quinta-feira, 21 de abril de 2022

 


SENHORAS E SENHORES

(A SÃO PAULO DE ADONIRAM BARBOSA)

1974

(Samba-enredo de Augusto Pellegrini)

 

Senhoras e senhores ouçam bem

A Pérola Negra este ano

Vai cantar em homenagem para alguém

Que é o patriarca do nosso samba urbano

Vila Esperança, Moóca, Bexiga e Barra Funda

Adoniram

O Arnesto me convidou

Prum samba, ele mora no Brás

Adoniram Barbosa

 

Embora sendo um poeta do botequim

Seu samba fez história entre os letrados

E foi registrado no Museu Cravo Albim

Barbosa Adoniram marcou a história

E foi cronista em samba, sem cartola

Barbosa Adoniram marcou a história

E foi cronista em samba, sem cartola

 

Mamãe chamando no Jaçanã

Por que o trem das onze foi sair atrasado

E foi chegar no seu destino só de manhã?

Nicola abriu a porta, e Iracema

Entrou de braços com Adoniram

Nos olhos, uma lágrima, um poema

Ouvindo do poeta “até amanhã”

 

Deixou Iracema, voltou

E levou seu retrato

Dizendo “eu não posso ficar”

Voltou pro Bexiga

Pra Rua Major

Que esta é a maior

Fonte de inspiração

Com ele foram Joca e Mato Grosso

Tocando tamborim que era um colosso

Fazendo de São Paulo um samba-tema

Do orvalho, da maloca e de Iracema

 

Adoniram, Adoniram

Seu samba fez escola entre os letrados

Sem ter jamais sonhado em ser o rei da canção

Barbosa Adoniram marcou a história

E foi cronista em samba, sem cartola

Barbosa Adoniram marcou a história

E foi cronista em samba, sem cartola

 

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