O BRASIL VAI PARA O TUDO
OU NADA
Bem,
partindo do princípio de que o que vale é bola na rede e que o importante são
os três pontos (no presente caso, a classificação para a semifinal) o Brasil
tem que comemorar muito a vitória contra a Colômbia, mesmo ficando a dever (ainda)
o futebol que a torcida espera. Mas, de grão em grão...
A
vitória, conseguida à custa de dois gols marcados por zagueiros, voltou a
evidenciar a falta criatividade, a dependência das bolas paradas e a ausência de
um meio-campo que proporcione aos atacantes mais eficiência nas jogadas de
grande área. A equipe jogou mais uma partida heroica e cheia de sofrimento, e
esta parece que será a tônica que continuará regendo a jornada da seleção,
caracterizada por um grande nervosismo e uma ansiedade sem precedentes.
Neymar
não fazia uma boa partida, visivelmente sentindo os problemas no joelho
lesionado no último jogo contra o Chile, e esperava-se que ao anotar 2x0,
Felipão fizesse a sua substituição - o que acabou forçado a fazer depois - com a entrada
do terceiro zagueiro Henrique para cobrir a cabeça de área e poupar o atacante.
Mas a falta de visão do técnico que ao longo dos últimos anos da sua carreira
parece estar desaprendendo, acabou sendo determinante para a despedida triste e
precoce de Neymar na Copa do Mundo dos seus sonhos.
O
afunilamento nos leva agora a enfrentar a Alemanha, como já era esperado, e
reduz a Copa ao seu denominador mais simples, espantando as surpresas e
colocando na disputa quatro dos favoritos iniciais – por ordem alfabética
Alemanha, Argentina, Brasil e Holanda.
Chegou
enfim a hora da onça beber água.
As ausências de Thiago Silva, agraciado com um
cartão amarelo por um lance infantil e desnecessário, e de Neymar, fora de
combate por uma agressão também desnecessária do zagueiro adversário, põem a
classificação para a final em risco.
Previsões?
Joguem-se búzios, consultem-se oráculos, projetem estatísticas, ou faça-se uso
da tecnologia mais avançada e a resposta será a mesma: tudo pode acontecer.
Mas,
se prevalecer uma análise rigorosa das reais possibilidades, acredito que a
final no dia 13 de julho será disputada entre Brasil e Holanda.
Argentina
e Holanda se enfrentaram em apenas 8 oportunidades, com um único triunfo
argentino, obtido na prorrogação, exatamente na partida que decidiu a Copa de
1978. No mais, foram 4 vitórias dos holandeses e 3 empates.
As
duas seleções têm demonstrado muita garra e determinação, mas a Holanda parece
ser no momento mais consistente, com um ataque incisivo e um time compacto, que
tem no contra-ataque a sua arma mais letal. Para os hermanos, Di Maria fará
muita falta, sobrecarregando o trabalho de Messi, que precisará girar o campo
todo para fugir da marcação laranja.
Com
base na estatística e nos fatos atuais, acredito mais na Holanda.
Já
Brasil e Alemanha se enfrentaram 22 vezes entre 1952 e 2014, contando uma
partida pelos Jogos Olímpicos, uma pelo Mundialito, uma pela US Cup, 2 pela
Copa das Confederações, uma pela Copa do Mundo e 17 amistosos, e os números
atestam a freguesia alemã: foram 12 vitórias brasileiras, 5 empates e apenas 5 vitórias
germânicas, com uma somatória de gols de 44 a 28 a favor do Brasil.
Embora
no momento o Brasil esteja apresentando tecnicamente um futebol inferior ao
apresentado pelo adversário, a equipe jogará insuflada por uma torcida que não
tem poupado esforços em apoiar o time e poderá fazer da ausência de Neymar um motivo
de superação, atirando-se ao jogo com um apetite voraz durante todo o tempo e
acuando o adversário.
É
sabido que o Brasil é uma das seleções mais temidas pelos alemães (a outra é a
Itália) e que o peso da tradição poderá prevalecer mais uma vez, como aconteceu
em 2002, na pior apresentação germânica naquela Copa, com enormes espaços na
defesa que não conseguiu parar um Ronaldo infernal, uma falha capital do seu
goleiro – Oliver Kahn, eleito o melhor jogador do Mundial - e a consequente perda
do título.
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