quinta-feira, 15 de novembro de 2018






FUTEBOL BRASILEIRO EM QUEDA LIVRE

Outro dia estava eu assistindo a uma partida do Campeonato Inglês – Premier League – e fiquei encantado pela forma como a partida fluía. Aplicando o popular “dois toques” as duas equipes trocavam passes rápidos e exploravam os espaços vazios com deslocações constantes dos seus jogadores. Alguns exibiam também bons dotes individuais na hora dos dribles e das finalizações, mas a essência do bom futebol apresentado era mesmo o conjunto.
Terminada a partida coloquei no Campeonato Espanhol – La Liga – e vi praticamente a mesma coisa. Para a minha surpresa, o mesmo aconteceu quando eu vi um jogo entre dois times sem muita expressão no Campeonato Holandês.
Tem alguma coisa errada nisso, pensei. Depois percebi que o que está errado é o que está do lado de cá do Atlântico.
O futebol brasileiro definitivamente não vive o seu melhor momento.
Não é preciso procurar muito para perceber que as coisas não estão caminhando como queríamos, bastam as evidências.
Os clubes brasileiros estão perdendo a hegemonia continental e hoje abrigam no seu elenco jogadores argentinos, uruguaios, colombianos, chilenos, paraguaios e equatorianos que a rigor têm sido as estrelas dos times em que atuam. Vide Cuellar, João Rojas, Borja, Cazares, Arrascaeta, Kanneman, D’Alessandro, Martin Silva, Romero, Arboleda, Leo Valencia, Ariel Cabral e tantos outros.
No âmbito mundial, desde Kaká em 2007 nenhum brasileiro foi considerado o melhor jogador do mundo – Neymar foi o terceiro colocado em 2015 e 2017 e só – nestes onze anos só vimos craques de outros países no pódio.
A própria seleção brasileira está em baixa. O Brasil ainda ocupa a terceira colocação no Ranking da Fifa, atrás da França e da Bélgica, mas precisa fazer uma boa Copa América para que possa permanecer no topo, pois a pontuação dada para os amistosos caça-níqueis da CBF não é lá muito generosa.
Apesar de ainda ser uma unanimidade nacional, o técnico Tite não figura na lista dos dez melhores do mundo (na verdade, ele ocupa a 22ª posição), o que significa que a nossa influência na forma de praticar o jogo de bola está definitivamente fora de questão.
Foi-se o tempo que o futebol e o jogador brasileiro eram invejados e que se proclamava que no Brasil se jogava “o melhor futebol do mundo”.  
Para que se tenha uma ideia de quão ultrapassada está a nossa postura tática e técnica basta lembrar que o técnico mais reverenciado no Brasil nos dias de hoje é o senhor Luiz Felipe Scolari.
Sem maiores comentários...   
   

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