SENSAÇÕES
Nossa percepção pode provocar as mais diferentes
sensações de conforto ou inquietação. Por não existir qualquer embasamento
lógico ou filosófico, algumas destas sensações podem soar familiares para
alguns e absurdas para outros.
Estas sensações variam de acordo com
cada indivíduo, o que prova que o sentimento pode ter mil faces independentemente
do ato gerador da emoção.
A mim, me fazem bem as imagens das
grandes cidades do final do século dezenove ou início do século vinte, muito
embora eu seja sabedor que o bem-estar social fosse alarmante, que as doenças
grassavam na população, e que a miséria, o lixo e a falta de cuidados médicos e
sanitários fossem uma constante naquele dado momento histórico. Imaginem o
esgoto correndo a céu aberto. Imaginem o excesso de roupa e a falta de banho. Imaginem
uma consulta ao dentista ou a necessidade de uma cirurgia em pleno 1900!
Por outro lado, as imagens das duas
guerras mundiais tanto podem ser heroicas como devastadoras, dependendo do
ponto de vista e do lado para o qual a sua família torcia na época. Os “tommies”
americanos pareciam jovens universitários bem-comportados, ao passo que os
alemães em preto-e-branco passavam uma imagem sinistra e os japoneses preparando
armadilhas no meio do pântano em nada faziam lembrar os simpáticos nerds de óculos
que adornam hoje em dia as universidades de todo o mundo.
Do ponto de vista histórico, a segunda
guerra mundial me parece fascinante, apesar de todas as monstruosidades que
proporcionou e de ser a hecatombe que teve um impacto social bem maior do que
as investidas mongóis na Europa ou as guerras napoleônicas.
Como um bicho criado em uma metrópole, eu
aprecio mais um monumento histórico ou um marco da civilização do que a vista
paradisíaca de cascatas e arvoredos. Eu não tive uma infância à beira do rio,
tomando leite mugido e vivendo a realidade da vida da roça, então não me
emocionam as narrativas campestres.
Mas a natureza também canta ao meu
ouvido. Amo o céu limpo, azul ou estrelado, a lua brilhante e o por do sol, embora
me incomode a chuva que tolda os horizontes da minha visão e dificulta os meus movimentos. Adoro a revoada de pássaros, o cacarejar do galo e a presença ou a visão
dos animais – domésticos ou selvagens – bem como a forma como eles se comunicam
com a gente.
Os amigos dirão que há controvérsias.
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