quinta-feira, 28 de maio de 2020




TESTE DE COVID
(Augusto Pellegrini)

Não sou médico, cientista, infectologista, bacteriologista, microbiologista, intensivista, virologista ou qualquer profissional voltado à área de saúde, mas costumo ler atentamente tudo o que eles comentam, ensinam e orientam a respeito dos cuidados que devemos ter no combate à pandemia do coronavirus.
Chamaram-me a atenção, por exemplo as diversas opiniões e pronunciamentos sobre a aplicação dos testes para a detecção do covid. Muitos dizem, inclusive a OMS, autoridades sanitárias e diversos secretários de saúde, que o ideal seria testar “toda a população”, o que me aguçou o pensamento e me fez pensar. Se não, vejamos.
É sabido que se alguém faz o teste, qualquer que seja o resultado, ele deve ser refeito, pois o primeiro resultado não é 100% seguro. Se der Positivo, e depois Negativo, pode significar que o sujeito estava doente e se curou; se der Negativo, e depois Positivo, pode significar que ele estava são e que a doença se manifestou somente no segundo teste. Pode significar também que um dos dois resultados está errado – ou ambos.
Se der Negativo nas duas vezes, isto não significa que o sujeito não tem a doença, pois como o período incubatório é de duas semanas, ele pode ter se contaminado há apenas alguns dias e se encontra assintomático na data do teste. Ou o teste, que pelo visto não é confiável, não acusou.
Quem estava doente ontem pode estar curado amanhã, e quem estava curado ontem pode estar contaminado amanhã, com ou sem o teste, isto é, o resultado dos testes não leva a nada absolutamente conclusivo.
A grosso modo, o Brasil deveria testar cerca de 210 milhões de pessoas. Isto é impossível pela absoluta falta de condições e logística, além da dificuldade de contarmos com tal quantidade de testes, mas imaginemos que a aplicação pudesse alcançar 50% da população, ou seja 105 milhões de pessoas.
Como o preço do teste pode variar de totalmente grátis até R$400,00, imaginemos que o preço individual final chegue à casa de 30% dos R$400,00 e teremos um valor estimado de R$120,00.
Pois bem, R$120,00 x 105 milhões de testes é igual a cerca de R$13.000.000.000,00 (treze bilhões de reais) que seria o valor investido para não termos certeza se a pessoa está infectada ou não, conforme observado no início deste artigo.

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