terça-feira, 13 de julho de 2021

 


AS CORES DO SWING
           (Livro de Augusto Pellegrini)

BANDLEADERS E DISCOGRAFIA


ROBERTO INGLEZ (1913-1978) 

Nome completo – Robert Inglis

Nascimento – Elgin-Escócia

Falecimento – Santiago-Chile

Instrumento – piano

 

Comentário – Apesar tocar swing, o maestro e pianista Roberto Inglez não chega a ser considerado específicamente um músico de jazz, pois seu repertório era composto também por músicas latinas. Mas ele construiu um seu estilo jazz-dançante, e com ele foi um líder de vendas de discos na Europa, nos Estados Unidos e na América Latina. A sua inclinação pela música latina é relativamente estranha, levando-se em consideração que ele nasceu na Escócia (em 1913, de acordo com alguns pesquisadores, e em 1919, de acordo com outros) e morou no Reino Unido até quase os quarenta anos de idade.  Sabe-se que ele aprendeu piano quando tinha cinco anos e que aos quinze já possuía o seu próprio conjunto musical, chamado Melodymakers. No início da sua carreira, Robert trabalhava como dentista durante o dia para conseguir exercer sua função de músico à noite. Em 1937, quando estudava na Royal Academy of Music, em Londres, Robert conheceu Edmund Ros, de origem venezuelana, que na época tocava na Don Marino Barreto´s Cuban Orchestra. Quando Ros deixou a orquestra para formar seu próprio grupo, ele indicou Robert para substituí-lo e sugeriu a mudança do seu nome para Roberto Inglez por ser ele o único britânico dentro daquela orquestra latina. Algum tempo depois, Roberto Inglez também montou sua própria orquestra e foi contratado pelo Hotel Savoy, uma sofisticada casa de Londres, mas manteve o estilo caribenho que herdara de Edmund Ros, sem deixar de incluir o swing e o fox dançante. Teve discos lançados pelas gravadoras Parlophone e Coral, e depois pela Odeon, que possuía filiais na Espanha e na América do Sul. Seus discos com o molho latino tiveram uma grande aceitação no Brasil, e em 1952 ele foi convidado para fazer duas temporadas, uma no Hotel Casablanca, no Rio de Janeiro, e depois no Lord Hotel, em São Paulo, liderando uma orquestra com trinta músicos, todos brasileiros. No Brasil, Roberto Inglez acompanhou as cantoras Ângela Maria e Dalva de Oliveira, e ficou até 1954, quando se casou e foi morar no Chile. Lá, ele montou a Roberto Inglez y Su Orquestra Romanza, se tornou parceiro do cantor Lucho Gatica, e continuou gravando e se apresentando na América do Sul, em Nova York e em Madri com o mesmo sucesso. Esteve no Brasil para diversas outras temporadas e fez outras gravações pela Odeon. Seu estilo pianístico econômico, com a melodia calcada nos graves extraídos com a mão esquerda, teria influenciado diversos músicos brasileiros, entre os quais Valdir Calmon, Britinho, João Donato e Tom Jobim. Ele se retirou dos meios musicais no início dos anos 1960. De um modo geral, Roberto Inglez não é citado em compêndios e discografias de jazz, possivelmente porque apesar de a sua Orquestra Romanza ter tocado várias vezes em Nova York, ele tenha abandonado o estilo orquestral jazzístico que cultivava nos anos 1940.

 

Algumas gravações: 

Again (Dorcas Cochran-Lionel Newman)

Andalucia (The Breeze And I) (Ernesto Lecuona)

Aquarela Do Brasil (Ary Barroso)

Because Of You (Arthur Hammerstein-Dudley Wilkinson)

Begin The Beguine (Cole Porter)

Dancing In The Dark (Howard Dietz-Arthur Schwartz)

Daybreak (Ferde Grofe-Harold Adamson)

Fantasie Impromptu (Fréderic Chopin)

Heart And Soul (Frank Loesser-Hoagland “Hoagy” Carmichael)

In The Still Of The Night (Cole Porter)

Kalu (Humberto Teixeira)

Laura (Johnny Mercer-Walter Donaldson)

Nocturne (Fréderic Chopin)

Out Of My Dreams (Richard Rodgers-Oscar Greeley Clendenning Hammerstein II)

Rio De Janeiro (Ary Barroso)

Temptation (Arthur Freed-Nacio Herb Brown) 

Tico Tico (José Gomes “Zequinha” de Abreu-Erwin Drake)

Tres Palabras (Osvaldo Farres)

Ya Que Te Vas (Ernesto Lecuona)

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