O NÓ SUÍNO
Para aqueles leitores que não tiveram a
oportunidade de estudar Educação Moral e Cívica – matéria atualmente conhecida
como Cidadania Moral e Ética – lembramos que são quatro os símbolos da Pátria:
a Bandeira Nacional, o Hino Nacional, o Brasão da República e o Selo Nacional.
Não vou entrar em detalhes sobre a
importância e as características de cada símbolo – aliás, insisto para aqueles
que ainda não o sabem que procurem saber, pois existem registros detalhados que
podem ser encontrados mediante consulta na internet ou em bibliotecas – mas vou
salientar que na maioria dos países eles são reverenciados com muito carinho.
De qualquer modo, o Hino Nacional,
embora possua uma letra meio fora de moda, é uma declaração de amor ao país e
sua compreensão verbal é desimportante tendo em vista o lado emocional da sua
execução. A Bandeira é igualmente rica e normalmente se destaca em eventos
internacionais pela sua singularidade, e deve ser tratada com mesmo o cuidado e
devoção que um religioso tem ao folhear a Bíblia.
O Brasão da República identifica os domicílios
utilizados pelos Três Poderes da República e o Selo Nacional é uma forma de
autenticar os documentos oficiais que são produzidos pelo país.
De uma maneira geral, os cidadãos de
todos os países do mundo têm uma especial reverência pelos seus símbolos
pátrios.
Nos Estados Unidos, por exemplo, apesar
da bandeira ser utilizada primordialmente em atos públicos e oficiais ela é
também usada indiscriminadamente na confecção de roupas, material escolar e até
guardanapos, mas sempre tratada com muito respeito.
Quando da execução do Hino Nacional
Americano, percebe-se uma verdadeira comoção: as pessoas indistintamente –
crianças, homens e mulheres de todas as etnias, credos e idades colocam a mão
direita sobre o peito e cantam com fervor. Isto acontece numa
convenção de partido político, em festividades de datas cívicas e em datas
relevantes de competições esportivas.
Não existe uma forma obrigatória de ser
executado um Hino Nacional. Ele pode ser tocado por uma banda marcial, cantado
por uma cantora pop, instrumentalizado por um único ou vários instrumentos populares
ou sinfônicos ou até desconstruído por um rock star como o fez Jimmi Hendrix em
1969. Desde que haja respeito e comprometimento, todas as formas são válidas.
Em alguns estados brasileiros tornou-se
obrigatória a execução do Hino Nacional antes de partidas oficiais de futebol,
mas o que se vê é um verdadeiro descalabro e um acinte contra as instituições.
Enquanto o hino é executado, os atletas
fazem cara de paisagem como se estivessem diante de “um minuto de silêncio”, as
crianças que costumeiramente entram em campo ao lado dos jogadores ficam
olhando umas para as outras como se perguntando o que estará acontecendo – pois
obviamente ninguém lhes ensinou a letra do hino – e os torcedores – ah, os
torcedores... – esses ficam gritando seus gritos de incentivo ao clube que
amam, ligados no whatsapp e postando selfies para os amigos do grupo, agitando
as bandeiras quando lhes é permitido ingressar no estádio as carregando
consigo, ou simplesmente conversando com a namorada ou o amigo que veio ao estádio
junto com ele.
Infelizmente, o brasileiro está mais
para o “nó suíno” do que para o nosso Hino, e isto explica muita coisa
lastimável com as quais a gente tem que muito a contragosto se acostumar a conviver.
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