UM DOMINGO DE DECISÕES
O
futebol brasileiro viveu ontem mais um dia de gala.
Os
grandes centros conheceram os seus campeões regionais, numa comprovação de que
os campeonatos estaduais, tão combatidos por muitos, ainda mantêm o seu
glamour.
Finalmente
o público resolveu ir ao estádio em todas as praças onde houve decisão de
título, acrescentando aquela pitada de rivalidade tão necessária para a
sobrevivência do futebol.
Independentemente
da ausência de alguns clubes chamados grandes não terem chegado até a luta pelo
título, as finais abrigaram aqueles que de fato tiveram o seu mérito, depois de
uma maratona de jogos às vezes desinteressantes e de pouca afluência de torcedores.
Em
Goiás, tudo foi pura emoção. O Atlético Goianiense anotou o seu gol salvador já
nos acréscimos, para desespero e desencanto da torcida do Goiás.O
Atlético alcançou o seu décimo-terceiro título estadual contra 24 títulos do
adversário.
No
Paraná a decisão ficou por conta de Londrina e Maringá, que não tomaram
conhecimento do Atlético e do Coritiba, os tradicionais papões, nem do Paraná, considerado
a terceira força. O título ficou com o Londrina, nos pênaltis. É o quarto da
história.
Na
Bahia, deu Bahia contra o eterno rival Vitória. O tricolor já havia vencido o
primeiro jogo e o empate só fez confirmar a sua melhor fase. São 45 títulos do Bahia contra 27 do Vitória.
Em
Minas, um superclássico de arrebentar corações entre os donos da maior
rivalidade do futebol brasileiro. Cruzeiro e Atlético Mineiro, dois clubes
embalados pela classificação conseguida para a segunda fase da Copa Libertadores
justificaram o atual equilíbrio de forças e emplacaram o segundo 0x0 no
mata-mata da decisão. Melhor para o Cruzeiro, que jogava com a vantagem de dois
empates por ter tido uma melhor campanha durante o campeonato e acabou ganhando
o título de forma invicta. São 39 títulos, contra 42 do Atlético.
No
Rio Grande do Sul, outro clássico de tradição, reunindo Internacional e Grêmio,
desta vez disputado na cidade de Caxias porque o Inter, mandante do jogo, não
pode utilizar seu estádio novinho em folha, cujo entorno ainda parece um
canteiro de obras, o que poderia causar problemas com a segurança dos
torcedores.
O
resultado foi surpreendente, considerando o equilíbrio que geralmente norteia
este clássico, e os 4x1 impostos pelo Inter poderá inclusive causar um forte
abalo no emocional gremista, que precisa agora dar a volta por cima para
encarar a Libertadores.
A
história registra 43 títulos do Colorado contra 36 do rival tricolor.
Em
São Paulo, outra surpresa: após ficar na frente do Corinthians no seu grupo,
vencer o São Paulo e eliminar o Palmeiras nas semifinais, o Ituano se
credenciou a uma final histórica contra o Santos, o melhor time do campeonato.
E,
mesmo perdendo o jogo por 1x0, acabou ganhando o título na cobrança das
penalidades.
O
Ituano já havia sido campeão em 2002, mas aquele campeonato não teve a
participação dos clubes grandes, que estavam empenhados na disputa do Torneio
Rio-São Paulo. Desta vez o título veio pra valer, com uma campanha de qualidade.
No
Rio de Janeiro, outra vez o Clássico dos Milhões, entre um Flamengo abatido
pela eliminação precoce na Copa Libertadores e um Vasco que vem alternando boas
e más exibições. Infelizmente, com outro erro crasso da arbitragem – que eu prefiro
chamar de infelicidade – o Vasco foi prejudicado e o título ficou nas mãos do
Flamengo, o que veio coroar um campeonato pífio e mal planejado. O resultado de
1x1 teve a clara influência dos árbitros, pois o empate aconteceu de uma forma
irregular.
Eis
um título para não ser comemorado.
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