bola nos pés difícil de ser acompanhada pelos defensores. Além do mais fazia gols belíssimos.
No seu livro "Tempos vividos, sonhados e perdidos", Tostão - companheiro de Pelé no tricampeonato de 1970 - mostra, numa citação do ensaísta e professor de Literatura José Miguel Wisnick, o seu verdadeiro fascínio pelo ex-companheiro: "Pelé parece funcionar numa frequência diferente da dos demais jogadores, como se ele tivesse mais tempo para pensar e ver o que se passa, assistindo na cabeça e em câmera lenta ao mesmo jogo do qual está participando em alta velocidade - enquanto outros, em torno dele, parecem estar, tantas vezes, assistindo ao jogo em altíssima velocidade e jogando em câmera lenta".
Tostão continua, dizendo que "um craque como Pelé antevê o lance e o executa antes de pensar. Ele sabe, mas não sabe que sabe".
Não, prezado leitor, não estou comparando Cristiano Ronaldo a Pelé. Estou apenas lembrando que as discussões sobre "quem foi melhor" se estendem desde Garrincha vs Pelé, Pelé vs Maradona, Romário vs Ronaldo, e não vão acabar com CR7 vs Messi.
E que assim continue, para o bem do futebol.
Na verdade, desde que Messi perdeu rendimento e deixou de ser o encantador de plateias, e na medida em que Neymar e Ibrahimovic ainda não convenceram o crítico internacional que têm futebol para fazer parte da elite dos craques, o português vem ganhando adeptos.
Com um futebol que passa longe da magia e da arte, Cristiano Ronaldo é um rei em eficiência e um mestre em alcançar resultados. Dele talvez não se possa esperar jogadas encantadoras de emocionar torcedores e críticos, mas pode sim ser esperada uma margem de erro próxima do zero.
Não é à toa que o chamado CR7 já assinalou 595 gols desde que se profissionalizou em 2002, entre eles 5 pelo Sporting, 11 pela seleção portuguesa, 118 pelo Manchester United e 400 pelo Real Madrid, sendo os 6 últimos resultados de dois "hat-tricks" (nome que se dá a três gols marcados pelo mesmo jogador em uma única partida) pela Champions League, nada menos do que contra Bayern Munich e Atlético de Madrid.
Na média de gols por partida, Cristiano Ronaldo (0,7) perde para Lionel Messi (0.8) mas vem mantendo ultimamente uma regularidade maior do que o argentino, de modo que não será difícil haver uma inversão se Messi, apesar de ser mais novo que o português começar a cair fisicamente.
É que o português é dono de um preparo físico invejável, o que o diferencia de grandes craques que não suportaram as exigências do futebol competitivo e começaram a naufragar com o passar do tempo - vide Ronaldo "o Fenômeno", Ronaldinho Gaúcho e o próprio Messi, só pra citar alguns contemporâneos.
O grande problema de Cristiano Ronaldo é ele ter nascido português e portanto defender uma seleção que raramente chega a protagonizar algum papel de relevância na ordem mundial do futebol. Fosse ele nativo de um país mais competitivo, sem dúvida seus números seriam melhores.
Cristiano Ronaldo ganhou quatro vezes o Prêmio Fifa como o melhor jogador do mundo contra cinco de Messi, mas pode empatar este ano. Os dois são os grandes ganhadores do século e foram os escolhidos nos últimos nove anos, desde 2008 . Os outros ganhadores foram Ronaldinho e Zidane (duas vezes), Kaká, Cannavaro, Ronaldo e Figo.
Sempre se discutiu se o melhor jogador deveria ser escolhido pela técnica, pela habilidade, pelas conquistas ou pela eficiência, e me parece que o ideal é que seja feito um apanhado de tudo isso não só para o Prêmio Fifa como também para se manter no imaginário popular.
O passado nos presenteou com muitos craques como Di Stéfano, Puskas, Garrincha, Pelé, Eusébio, Bobby Charlton, Cruijff, Platini, Beckenbauer e Maradona, mas para quem o viu jogar Pelé foi o maior de todos eles, pois executava todas as funções com perfeição - driblava com e sem a bola, chutava com os dois pés, cabeceava com precisão, tinha passes precisos, marcava e defendia com eficiência e possuía uma velocidade de arranque com a bola nos pés difícil de ser acompanhada pelos defensores. Além do mais fazia gols belíssimos.
No seu livro "Tempos vividos, sonhados e perdidos", Tostão - companheiro de Pelé no tricampeonato de 1970 - mostra, numa citação do ensaísta e professor de Literatura José Miguel Wisnick, o seu verdadeiro fascínio pelo ex-companheiro: "Pelé parece funcionar numa frequência diferente da dos demais jogadores, como se ele tivesse mais tempo para pensar e ver o que se passa, assistindo na cabeça e em câmera lenta ao mesmo jogo do qual está participando em alta velocidade - enquanto outros, em torno dele, parecem estar, tantas vezes, assistindo ao jogo em altíssima velocidade e jogando em câmera lenta".
Tostão continua, dizendo que "um craque como Pelé antevê o lance e o executa antes de pensar. Ele sabe, mas não sabe que sabe".
Não, prezado leitor, não estou comparando Cristiano Ronaldo a Pelé. Estou apenas lembrando que as discussões sobre "quem foi melhor" se estendem desde Garrincha vs Pelé, Pelé vs Maradona, Romário vs Ronaldo, e não vão acabar com CR7 vs Messi.
E que assim continue, para o bem do futebol.
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