quinta-feira, 31 de outubro de 2013





EM TEMPOS DE 007 

Na década de 1960, o mundo era um gigantesco tabuleiro político de xadrez cujas peças eram movidas por vários jogadores importantes ao mesmo tempo. O jogo era repleto de lances arriscados, posto que sempre existia a possibilidade de um xeque-mate iminente. A partida era tensa e o golpe final poderia falhar deixando a defesa descoberta no caso de uma resposta adequada do adversário.
Dada a estratégia cautelosa utilizada por todos, pois ninguém se arriscava em ir além do necessário, o match terminou empatado.
Hoje, o mundo globalizou e virou um enorme aparato eletrônico, com aplicativos, jogos mortais, câmeras ocultas, informações confidenciais, redes sociais, e toda uma gama de instrumentos e de recursos, o que enseja a prática de certas ações não muito éticas, como espionagem, invasão de sites, intromissão na vida alheia, fotos não autorizadas, mentiras e toda uma série de malfeitos.
Algumas situações criadas são bastante sugestivas, para não dizer bizarras e talvez constrangedoras – e não estou me referindo à espionagem americana nem ao blefe norte-coreano, mas ao inofensivo futebol.
Felipão e a CBF entraram em choque com a Federação espanhola por um motivo altamente prosaico: a disputa pelo centroavante Diego Costa, há muitos anos jogando no futebol espanhol e atualmente defendendo as cores do Atlético Madrid.
Carente de atacantes, os espanhóis pretendem nacionalizar o jogador e fazê-lo atuar pela sua seleção na Copa de 2014, com boa chance de vir a ser titular.
Foi o suficiente para que soasse o alarme da brasilidade e Felipão começasse uma briga de bastidores para que o jogador permanecesse neutro a fim de não reforçar o adversário, que é de antemão um dos favoritos ao título.
Assim, Diego, entre a certeza de jogar a Copa pela Espanha e a dúvida se será pelo menos convocado pela CBF tem tudo para escolher a primeira opção.
Aí ocorreu uma pilantragem celular. Um jornalista espanhol ligou para Felipão fazendo-se passar pelo presidente do Atlético Madrid e foi direto ao assunto: “Afinal, você vai convocar Diego Costa?” – “Sim!” – “E pretende levá-lo para a Copa?” – “Sim!”
Assim, Felipão garantiu a segunda convocação (a primeira havia sido a confirmação do goleiro Júlio Cesar) e sua afirmativa foi ao ar em todas as rádios e emissoras de televisão do Brasil e da Espanha, muito embora muita gente duvide que haja sinceridade nisso.
Depois, Felipão descobriu que havia levado um trote, e ficou com cara de tacho.
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O assunto da semana foi o pênalti perdido por Alexandre Pato, cobrado com extrema displicência para quem foi comprado por 40 milhões de reais e ainda não justificou a contratação, pois a cobrança debochada precipitou a eliminação do seu clube.
Bêbada pelo chute imperfeito, a bola foi dormir nas mãos de Dida.
Pato, figura carimbada por Felipão, presença constante no jet-set e contratado pela Triton como modelo da São Paulo Fashion Week, parecia deslumbrado e desconcentrado para tão desimportante empreitada, e com esta patacoada vai ficar de molho por algum tempo, a começar pelo desfile de modas, ao qual ele teve o bom senso de cancelar a presença.
Comparando com o insucesso de um goleiro, Pato se tornou o avesso do frango e tomou a sábia decisão de pretextar compromissos de última hora em Porto Alegre porque se voltasse a São Paulo junto com o grupo derrotado, seria um Pato frito.
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Valeu, Sampaio!!!

                                                                                                 

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