O ENCONTRO
(excerto)
(excerto)
Logo
agora, todos ao sinais ficam vermelhos e todos os volantes de fim-de-semana
resolveram sair para dar a sua voltinha.
Logo
agora, todos os cachorros e todos os homens cruzam vagarosamente a rua em
frente desta carcaça automotiva, como se nada mais existisse na sua frente ou
na sua retaguarda – “sempre alerta!” – e até os escoteiros cismam em acompanhar
todas as velhinhas ao longo de todas as avenidas – e eu disse ao longo, não ao
transverso.
Pior
do que ser escoteiro é ter um pai escoteiro.
Devo
ter ouvido isso em algum lugar, pois isto é brilhante e eu não sou brilhante
assim.
Este
motorista palerma de bigode mal aparado não passa de vinte por hora para não
tocar o auto em cima dessa gente toda, incluindo os insetos que se escondem nas
fendas.
Afinal,
os tanques de guerra fazem exatamente isso e ninguém protesta nem reclama –
rádio, jornais e noticiosos de televisão apenas comentam à guisa de uma
curiosidade mórbida.
Mas
contra os tanques existem os lança-chamas e para mim já basta o calor deste dia
e desta ardente espera.
E
o calor desta dúvida – valeu mesmo a pena apanhar o táxi?
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