EU TIVE UM SONHO
Entre outros escritos, eu tenho pronto
para entrar no forno (ou sair do forno) um livro chamado “As Cores do Swing”
(279 páginas), já formatado e revisado – mas não publicado – pela Editora Resistência
Cultural, aqui de São Luís.
O livro fala sobre as origens do swing –
estilo musical jazzístico - e explora os seus principais nomes – orquestras,
títulos, biografias – seguindo esta temática apresentada na página 8:
“Esta é a história de um símbolo americano, que representa a manifestação mais alegre e descontraída do jazz. É também a história
que mais e melhor abriga o sentimento musical cultivado pelo povo
norte-americano durante as décadas que marcaram a construção dos Estados Unidos
como um dos líderes do planeta.
A importância do swing não deve ser medida apenas em
termos musicais, pois o seu advento teve implicações socioeconômicas e
culturais profundas, funcionando como um marco histórico e uma força motriz que
integrou diversos pontos geográficos do país e movimentou diversas partes da
sociedade americana.
O swing nasceu da necessidade da modernização dos arranjos das
grandes orquestras – com a utilização racional de diversos instrumentos
musicais – e da inclusão de diferentes elementos jazzísticos na música
orquestral, e foi causa e consequência diretas da miscigenação racial presente
na música norte-americana a partir da segunda década do século vinte.
Antes da chegada do swing, a música tocada nos Estados
Unidos era fragmentada. Boa parte da América cultuava uma variante tipicamente
negra, nascida no sul e fortemente impregnada pela alma do escravo liberto.
Outra parte vivenciava uma música originalmente branca e culturalmente europeia,
espalhada por outros pontos do país – especialmente no norte e nordeste – e
influenciada pelas orquestras de concerto. As grandes regiões do centro-oeste
cultivavam uma música brejeira chamada western
country, originária da Irlanda, que
servia de referência aos vaqueiros e à sua cultura campestre desde o século dezoito.
Com o swing a música americana se democratizou, e todos, brancos e
negros, ricos e pobres, jovens e adultos, homens e mulheres, começaram a falar
– e a dançar – a mesma língua”.
Pois bem, eu tive um sonho:
Sonhei que depois de quase
dez anos após ter terminado o livro eu finalmente conseguia publicá-lo.
Em 2004 eu publiquei o
livro “Jazz – Das Raízes ao Pós-Bop”, pela extinta Editora Codex – SP com abrangência
nacional (atualmente fora do catálogo), e muita gente pediu para que eu fizesse
uma nova edição revisada e atualizada, mas em seu lugar surgiu “As Cores do
Swing”, menos didático e mais abrangente, mostrando exatamente o que eu queria
transmitir aos leitores e ouvintes do jazz, pois foi escrito de uma maneira direta,
simples, esclarecedora, curiosa e divertida.
Pois é, eu tive um sonho...
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