segunda-feira, 11 de novembro de 2013


 
 
2014 – A PROFECIA


A apenas sete meses da abertura da Copa, o Brasil segue vivendo uma crise de credibilidade e de incertezas, com ela trazendo o risco de comprometer o sucesso do evento.
Quem reside no país pode atestar a precariedade o nosso sistema de comunicação – falamos da telefonia móvel e da internet – que continua num nível de qualidade muito abaixo das nossas necessidades de usuários comuns.
Só que milhões de turistas e profissionais esperados para este megaevento são originários de países onde a comunicação via internet é rápida e a ligação através de celulares é segura e instantânea, e eles aqui terão uma qualidade de serviço com a qual não estão acostumados – e agora não há mais tempo útil para que a situação se reverta tão radicalmente.
Além disso, todo brasileiro que se utiliza de transporte aéreo no país sabe da falta de estrutura e conforto nos nossos aeroportos.
O Ministro dos Esportes, Aldo Rebelo declarou meio “em passant”, isto é, sem se aprofundar muito no assunto, que todos os aeroportos estarão funcionando com 100% de eficiência quando a Copa começar (na verdade, tem que ser um pouco antes, pois turistas, profissionais e as próprias delegações deverão estar no Brasil algum tempo antes do início do torneio).
O ministro não se pronunciou sobre acomodações, mobilidade urbana, telecomunicações ou segurança, muito provavelmente por não serem assuntos afetos à sua área de responsabilidade. Para ele já basta ter que exercitar o jogo de cintura a fim de driblar os fiscais e dirigentes da Fifa e aparar as arestas criadas pelo atraso das obras, pela oposição parlamentar e pelas declarações desastrosas de Ronaldo Fenômeno, membro do Comitê Organizador da Copa.
A indefinição sobre as questões de segurança, aliada às recentes e constantes manifestações iniciadas em julho já provocou a sua primeira baixa.
Num ano tão importante, onde o Brasil está no foco central do futebol em todo o mundo, os organizadores da Soccerex, uma convenção global que acontece anualmente para debater assuntos do esporte, cancelaram o evento que seria realizado de 30 de novembro a 5 de dezembro no Rio de Janeiro, e teria como palco o Estádio do Maracanã.
A Soccerex é uma oportunidade de se ter em um só local pessoas de todo o mundo interessadas em fazer negócios com o futebol, reunindo associações oficiais (Fifa, UEFA, Conmebol), dirigentes de clubes e de federações, empresários e agentes, provedores de serviços ligados ao futebol, autoridades de turismo e marketing esportivo, técnicos, jogadores e celebridades.
Os motivos alegados pelo cancelamento do evento são dois: primeiro, o governo estadual, acuado pelas manifestações que têm causado grandes tumultos, trazendo um enorme prejuízo ao patrimônio público e à sua própria imagem, retirou o apoio financeiro que já estava costurado com a Secretaria Municipal de Esportes; depois, informantes internacionais se mostram temerosos com a saúde e o bem-estar das 4.500 pessoas que participariam do evento, porque o sistema de segurança atualmente em funcionamento no Brasil é considerado precário.
Apesar da vinda do Papa Francisco haver transcorrido de forma pacífica e ordeira, esses olheiros acham que naquela oportunidade, mesmo os manifestantes mais revoltosos respeitaram o aspecto religioso – portanto apolítico – da visita.
Eles têm em mente as manifestações em Fortaleza e Brasília quando o Brasil disputou dois amistosos – México e a Austrália – e existem também informações negativas alertando turistas sobre a violência urbana nos grandes centros, a impunidade quanto ao crime comum e a falta de credibilidade da nossa política de segurança pública. 

                                                                                                             

 

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