EM TEMPOS DE 007
Na
década de 1960, o mundo era um gigantesco tabuleiro político de xadrez cujas
peças eram movidas por vários jogadores importantes ao mesmo tempo. O jogo era repleto
de lances arriscados, posto que sempre existia a possibilidade de um xeque-mate
iminente. A partida era tensa e o golpe final poderia falhar deixando a defesa
descoberta no caso de uma resposta adequada do adversário.
Dada
a estratégia cautelosa utilizada por todos, pois ninguém se arriscava em ir
além do necessário, o match terminou
empatado.
Hoje,
o mundo globalizou e virou um enorme aparato eletrônico, com aplicativos, jogos
mortais, câmeras ocultas, informações confidenciais, redes sociais, e toda uma
gama de instrumentos e de recursos, o que enseja a prática de certas ações não
muito éticas, como espionagem, invasão de sites, intromissão na vida alheia,
fotos não autorizadas, mentiras e toda uma série de malfeitos.
Algumas
situações criadas são bastante sugestivas, para não dizer bizarras e talvez
constrangedoras – e não estou me referindo à espionagem americana nem ao blefe
norte-coreano, mas ao inofensivo futebol.
Felipão
e a CBF entraram em choque com a Federação espanhola por um motivo altamente
prosaico: a disputa pelo centroavante Diego Costa, há muitos anos jogando no
futebol espanhol e atualmente defendendo as cores do Atlético Madrid.
Carente
de atacantes, os espanhóis pretendem nacionalizar o jogador e fazê-lo atuar
pela sua seleção na Copa de 2014, com boa chance de vir a ser titular.
Foi
o suficiente para que soasse o alarme da brasilidade e Felipão começasse uma
briga de bastidores para que o jogador permanecesse neutro a fim de não
reforçar o adversário, que é de antemão um dos favoritos ao título.
Assim,
Diego, entre a certeza de jogar a Copa pela Espanha e a dúvida se será pelo
menos convocado pela CBF tem tudo para escolher a primeira opção.
Aí
ocorreu uma pilantragem celular. Um jornalista espanhol ligou para Felipão
fazendo-se passar pelo presidente do Atlético Madrid e foi direto ao assunto: “Afinal,
você vai convocar Diego Costa?” – “Sim!” – “E pretende levá-lo para a Copa?” –
“Sim!”
Assim,
Felipão garantiu a segunda convocação (a primeira havia sido a confirmação do
goleiro Júlio Cesar) e sua afirmativa foi ao ar em todas as rádios e emissoras
de televisão do Brasil e da Espanha, muito embora muita gente duvide que haja sinceridade
nisso.
Depois,
Felipão descobriu que havia levado um trote, e ficou com cara de tacho.
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O
assunto da semana foi o pênalti perdido por Alexandre Pato, cobrado com extrema
displicência para quem foi comprado por 40 milhões de reais e ainda não
justificou a contratação, pois a cobrança debochada precipitou a eliminação do
seu clube.
Bêbada
pelo chute imperfeito, a bola foi dormir nas mãos de Dida.
Pato,
figura carimbada por Felipão, presença constante no jet-set e contratado pela Triton como modelo da São Paulo Fashion
Week, parecia deslumbrado e desconcentrado para tão desimportante empreitada, e
com esta patacoada vai ficar de molho por algum tempo, a começar pelo desfile
de modas, ao qual ele teve o bom senso de cancelar a presença.
Comparando
com o insucesso de um goleiro, Pato se tornou o avesso do frango e tomou a
sábia decisão de pretextar compromissos de última hora em Porto Alegre porque
se voltasse a São Paulo junto com o grupo derrotado, seria um Pato frito.
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Valeu,
Sampaio!!!
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