ESSA LIBERTADORES...
Criada
em 1960, a Copa Libertadores de América chega este ano à sua edição de número
55 com todos os seus encantos e surpresas. Misto de violência e charme, durante
muito tempo as condições enfrentadas pelos jogadores beirava a uma guerra de
fronteiras.
A
participação brasileira no torneio pode ser considerada razoável, com 17
títulos e 15 vice-campeonatos conquistados. Apenas em 12 oportunidades não
tivemos nenhum clube entre os quatro primeiros colocados.
A
título de comparação, nossos arquirrivais argentinos possuem 22 títulos, 10
vice-campeonatos, e apenas em 10 oportunidades não terminaram entre os quatro
primeiros. Os outros países vêm muito abaixo – o Uruguai tem 8 títulos, o
Paraguai tem 3, a Colômbia tem 2 e o Chile e Equador têm uma conquista cada.
Os
dois maiores vencedores são argentinos (Independiente com 7 e Boca Juniors com
6), vindo na sequência o Peñarol, do Uruguai, com 5. O Estudiantes, da
Argentina, tem 4. O Brasil aparece mais abaixo com 3 títulos do São Paulo e 3
do Santos, ao lado do Olimpia (Paraguai) e do Nacional (Uruguai).
Para a disputa deste ano o Brasil começou com seis clubes, mas tudo indica que alguns deles poderão ficar fora da disputa já na primeira fase.
Para a disputa deste ano o Brasil começou com seis clubes, mas tudo indica que alguns deles poderão ficar fora da disputa já na primeira fase.
No
Grupo 1, que tem o argentino Vélez Sarsfield já classificado, o Atlético
Paranaense precisa vencer ou empatar com o The Strongest na altitude boliviana.
Se perder, deixa a vaga para o próprio The Strongest.
No
Grupo 2, o Botafogo irá carimbar a sua passagem para a próxima fase se vencer o
Unión Española, do Chile, nesta quarta-feira no Maracanã. Se perder ou mesmo
empatar terá que decidir a vaga na Argentina contra o San Lorenzo, que tem as
bênçãos do Papa Francisco, na última rodada.
No
Grupo 4 o Atlético Mineiro depende apenas de si, e tem a vantagem de estar
jogando bem. É o atual líder do Grupo, e se passar pelo Independiente Santa Fé
na Colômbia no próximo jogo garante a vaga. Caso não vença, ainda pode decidir
no Mineirão contra o venezuelano Zamora.
O
Cruzeiro, porém, está com um pé fora do Grupo 5. Em terceiro lugar com apenas 4
pontos precisa vencer o Universidad do Chile por uma boa margem de gols para
então definir a classificação em casa contra o Real Garcilaso, do Peru, e ainda
torcer para que o uruguaio Defensor não faça pontos.
No
Grupo 6, o Grêmio também só depende dele, precisando pelo menos empatar em
Medellin contra o Nacional local para definir em casa contra o lanterna
Nacional do Uruguai.
Finalmente,
para se classificar no Grupo 7, o Flamengo tem a obrigação de vencer o Emelec
em La Paz para então decidir a vaga contra o mexicano León no Maracanã.
O
futebol brasileiro, reconhecidamente um dos mais fortes do mundo, tem
encontrado dificuldades na Libertadores contra times considerados mais fracos,
e existe uma série de explicações e justificativas para tal.
Primeiro,
diz a lenda que nos primórdios da competição, exatamente quando argentinos e
uruguaios mandavam e desmandavam, os clubes brasileiros não se interessavam
pelo torneio por considera-lo desgastante e financeiramente pouco atraente.
Depois,
eram incontáveis os problemas que os times costumavam enfrentar nos acanhados
campos dos adversários, com invasão de torcedores, violência gratuita e a
conivência das arbitragens “caseiras”. Eram tempos sem transmissão direta de
televisão e com grandes dificuldades de comunicação, muitas vezes dificultadas
pelos próprios clubes mandantes.
O
fato é que apesar dos números mostrarem o domínio de argentinos, brasileiros e
uruguaios, o futebol sul-americano de clubes está mais ou menos nivelado, e
surpresas não acontecem mais.
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