OS ABSURDOS CONTINUAM
Enquanto o senador Romário se ajeita na sua sela de cavaleiro andante assestando a sua lança contra a CBF numa luta inglória pela moralização do futebol brasileiro, na busca de um número mínimo de assinaturas de parlamentares para a instalação de uma CPI, os absurdos continuam a acontecer a cada semana.
Uma CPI provavelmente purificaria a entidade e colocaria pontos e vírgulas nos seus devidos lugares, mas os problemas do futebol brasileiro não se resumem a tabelas dirigidas para facilitar a vida de alguns e dificultar a de outros nem a pesos e medidas diferentes no comportamento das arbitragens e muito menos à corrupção que grassa nos seus bastidores.
O grande problema do momento - pois afeta diretamente a integridade do torcedor - é a violência nos estádios e fora deles, e isto deixa de ser simplesmente uma questão administrativa da Confederação, isto é atualmente um problema social.
O Brasil está caminhando por uma senda muito perigosa - a do desrespeito às instituições e da falta de autoridade de quem ter que fazer cumprir a lei. A leniência da lei, em nome dos direitos humanos, está pondo em risco a saúde e a tranquilidade de muita gente.
Acredito que a reparação deste problema passe por uma reeducação do povo, mas também pela produção de leis específicas que sejam ao mesmo tempo duras e educativas a fim de que sejam postos fora de circulação os meliantes que se travestem de torcedores para extravasar seu primitivismo desrespeitando o patrimônio público e privado e a presença de crianças, mulheres e idosos indefesos.
O que ocorre nos estádios - e fora deles - é um reflexo da impunidade e da falta de controle sobre manifestações de cunho político que se propõem pacíficas mas sobem a temperatura até que os arruaceiros profissionais sintam que é chegada a hora do vandalismo. Aí, postes, vitrines, lixeiras, bancos de praça e o próprio calçamento sofrem com a depredação como se - objetos inanimados que são - tivessem alguma participação no erro de arbitragem, na provocação do torcedor adversário ou na coloração partidária e reivindicatória de movimentos políticos e sociais.
Alguns estados proíbem bandeiras e adereços nos estádios, outros permitem. Alguns estados determinaram a presença de torcida única no campo do mandante no caso dos clássicos, outros acham que isso não acrescenta nada no mapa da violência.
Na verdade a violência não se mede pelas quantidade de bandeiras, adereços ou torcedores adversários presentes num estádio ou nas suas cercanias. A violência se mede pela sanha gratuita do indivíduo violento e pela complacência pela qual as autoridades se negam a encarar o problema de frente.
A violência entre torcedores é estimulada por dirigentes esportivos que por medo ou condescendência facilitam a existência de torcidas organizadas, contribuindo com uma série de benesses como ingressos grátis,logística de transporte e até dinheiro vivo para ajudar na sua sobrevivência. Assim, dirigentes esportivos se tornam ao mesmo tempo cúmplices e reféns dos criminosos organizados e das suas facções.
A violência no futebol brasileiro já matou nove torcedores em 2017, sendo cinco em clássicos.
As mortes registradas nos clássicos se referem a Vasco x Flamengo (Estádio de São Januário, pelo Campeonato Brasileiro), Botafogo x Flamengo (Estádio Nilton Santos, pela Taça Guanabara), Bahia x Vitória (Estádio da Fonte Nova, pelo Campeonato Baiano), Vila Nova x Goiás (Estádio Serra Dourada, pela Série B do Campeonato Brasileiro) e Coritiba x Atlético Paranaense (Arena da Baixada, pelo Campeonato Paranaense).
Raramente os agressores são punidos, muito embora muitos deles sejam identificados. Entre esses, muitos reincidentes que continuam a praticar seus crimes e seguem soltos à revelia da lei.
O rigor da lei recai normalmente sobre os clubes, que perdem mandos de jogo e têm seus estádios interditados, pois são responsabilizados pelo confronto dos briguentos com os policiais ou entre si, ou por atos praticados por torcedores que muitas vezes nem associados são.
