domingo, 11 de fevereiro de 2018





O NÓ SUÍNO 
Para aqueles leitores que não tiveram a oportunidade de estudar Educação Moral e Cívica – matéria atualmente conhecida como Cidadania Moral e Ética – lembramos que são quatro os símbolos da Pátria: a Bandeira Nacional, o Hino Nacional, o Brasão da República e o Selo Nacional.
Não vou entrar em detalhes sobre a importância e as características de cada símbolo – aliás, insisto para aqueles que ainda não o sabem que procurem saber, pois existem registros detalhados que podem ser encontrados mediante consulta na internet ou em bibliotecas – mas vou salientar que na maioria dos países eles são reverenciados com muito carinho.
De qualquer modo, o Hino Nacional, embora possua uma letra meio fora de moda, é uma declaração de amor ao país e sua compreensão verbal é desimportante tendo em vista o lado emocional da sua execução. A Bandeira é igualmente rica e normalmente se destaca em eventos internacionais pela sua singularidade, e deve ser tratada com mesmo o cuidado e devoção que um religioso tem ao folhear a Bíblia.
O Brasão da República identifica os domicílios utilizados pelos Três Poderes da República e o Selo Nacional é uma forma de autenticar os documentos oficiais que são produzidos pelo país.
De uma maneira geral, os cidadãos de todos os países do mundo têm uma especial reverência pelos seus símbolos pátrios.
Nos Estados Unidos, por exemplo, apesar da bandeira ser utilizada primordialmente em atos públicos e oficiais ela é também usada indiscriminadamente na confecção de roupas, material escolar e até guardanapos, mas sempre tratada com muito respeito.
Quando da execução do Hino Nacional Americano, percebe-se uma verdadeira comoção: as pessoas indistintamente – crianças, homens e mulheres de todas as etnias, credos e idades colocam a mão direita sobre  o peito e  cantam com fervor. Isto acontece numa convenção de partido político, em festividades de datas cívicas e em datas relevantes de competições esportivas.
Não existe uma forma obrigatória de ser executado um Hino Nacional. Ele pode ser tocado por uma banda marcial, cantado por uma cantora pop, instrumentalizado por um único ou vários instrumentos populares ou sinfônicos ou até desconstruído por um rock star como o fez Jimmi Hendrix em 1969. Desde que haja respeito e comprometimento, todas as formas são válidas.
Em alguns estados brasileiros tornou-se obrigatória a execução do Hino Nacional antes de partidas oficiais de futebol, mas o que se vê é um verdadeiro descalabro e um acinte contra as instituições.
Enquanto o hino é executado, os atletas fazem cara de paisagem como se estivessem diante de “um minuto de silêncio”, as crianças que costumeiramente entram em campo ao lado dos jogadores ficam olhando umas para as outras como se perguntando o que estará acontecendo – pois obviamente ninguém lhes ensinou a letra do hino – e os torcedores – ah, os torcedores... – esses ficam gritando seus gritos de incentivo ao clube que amam, ligados no whatsapp e postando selfies para os amigos do grupo, agitando as bandeiras quando lhes é permitido ingressar no estádio as carregando consigo, ou simplesmente conversando com a namorada ou o amigo que veio ao estádio junto com ele.
Infelizmente, o brasileiro está mais para o “nó suíno” do que para o nosso Hino, e isto explica muita coisa lastimável com as quais a gente tem que muito a contragosto se acostumar a conviver.  

  

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