A HISTÓRIA E OS
PROGNÓSTICOS OTIMISTAS
Considerando
que ainda temos três meses pela frente e que as equipes participantes da Copa
2014 ainda estão em fase de preparação, parece cedo para especular sobre quem
seria a seleção favorita ao título do torneio.
Afinal,
a lista definitiva dos atletas que estarão em campo ainda não é sequer conhecida
e algumas surpresas poderão acontecer, quer por idiossincrasias dos técnicos
quer por problemas inesperados.
Mas
existem prognósticos que indicam os favoritos, e o palpite dos analistas recai
sobre o Brasil, dono da festa, a Espanha, atual campeã, a Alemanha, a Holanda e
a Argentina, e – com possibilidades mais remotas – Itália, Inglaterra, França e
Uruguai, que já lograram levantar a taça. De acordo com qualquer cálculo de
probabilidades, o resto é resto, inclusive Portugal e os “cabeças de chave”
Colômbia, Suíça e Bélgica.
Qualquer
pessoa de bom senso não ousaria afirmar quem será o campeão da XX Copa do Mundo,
mas muita coisa pode ser discutida se este bom senso for deixado de lado e raciocinarmos
apenas com a lógica.
Feitos
os cálculos básicos e levando em conta todas as variáveis, não vejo de que
forma o Brasil possa perder essa Copa. Vejam que existem fatores irrefutáveis que
nos permitem fazer tal afirmação.
O
Brasil jogará do jeito que mais gosta, isto é, impulsionado por uma imensa
torcida. E a torcida ficará maior e mais forte à medida que os obstáculos forem
sendo ultrapassados. Muito embora a maioria dos jogadores atue no exterior,
eles se sentirão jogando “em casa”, mesmo aqueles que nunca atuaram pelos
clubes de massa, por aqui. A Copa das Confederações, disputada no ano passado,
já nos deu a dimensão de “como o ‘fator torcida’ atua no desequilíbrio
emocional dos adversários”, uma bela tese para monografia.
Além
do mais, com exceção do México e dos países africanos – e talvez um ou outro sul-americano
– jogaremos com o clima a nosso favor.
Nossos
maiores rivais europeus vão abrir o bico na metade do segundo tempo por causa
do calor, do horário dos jogos e do deslocamento continental a que não estão
habituados.
Algumas
partidas penalizarão países como Holanda, Itália, Bélgica, Suíça, Alemanha e
Portugal, pois serão realizados às 13 horas em lugares tradicionalmente muito
quentes como Recife, Brasília, Salvador, Belo Horizonte e até Porto Alegre. As
Copas realizadas no México e nos Estados Unidos são eloquentes exemplos de como
o preparo físico pode faltar na reta final do torneio para aqueles países não
acostumados com um clima muito quente ou a jogar sob um sol de meio-dia.
Como
se não bastasse, o Brasil sempre foi uma equipe difícil de ser batida e possui
um futebol respeitado internacionalmente – por 11 vezes terminou a Copa entre
os quatro primeiros colocados, com 5 títulos e 2 vice-campeonatos.
Além
do mais, na história das Copas, o país anfitrião foi 7 vezes campeão e 2 vezes
vice, e o teriam sido mais vezes se alguns dos anfitriões possuíssem algum cacife
para levantar o caneco, caso da Suíça (1954), do Chile (1962), do México (1970
e 1986), dos Estados Unidos (1994), da Coréia do Sul e do Japão (2002) e da
África do Sul (2010), todos anfitriões, mas sem pedigree.
Finalmente,
a arbitragem nas Copas tende a ser bastante caseira, como ficou claramente
evidenciado nas Copas de 1962 (Chile), 1966 (Inglaterra), 1978 (Argentina) e
2002 (Coréia do Sul) e a história tem registrado pouquíssimos erros contra o Brasil.
Ao contrário, o Brasil pode até agradecer alguns sérios tropeços de arbitragem a
seu favor como nas partidas contra a Espanha em 1962 e a Bélgica em 2002,
exatamente em duas Copas em que o esquadrão canarinho levantou o título.
Resta
então só espantar o fantasma de 1950 e esperar pelo melhor.
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