O que a lei está fazendo para solucionar o problema é simplesmente queimar o sofá da sala, como diz a piada do marido traído.
Uma CPI provavelmente purificaria a entidade e colocaria pontos e vírgulas nos seus devidos lugares, mas os problemas do futebol brasileiro não se resumem a tabelas dirigidas para facilitar a vida de alguns e dificultar a de outros nem a pesos e medidas diferentes no comportamento das arbitragens e muito menos à corrupção que grassa nos seus bastidores.
O grande problema do momento - pois afeta diretamente a integridade do torcedor - é a violência nos estádios e fora deles, e isto deixa de ser simplesmente uma questão administrativa da Confederação, isto é atualmente um problema social.
O Brasil está caminhando por uma senda muito perigosa - a do desrespeito às instituições e da falta de autoridade de quem ter que fazer cumprir a lei. A leniência da lei, em nome dos direitos humanos, está pondo em risco a saúde e a tranquilidade de muita gente.
Acredito que a reparação deste problema passe por uma reeducação do povo, mas também pela produção de leis específicas que sejam ao mesmo tempo duras e educativas a fim de que sejam postos fora de circulação os meliantes que se travestem de torcedores para extravasar seu primitivismo desrespeitando o patrimônio público e privado e a presença de crianças, mulheres e idosos indefesos.
O que ocorre nos estádios - e fora deles - é um reflexo da impunidade e da falta de controle sobre manifestações de cunho político que se propõem pacíficas mas sobem a temperatura até que os arruaceiros profissionais sintam que é chegada a hora do vandalismo. Aí, postes, vitrines, lixeiras, bancos de praça e o próprio calçamento sofrem com a depredação como se - objetos inanimados que são - tivessem alguma participação no erro de arbitragem, na provocação do torcedor adversário ou na coloração partidária e reivindicatória de movimentos políticos e sociais.
Alguns estados proíbem bandeiras e adereços nos estádios, outros permitem. Alguns estados determinaram a presença de torcida única no campo do mandante no caso dos clássicos, outros acham que isso não acrescenta nada no mapa da violência.
Na verdade a violência não se mede pelas quantidade de bandeiras, adereços ou torcedores adversários presentes num estádio ou nas suas cercanias. A violência se mede pela sanha gratuita do indivíduo violento e pela complacência pela qual as autoridades se negam a encarar o problema de frente.
A violência entre torcedores é estimulada por dirigentes esportivos que por medo ou condescendência facilitam a existência de torcidas organizadas, contribuindo com uma série de benesses como ingressos grátis,logística de transporte e até dinheiro vivo para ajudar na sua sobrevivência. Assim, dirigentes esportivos se tornam ao mesmo tempo cúmplices e reféns dos criminosos organizados e das suas facções.
A violência no futebol brasileiro já matou nove torcedores em 2017, sendo cinco em clássicos.
As mortes registradas nos clássicos se referem a Vasco x Flamengo (Estádio de São Januário, pelo Campeonato Brasileiro), Botafogo x Flamengo (Estádio Nilton Santos, pela Taça Guanabara), Bahia x Vitória (Estádio da Fonte Nova, pelo Campeonato Baiano), Vila Nova x Goiás (Estádio Serra Dourada, pela Série B do Campeonato Brasileiro) e Coritiba x Atlético Paranaense (Arena da Baixada, pelo Campeonato Paranaense).
Raramente os agressores são punidos, muito embora muitos deles sejam identificados. Entre esses, muitos reincidentes que continuam a praticar seus crimes e seguem soltos à revelia da lei.
O rigor da lei recai normalmente sobre os clubes, que perdem mandos de jogo e têm seus estádios interditados, pois são responsabilizados pelo confronto dos briguentos com os policiais ou entre si, ou por atos praticados por torcedores que muitas vezes nem associados são.
O que a lei está fazendo para solucionar o problema é simplesmente queimar o sofá da sala, como diz a piada do marido traído.
Obs. - Depois que eu havia enviado este artigo para o jornal, antes do devido fechamento da página, aconteceu uma sexta morte após o clássico Palmeiras x Corinthians, no lado de fora do Allianz Parque.
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