O NOVO FORMATO DA
LIBERTADORES
No
último fim de semana a Conmebol decidiu fazer algumas modificações no formato da
Copa Libertadores da América, já valendo para a temporada de 2017.
A
principal novidade é a duração do torneio, que passa a ser disputado em 42
semanas ao invés das atuais 27, começando em fevereiro e se estendendo até
novembro.
Para
os clubes brasileiros isto pode ser mais um desafio, pois se a CBF tem
dificuldades em administrar o calendário lidando com as poucas datas que temos
no momento para os campeonatos domésticos, imagine encaixar estas novas datas
no nosso exíguo ano esportivo.
Existe
a possibilidade de alguns times terem que encarar mais de noventa jogos no ano,
o que é absurdamente exaustivo.
Outra
alteração promovida pela Conmebol é o aumento de clubes participantes, passando
de 38 para 42. Na prática, porém, não haverá muita diferença pois o inchaço
será abatido já na fase da chamada Pré-Libertadores.
Com
isso, o futebol brasileiro passa a classificar 7 clubes, sendo 6 vagas para os
seis primeiros colocados pelo Campeonato Brasileiro e uma vaga para o campeão
da Copa do Brasil. O número pode subir para 8 se os campeões da Copa do Brasil e
da Copa Sul-Americana estiverem entre os seis primeiros do Campeonato
Brasileiro, e para 9 em 2018 se um clube brasileiro vencer a Copa Libertadores
2017.
O
resultado imediato disto é que reacenderam as chamas de todos os dez primeiros
colocados no Brasileirão pois o chamado G4 foi ampliado para G6.
No
momento, as seis vagas do campeonato estão sendo ocupadas por Palmeiras,
Flamengo, Atlético Mineiro, Santos, Fluminense e Atlético Paranaense, mas Grêmio,
Corinthians, Botafogo e Ponte Preta seguem no calcanhar dos líderes, de modo
que, faltando onze rodadas, a situação do campeonato e dos classificados ainda
permanece indefinida.
Os
quatro primeiros já terão garantida a participação na fase de grupos, mas os
demais terão que disputar a Pré-Libertadores em duas partidas eliminatórias no
sistema mata-mata.
Além
do Brasil, também Argentina, Chile e Colômbia foram beneficiados com uma vaga a
mais cada um.
Os
dez clubes da competição que não avançarem às oitavas de final serão incluídos na Copa Sul-Americana, que
será disputada de junho a dezembro do mesmo ano.
A
decisão polêmica ficou por conta da disputa da final do torneio, e por ser
polêmica será objeto de estudos posteriores, podendo ser adotada apenas em 2018
caso seja acordada pelo Comitê.
A
ideia é copiar a Liga dos Campeões da Europa e fazer uma final única em um
local preestabelecido (no momento a Libertadores é disputada no sistema
ida-e-volta, sendo um jogo na casa de cada um dos finalistas).
Mas
no caso da Liga dos Campeões se os finalistas se enfrentam numa final em
Lisboa, Paris ou Roma, o deslocamento dos jogadores e torcedores pode ser feito
por trem, de uma forma econômica e tranquila, diferentemente do que aconteceria
numa final única na América do Sul (e México, que tem 3 times na disputa).
Imaginemos
uma final como a de 2016, com um clube do Equador e um time da Colômbia se
enfrentando por exemplo cidade de Montevidéu.
As
dificuldades logísticas e o pouco apelo comercial podem levar a um fracasso de
público, não condizente com a grandeza do torneio. Por outro lado, uma final em
Quito e outra em Bogotá colocaria a final em ebulição.
Uma
pesquisa conduzida a respeito do assunto mostra que 48% dos entrevistados
concordam com a partida única, sob o argumento de que premiaria o melhor time e
deixaria a final mais emocionante, mas 31% consideram que os fatores econômicos
da América Latina e as enormes distâncias a serem percorridas serão grandes
dificuldades a serem superadas. Para 21% dos pesquisados o sistema ida-e-volta
deve ser mantido porque o fator “casa” tem que ser levado em consideração.
(Artigo
publicado no caderno de Esportes do jornal O Imparcial de 07/10/2016)
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