BRASIL X ARGENTINA
Quando você estiver lendo O Imparcial
desta sexta-feira já estará sabendo o resultado do jogo Brasil x Argentina que
aconteceu ontem à noite no Mineirão, após o fechamento da nossa página de
esportes.
O Brasil de cara nova atuava como
favorito diante de um adversário que estava deixando a desejar nas últimas
partidas e que precisava desesperadamente se recuperar, pois corre o risco de
não estar presente na lista dos disputantes à Copa do Mundo da Rússia em 2018.
Protagonistas de um dos maiores
clássicos do futebol mundial, comparado por exemplo na Europa a um Itália x
Alemanha, Brasil e Argentina se enfrentam oficialmente há 102 anos, ou seja, a
partir de 1914.
Entre 1908 e 1914 foi realizada uma
série de 13 jogos entre combinados brasileiros (com jogadores paulistas ou
cariocas) e argentinos, sem o caráter de seleção nacional. Neste período houve
13 jogos com 10 vitórias dos argentinos, 2 dos brasileiros e um empate. No
placar, uma verdadeira lavada – 43 x 13 para a Argentina. Mas isto está fora
dos números oficiais, pois aconteceu na época do amadorismo.
A partir de 1914 as duas federações
começaram a considerar os confrontos como oficiais.
A primeira partida que entra para a
estatística foi realizada em 20 de setembro no estádio do Club Gimnasia y
Esgrima, em Buenos Aires, a Argentina triunfou por 3x0. Uma semana depois, no
mesmo local, o Brasil deu o troco – 1x0.
Até o jogo de ontem haviam sido 102 jogos
realizados entre amistosos e disputas de torneios (Copa Rocca, Campeonato
Sul-Americano, Copa América, Taça Roberto Cherry, Taça Confraternidad,
Campeonato Pan-Americano, Taça do Atlântico, Taça das Nações, Eliminatórias
para a Copa do Mundo, Copa do Mundo, Mundialito, Torneio Bicentenário da
Austrália, Jogos Olímpicos, Copa das Confederações e Superclássico das
Américas) em 101 anos, desde setembro de 1914 até novembro de 2015.
Nesta contabilidade o Brasil leva uma
ligeira vantagem, com 41 vitórias contra 36 dos platinos. Foram computados 25
empates. Quanto à artilharia, os
argentinos marcaram 167 gols contra 153 dos brasileiros. A maior goleada
corresponde a um 6x1 para a Argentina e, março de 1940 pela Copa Rocca, no
Estádio Gasômetro de Boedo, em Buenos Aires. O Brasil respondeu com um 6x2
também pala Copa Rocca em dezembro de 1945 no Estádio de São Januário, no Rio
de Janeiro.
Falando de títulos, a Argentina leva
vantagem na conquista da Copa América (14 vezes contra 8 do Brasil) e nas
Olimpíadas, com 2 medalhas de ouro (o Brasil tem apenas uma). No entanto, o
Brasil venceu 5 vezes a Copa do Mundo e 4 vezes a Copa das Confederações (a
Argentina foi campeã do mundo 2 vezes a apenas uma vez faturou a Copa das
Confederações).
A Copa Rocca, disputada apenas pelos dois países em 15 edições, tem o Brasil
como o grande vencedor, com 11 títulos contra só 4 dos nossos hermanos. O
torneio, que havia sido descontinuado em 1976 voltou em 2011 com o nome de
Superclássico das Américas ou Copa Dr. Nicolas Leoz.
A estatística favorecia os argentinos
com uma larga margem de vitórias e gols sobre o Brasil até 1970, quando os
brasileiros reagiram e partiram para o equilíbrio, conseguidos graças a uma
invencibilidade de 13 jogos que durou até 1982.
O torcedor brasileiro costuma dizer que
detesta a Argentina, apesar de os analistas confessarem que sempre foram
atraídos pelo futebol altamente técnico e ao mesmo tempo raçudo dos seus
jogadores. Já os argentinos, confessadamente, apreciam sem ressalvas o futebol
malandro e cheio de fintas dos brasileiros.
Muitos argentinos brilharam no futebol
brasileiro, entre os quais podemos citar Doval (Flamengo e Fluminense). Tevez
(Corinthians), Andrada (Vasco), Sorin (Cruzeiro), Fillol (Flamengo) e Ramos
Delgado (Santos). A lista dos brasileiros que atuaram na Argentina, é menos
extensa, mas não menos importante. Nela estão Domingos da Guia, Heleno de
Freitas e Paulo Valentim (Boca Juniors) e Silas (San Lorenzo).
(Artigo publicado no caderno de Esportes do
jornal O Imparcial de 11/11/2016)
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