COPA LIBERTADORES
2016
Com a chegada da sua fase semifinal, a
Copa Libertadores 2016 vem comprovar que o futebol brasileiro não está
assustando mais ninguém.
No início da competição os analistas
apostavam as suas fichas no Corinthians e no Atlético Mineiro, tidos como
potenciais finalistas e candidatos ao título. Com o passar dos jogos, no
entanto, a realidade veio a ser bem diferente.
Um início irregular quando ainda era
dirigido por Marcelo Oliveira eliminou o Palmeiras na fase de grupos. De nada
valeu a tentativa de recuperação quando os jogadores já obedeciam às instruções
do técnico Cuca e o time se encontrava em franca evolução.
As oitavas de final deixaram para trás
o grande de favorito Corinthians, eliminado no seu próprio reduto pelo Nacional
do Uruguai, e o Grêmio, que perdeu as duas partidas para o Rosario Central, da
Argentina.
Os brasileiros restantes, São Paulo e
Atlético Mineiro se pegaram nas quartas de final e o tricolor despachou o Galo.
O São Paulo, desacreditado desde que
perdeu em casa na estreia para o boliviano Strongest era considerado o clube
brasileiro menos indicado para chegar até onde chegou, mas conseguiu se
classificar para as semifinais e vai defender a tradição da sua camisa – a
rigor, a única coisa que lhe resta no momento – contra o melhor time da competição
até agora, o Atlético Nacional, da Colômbia, que tem sete vitórias, dois
empates e apenas uma derrota quando já estava classificado.
A outra semifinal reúne o Independiente
del Valle (Equador) e o tradicional Boca Juniors (Argentina) com o seu ataque
insidioso formado por Pavón, Tévez e Palacios.
Os registros do torneio neste século 21
mostram seis conquistas brasileiras, contra 10 de outros países – sete da
Argentina e uma para Equador, Paraguai e Colômbia cada um.
O Independiente (Argentina) é o maior
vencedor da história do torneio com sete conquistas. Os “rojos”, no entanto,
não sabem o que é vencer a Libertadores há 32 anos, pois seu último título data
de 1984. O Boca Juniors pode igualar esta marca este ano, pois tem seis
títulos, o mais recente deles em 2007.
O terceiro clube com mais vitórias,
cinco vezes campeão, é o Peñarol (Uruguai), primeiro campeão da competição, que
também está na fila há muitos anos, 29 para ser exato, pois a última vez que
venceu foi em 1987.
A seguir vem o Estudiantes de La Plata
(Argentina), com quatro títulos, o mais recente em 2009.
Os brasileiros mais vencedores são o
Santos (três vezes, em 1962, 1963 e 2011) e o São Paulo (também três vezes, em
1992, 1993 e 2005).
Entre os semifinalistas deste ano, além
de São Paulo e Boca Juniors, o Atlético Nacional já venceu em 1989, mas o
Independiente del Valle procura quebrar um tabu.
As disputas pelas semifinais começam
apenas no dia 6 de julho, quando o São Paulo recebe o Atlético Nacional no
Morumbi, indo jogar depois a partida de volta em Medellin, no alçapão chamado
Estádio Atanasio Girardot Sports Complex.
Os brasileiros precisam fazer o seu
papel de casa com certa folga para jogar com cautela na Colômbia, onde
enfrentará enormes dificuldades não apenas com a qualidade do adversário, mas
também com respeito a campo e torcida.
Para o tricolor este espaço de mais de
quarenta dias pode ser proveitoso, porque até lá o ciclo produtivo das duas
equipes pode mudar. Além do mais, o técnico do Nacional Reinaldo Rueda prevê um
desmanche no time antes da primeira partida, com a saída já confirmada do
atacante Jonathan Copete para o Santos e as prováveis saídas de outros dois
atacantes – Marlos Moreno para o Benfica (Portugal), Victor Ibarbo, que deverá
retornar ao Cagliari (Itália) – e do goleiro Franco Armani, pretendido pelo
River Plate (Argentina).
Por outro lado, o São Paulo poderá
ficar sem Maicon e Calleri.
As disputas pela outra semifinal, entre
Boca Juniors e Independiente del Valle começam no dia 7 de julho no Estádio
Olímpico Atahualpa, em Quito.
(Artigo publicado no caderno Super Esportes do jornal O Imparcial de
27/05/2016)
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