quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018






A FISSURA NO METATARSO

Um lance acidental, sem que houvesse qualquer bola dividida, e eis que Neymar vai ao chão se contorcendo em dores. O jogador é conhecido como “cavador de faltas”, usando de quedas espetaculosas para que o árbitro lhe conceda o benefício da dúvida, mas desta vez foi deferente. Neymar pisou em falso, torceu o pé e saiu para ser atendido fora do campo, chorando. Não voltou. A princípio, devido ao inchaço no tornozelo, os médicos acreditavam em uma entorse, e a sua preocupação eram os ligamentos. Após exames mais rigorosos, constatou-se uma fissura no metatarso do pé direito, o que o deixaria de fora no tira-teima contra o Real Madrid na próxima semana pela Champions League e mais umas duas semanas de molho.
Logo que a notícia espocou instalou-se o pânico nas hostes do PSG e da seleção brasileira.
Os franceses, pouco preocupados com o título nacional que virá de qualquer jeito, aparentemente estavam apreensivos com o seu maior capital fora do mercado.Tite e a sua equipe, porém, tinham outra preocupação: acertar as quatro linhas da seleção com os amistosos que faltam antes da Copa e ter o jogador em condições perfeitas para quando o torneio acontecer em junho.
Isso posto, decidiu-se por uma cirurgia (semelhante à sofrida recentemente por outro titular de Tite, Gabriel Jesus), que afastaria o atleta por quase três meses. Isso o obrigaria a correr contra o tempo para ficar em forma antes do início da competição, mas foi avaliado pelo próprio Neymar, por Tite e pelo médico da seleção como a alternativa menos ruim.
O PSG não concordou, mas acabou cedendo ao estafe do jogador, que virá fazer a cirurgia no Brasil, devidamente acompanhado pelo médico do clube.
Neymar não esta sozinho nesta incerteza de recuperação plena a fim de estar em cima dos cascos daqui a cinco meses. Outros atletas também passam por problemas de recuperação e estão quebrando a cabeça das suas respectivas comissões técnicas.
Manuel Neuer, da Alemanha, titular da equipe campeã do mundo em 2014, também passou por uma cirurgia no metatarso, só que devido a uma fratura no pé esquerdo, e está parado desde setembro. A previsão era a de que ele retornasse aos gramados neste início de março, mas isto não vai acontecer.  
Outro alemão, Marcel Halstenberg, que se apresentava como uma saída para a lateral esquerda – pois Philipp Lahm se aposentou depois da Copa no Brasil – sofreu ruptura do ligamento do joelho.
Benjamin Mendy, lateral esquerdo titular da França, sofreu ruptura do ligamento cruzado do joelho em setembro depois de disputar sua quinta partida pelo Manchester City, e sua previsão de volta é apenas meados de abril.
Outro que teve ruptura do ligamento do joelho foi o centroavante Darío Benedetto, titular da seleção argentina, mas isso foi em novembro, o que complica sobremaneira a sua recuperação. Ele está otimista, e já colocou nas redes sociais um vídeo em que aparece correndo, para animar os fãs. Mas corridinha de Facebook é uma coisa e praticar um esporte de alto rendimento são outros quinhentos.
Steven Defour, meia da Bélgica e um dos seus mais experientes jogadores, apresentou um problema no joelho no começo de fevereiro e, ao saber que teria que passar por uma cirurgia para restaurar a cartilagem aparentemente jogou a toalha, pois considera pouco provável a sai presença na Rússia. Afinal, o tempo de recuperação vai de cinco a seis meses.   
Ruben Loftus-Cheek, meia revelação do futebol do futebol inglês teve uma lesão no tornozelo e não tem previsão de voltar aos treinamentos.
À exceção de Manuel Neuer, parece que nenhum deles tem a importância que Neymar tem para a seleção brasileira, mas é bom lembrar que as Copas são cheias de surpresas que acontecem exatamente quando menos se espera.   
Vejam o caso Pelé-Amarildo em 1962. Mas isto é assunto para um outro artigo.

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