1974
(Samba-enredo de Augusto Pellegrini)
Senhoras e
senhores ouçam bem
A Pérola Negra
este ano
Vai cantar em homenagem
para alguém
Que é o patriarca
do nosso samba urbano
Vila Esperança,
Moóca, Bexiga e Barra Funda
Adoniram
O Arnesto me
convidou
Prum samba, ele
mora no Brás
Adoniram Barbosa
Embora sendo um
poeta do botequim
Seu samba fez história
entre os letrados
E foi registrado
no Museu Cravo Albim
Barbosa Adoniram
marcou a história
E foi cronista em
samba, sem cartola
Barbosa Adoniram
marcou a história
E foi cronista
em samba, sem cartola
Mamãe chamando
no Jaçanã
Por que o trem das
onze foi sair atrasado
E foi chegar no
seu destino só de manhã?
Nicola abriu a
porta, e Iracema
Entrou de braços
com Adoniram
Nos olhos, uma
lágrima, um poema
Ouvindo do poeta
“até amanhã”
Deixou Iracema,
voltou
E levou seu
retrato
Dizendo “eu não
posso ficar”
Voltou pro
Bexiga
Pra Rua Major
Que esta é a
maior
Fonte de inspiração
Com ele foram
Joca e Mato Grosso
Tocando tamborim
que era um colosso
Fazendo de São Paulo
um samba-tema
Do orvalho, da
maloca e de Iracema
Adoniram, Adoniram
Seu samba fez
escola entre os letrados
Sem ter jamais sonhado
em ser o rei da canção
Barbosa Adoniram
marcou a história
E foi cronista em
samba, sem cartola
Barbosa Adoniram
marcou a história
E foi cronista
em samba, sem cartola
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