FUTEBOL BRASILEIRO EM
QUEDA LIVRE
Outro dia estava
eu assistindo a uma partida do Campeonato Inglês – Premier League – e fiquei
encantado pela forma como a partida fluía. Aplicando o popular “dois toques” as
duas equipes trocavam passes rápidos e exploravam os espaços vazios com deslocações
constantes dos seus jogadores. Alguns exibiam também bons dotes individuais na
hora dos dribles e das finalizações, mas a essência do bom futebol apresentado era
mesmo o conjunto.
Terminada a partida
coloquei no Campeonato Espanhol – La Liga – e vi praticamente a mesma coisa. Para
a minha surpresa, o mesmo aconteceu quando eu vi um jogo entre dois times sem muita
expressão no Campeonato Holandês.
Tem alguma
coisa errada nisso, pensei. Depois percebi que o que está errado é o que está
do lado de cá do Atlântico.
O futebol
brasileiro definitivamente não vive o seu melhor momento.
Não é preciso procurar
muito para perceber que as coisas não estão caminhando como queríamos, bastam
as evidências.
Os clubes
brasileiros estão perdendo a hegemonia continental e hoje abrigam no seu elenco
jogadores argentinos, uruguaios, colombianos, chilenos, paraguaios e
equatorianos que a rigor têm sido as estrelas dos times em que atuam. Vide Cuellar,
João Rojas, Borja, Cazares, Arrascaeta, Kanneman, D’Alessandro, Martin Silva,
Romero, Arboleda, Leo Valencia, Ariel Cabral e tantos outros.
No âmbito
mundial, desde Kaká em 2007 nenhum brasileiro foi considerado o melhor jogador
do mundo – Neymar foi o terceiro colocado em 2015 e 2017 e só – nestes onze
anos só vimos craques de outros países no pódio.
A própria
seleção brasileira está em baixa. O Brasil ainda ocupa a terceira colocação no
Ranking da Fifa, atrás da França e da Bélgica, mas precisa fazer uma boa Copa
América para que possa permanecer no topo, pois a pontuação dada para os
amistosos caça-níqueis da CBF não é lá muito generosa.
Apesar de ainda
ser uma unanimidade nacional, o técnico Tite não figura na lista dos dez
melhores do mundo (na verdade, ele ocupa a 22ª posição), o que significa que a
nossa influência na forma de praticar o jogo de bola está definitivamente fora
de questão.
Foi-se o tempo
que o futebol e o jogador brasileiro eram invejados e que se proclamava que no
Brasil se jogava “o melhor futebol do mundo”.
Para que se
tenha uma ideia de quão ultrapassada está a nossa postura tática e técnica
basta lembrar que o técnico mais reverenciado no Brasil nos dias de hoje é o
senhor Luiz Felipe Scolari.
Sem maiores comentários...
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