domingo, 22 de janeiro de 2017






SONETO QUEBRADO...

É noite.
Como se fosse um sonho
(e a gente sonha mesmo, ‘inda acordado),
eu vejo a flor gentil que se aproxima,
se alegra todo o meu olhar tristonho
a cada metro e a cada passo dado.

Desfaz-se o sonho e tudo se ilumina.
É doce a noite, é doce a musa, é sonho.
É pra você este meu versejado,
pra doce e meiga musa, flor, mulher, menina.

...E ALQUEBRADO

É noite.
A solidão se arrasta
(e a gente vê fantasmas pelo quarto).
A doce imagem já não mais existe,
o olhar opaco permanece triste,
e aquela flor cada vez mais se afasta. 


Desfazem-se ilusões; tudo o que trago
é uma realidade dura após vinte anos
feitos de má certeza e desenganos.
É pra você este meu verso amargo.
 

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