Uma
noite divertida
Aí você sai de casa no início da noite de uma sexta-feira
nobre e arrisca aquele bar da moda junto a três ou quatro amigos, para acrescentar
novas sensações à sua vida e adicionar mais uma noite de encantamento no seu currículo.
Você chega, estaciona, entra e se depara com uma casa cheia, gente bonita, um burburinho que atesta muita animação e perspectiva de uma esticada noturna cheia de emoções.
Somos acomodados em uma mesa grande que faz lembrar ambiente de fazenda, de madeira nua e sem adereços, e depois de transcorridos quinze minutos chega enfim o garçom trazendo os cardápios – um para os comes e outro para os bebes – e aí começa nossa angustia, pois ele retorna apenas outros quinze minutos depois para saber o que iremos consumir.
Quinze minutos é bastante tempo para lermos pelo menos duas vezes as ofertas da casa, então já optamos por três chopes, uma cerveja preta e um suco de abacaxi com xarope de pêssego.
Temos duas opções para o chope – caneca de 350 e de 500 mililitros – e optamos pela de 500 por ser mais prática, pois adia-se a demorada visita do garçom, e mais econômica (meu amigo faz os cálculos rápidos usando regra de três e coisa e tal, e conclui que ganhamos assim uns trocados por caneca).
Isto posto pedimos canecas de 500 mililitros e somos informados que eles só servem chope nas canecas de 350 mililitros, pois as de 500 mililitros são reservadas para os sucos.
Questionamos o fato de eles não servirem o chope em canecas de 500 mililitros apesar de constar do cardápio e somos candidamente informados que o cardápio será trocado, e ponto final.
Depois de alguns minutos de negociação, concordamos com as canecas de 350 mililitros e autorizamos a remessa, depois de termos consultado o cardápio dos comes e pedido uma porção de batata rústica – é o que estava escrito lá.
Mais um período de quinze minutos e volta o garçom, desta vez trazendo uma atendente mais graduada para explicar que o chope estava “quente” e que eles aconselhavam cerveja “long neck” que deveria estar gelada (mas que no fim das contas, nem estava tão gelada assim).
Tudo bem, concordamos com a “long neck” para então começarmos outra negociação dolorida – quantas cervejas eles deveriam colocar no balde? – intensa metafísica para quem está acostumado a servir os clientes da noite.
Depois de mais uma aresta aparada, eis que chegam enfim as cervejas, para que pudéssemos fazer um brinde mais de uma hora depois de sentarmos à mesa.
Quinze minutos depois perguntamos pela batata rústica e entendemos que o garçom ainda não havia feito o pedido porque “não sabia se nós iríamos comer as batatas depois de termos trocado o chope quente pela cerveja “long neck” não muito gelada”.
Confirmamos o pedido e eis que, quinze minutos mais tarde e depois de um outro balde com algumas garrafas e pouco gelo, chegam as gloriosas batatas rústicas, duas, para sermos exatos.
O prato consiste de duas batatas grandes cozidas, cada qual cortada longitudinalmente em seis partes, fritas em azeite de oliva e festejadas por um copinho de molho bechamel, e não dá nem para o começo para acompanhar a cerveja à guisa de tira-gosto.
Após confabularmos por alguns minutos sobre a conveniência de pedirmos outra porção de alguma coisa e vermos o tempo escoando pela ampulheta em direção ao dia seguinte, decidirmos por mais um balde de cervejas – agora decididamente quente – e pedimos a conta, que fatalmente chegará após as garrafas já estarem vazias, obedecendo o penoso ciclo de quinze minutos que parece preceder qualquer atendimento a que estejamos submetidos.
A noite foi afinal divertida porque os amigos são divertidos, mas na próxima vez vamos tomar cerveja e comer tira-gostos em casa.
Você chega, estaciona, entra e se depara com uma casa cheia, gente bonita, um burburinho que atesta muita animação e perspectiva de uma esticada noturna cheia de emoções.
Somos acomodados em uma mesa grande que faz lembrar ambiente de fazenda, de madeira nua e sem adereços, e depois de transcorridos quinze minutos chega enfim o garçom trazendo os cardápios – um para os comes e outro para os bebes – e aí começa nossa angustia, pois ele retorna apenas outros quinze minutos depois para saber o que iremos consumir.
Quinze minutos é bastante tempo para lermos pelo menos duas vezes as ofertas da casa, então já optamos por três chopes, uma cerveja preta e um suco de abacaxi com xarope de pêssego.
Temos duas opções para o chope – caneca de 350 e de 500 mililitros – e optamos pela de 500 por ser mais prática, pois adia-se a demorada visita do garçom, e mais econômica (meu amigo faz os cálculos rápidos usando regra de três e coisa e tal, e conclui que ganhamos assim uns trocados por caneca).
Isto posto pedimos canecas de 500 mililitros e somos informados que eles só servem chope nas canecas de 350 mililitros, pois as de 500 mililitros são reservadas para os sucos.
Questionamos o fato de eles não servirem o chope em canecas de 500 mililitros apesar de constar do cardápio e somos candidamente informados que o cardápio será trocado, e ponto final.
Depois de alguns minutos de negociação, concordamos com as canecas de 350 mililitros e autorizamos a remessa, depois de termos consultado o cardápio dos comes e pedido uma porção de batata rústica – é o que estava escrito lá.
Mais um período de quinze minutos e volta o garçom, desta vez trazendo uma atendente mais graduada para explicar que o chope estava “quente” e que eles aconselhavam cerveja “long neck” que deveria estar gelada (mas que no fim das contas, nem estava tão gelada assim).
Tudo bem, concordamos com a “long neck” para então começarmos outra negociação dolorida – quantas cervejas eles deveriam colocar no balde? – intensa metafísica para quem está acostumado a servir os clientes da noite.
Depois de mais uma aresta aparada, eis que chegam enfim as cervejas, para que pudéssemos fazer um brinde mais de uma hora depois de sentarmos à mesa.
Quinze minutos depois perguntamos pela batata rústica e entendemos que o garçom ainda não havia feito o pedido porque “não sabia se nós iríamos comer as batatas depois de termos trocado o chope quente pela cerveja “long neck” não muito gelada”.
Confirmamos o pedido e eis que, quinze minutos mais tarde e depois de um outro balde com algumas garrafas e pouco gelo, chegam as gloriosas batatas rústicas, duas, para sermos exatos.
O prato consiste de duas batatas grandes cozidas, cada qual cortada longitudinalmente em seis partes, fritas em azeite de oliva e festejadas por um copinho de molho bechamel, e não dá nem para o começo para acompanhar a cerveja à guisa de tira-gosto.
Após confabularmos por alguns minutos sobre a conveniência de pedirmos outra porção de alguma coisa e vermos o tempo escoando pela ampulheta em direção ao dia seguinte, decidirmos por mais um balde de cervejas – agora decididamente quente – e pedimos a conta, que fatalmente chegará após as garrafas já estarem vazias, obedecendo o penoso ciclo de quinze minutos que parece preceder qualquer atendimento a que estejamos submetidos.
A noite foi afinal divertida porque os amigos são divertidos, mas na próxima vez vamos tomar cerveja e comer tira-gostos em casa.
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