FELIZ NATAL
(ARTIGO PUBLICADO NO
CADERNO “SUPER ESPORTES” DO JORNAL “O IMPARCIAL” DE 22/12/2014)
Fim
de ano.
Hora
de a torcida deixar de lado as emoções vividas em 2014 e recarregar as energias
para 2015, que vem fervendo, cheio de expectativas e promessas.
É
claro que eu estou me referindo ao futebol e ao esporte em geral, pois esta é a
praia desta coluna, mas esta previsão vale para as torcidas de qualquer
atividade que possamos exercer.
Quanto
ao futebol, para quem tem o saudável vício de assistir a eventos esportivos, felizmente
sempre existem os jogos dos campeonatos europeus que as tevês por assinatura
transmitem durante as pausas dos nossos campeonatos, e os espetáculos acabam se
constituindo em um bom pretexto para uma cervejinha com queijo gorgonzola, de
preferência com algum amigo que curte o riscado, embora ninguém empunhe a
bandeira do time que está jogando nem ofenda a mãe do juiz porque ele marcou um
pênalti inexistente.
É
fim de ano.
Na
falta de atualidades, os cronistas esportivos concentram a sua atenção na
montagem das equipes para o ano próximo, na análise sobre o que deu certo e o que
deu errado. Discute-se a tradicional dança das cadeiras dos treinadores, a
renovação de contratos de alguns jogadores, a liberação de outros tantos e a
inevitável contratação de novos reforços.
Ninguém
mais fala em táticas e estratégias para as partidas, nas deficiências técnicas
das equipes ou na tomada de decisão dos treinadores para tentar virar o jogo.
Isto, no momento, é passado. E também é futuro.
As
diretorias dos clubes começam a planejar, mas vão além do planejamento. Fazem
promessas que sabem não serão cumpridas, procuram alinhavar contratos
vantajosos com patrocinadores de porte para aliviar o fardo financeiro que pesa
às suas costas e contam com a ajuda de algum Mecenas para trazer jogadores que
consigam trazer público para os estádios, mesmo que seja para uma única
temporada.
Afinal,
isso aconteceu com o fenômeno Ronaldo, com Ronaldinho Gaúcho, com Seedorf, e mais
recentemente com Kaká, e de certa forma deu certo, pois aumentou a presença de
público e trouxe bons resultados para os clubes que apostaram na fórmula – Corinthians,
Flamengo (depois Atlético Mineiro), Botafogo e São Paulo – durante o período em
que os craques importados vestiram as suas camisas.
É
fim de ano, e talvez o momento seja de reflexão.
É
preciso repensar o pagamento de salários fora do contexto para técnicos que
ganham entre 500 e 700 mil reais por mês (cerca de 20 mil reais por dia ou 8
milhões e meio por ano), num país como o Brasil.
É
preciso também repensar um piso salarial para jogadores, levando em conta um
plano de análise de eficiência, comprometimento e resultados, pois uma empresa
só consegue dar certo quando as receitas superam as despesas, gerando lucros
para reinvestimentos.
É
preciso repensar o calendário procurando aprimorar as tabelas dos jogos para aproveitar
melhor as viagens longas, levando-se em conta as distâncias deste enorme
Brasil.
É
preciso que os clubes dispensem mais atenção às suas divisões de base e que as
federações procurem fortalecer o futebol do interior, antigo e eficiente
celeiro de craques.
É,
enfim, hora de valorizar mais o torcedor e trazê-lo de volta aos estádios
através de promoções, campanhas de sócio-torcedor e atrativos para tornar os preços
dos ingressos menos abusivos.
É hora de desejar Feliz Natal a todos os leitores, e um Ano Novo cheio de coisas boas.
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