quarta-feira, 12 de dezembro de 2018






ATENTOS, POIS!
(Augusto Pellegrini)

É engraçado como as coisas mudam
E como as coisas mudam as pessoas
Conheço gente que foi respeitável
Mas que depois de longa vida estável
Se transformou num reles coisa-à-toa

É interessante como a gente aguenta
Mas à medida que a paciência esgota
Notamos o quanto enganados fomos
E estes enganos viram desenganos
Pois nos sentimos míseros idiotas

É bom que a gente olhe com uma lente
Aqueles que se fazem de cordeiros
Pois quando surge a hora da vantagem
Eles, do alto da sua gatunagem
Nos fazem de idiotas por inteiro

É importante ficar sempre atento
Porque o inimigo age na surdina
Propõe maciamente os seus projetos
Se faz de amigo, mas é só um esperto
Com a intenção de ver nossa ruína

Por isso, cidadãos, conclamo a todos
Muita atenção para o que vai em sua volta
Passando um pente fino naqueles sujeitos
Que se fazem de seres mais do que perfeitos
E se precavendo assim de uma derrota

Te afasta, belzebu, com esse sorriso falso
Fica longe de mim, que eu te esconjuro
E leva o teu veneno e o hálito da morte
Deixe-me procurar por uma luz bem forte
Pra me livrar de vez do teu escuro

Dezembro 2018


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