À MODA DA CASA
(marcha de Augusto Pellegrini - 1968)
Silenciosamente
eu saio à rua
A
manhã flutua
E
o nevoeiro da noite passada passou
Silenciosamente
cuido de mim
Num
botequim
Cerveja
preta gelada
E
um misto quente na chapa
Indiferente
À
moda e à marca da casa
Silenciosamente
no barulho
Milhões
de embrulhos
Pacotes
muitos, laços cor de rosa nas mãos
Silenciosamente
sons musicais
Sons
guturais
São
discos tocando alto
E
gente ganhando a nota
Indiferentes
À
moda da casa
O
grande sucesso do momento
É
de ciúme, de queixume
Ou
puro ardume de amor
Com
azedume eu saio à rua
Com
coragem
Não
é fácil enfrentar monstro-motor
À
moda da casa eu vejo o caso
Com
descaso
Por
acaso eu sou alguém?
Não
sei
Então
eu sigo à moda da casa
Esqueço
o caso num silêncio
Até
que eu faço muito bem
Perigosamente
o povo vive
Mais
uma crise, mais uma virgem
Pétala
de rosa no chão
Naturalmente
sempre os dramas existem
E
as damas insistem
A
convidar na calçada
Ao
menos lá na avenida
Indiferentes
Às
coisas da vida
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