EU E A MÚSICA –
ESSE TAL DE ROCK AND ROLL
(Augusto Pellegrini)
O
rock é bom e eu gosto – Parte 1
O termo “rock and roll” foi cunhado por Alan Freed, um disc-jóquei de Cleveland, numa tentativa de atrair jovens brancos para curtir a música negra através de shows que ele chamava de Rock ‘n’ Roll Jamboree, reunindo num mesmo auditório – assim como no palco – público e artistas brancos e negros.
A origem do rock and roll remonta ao final dos anos 1940 e início dos anos 1950, coincidindo com o declínio da Era do Swing, que era a música popular do momento nos Estados Unidos cujo som era especialmente apreciado pelos mais velhos.
Com o fim da guerra, veio uma vida nova, e os jovens começaram a se libertar das amarras vitorianas na busca de um mundo que dali pra frente seria deles.
O novo estilo possuía os ingredientes que representavam essa libertação e tinha as suas raízes fincadas na música negra – na forma de blues, do rhythm & blues, da música gospel e da folk music – e incorporava também a country music de origem branca nascida no centro oeste.
O batismo com o nome “rock and roll” e a sua internacionalização vieram a acontecer, porém, somente na segunda metade dos anos 1950.
O rock começou nos Estados Unidos, mas a partir de 1962 o mundo foi palco de uma “invasão inglesa”, que modificou a aparência e a estrutura da música, fazendo com que ela começasse a ser cultivada com mais fervor pela juventude global.
O rock and roll era genericamente chamado nos Estados Unidos de “rock-a-billy”, devido a uma expressão usada pelos jovens da época – “rock” – que significava “balançar”, entre outras coisas, para diferenciar do “swing” (que também significava também “balançar”, mas era usado pela geração dos seus pais), e “hillbilly” (“caipira”), uma alusão ao componente country da nova música.
Assim, rock, rock and roll, rock ‘n’ roll e rock-a-billy são a princípio denominações da mesma música que, a exemplo do jazz, foi sofrendo mutações ao longo do tempo e assumindo mais de trinta formas diferentes nos seus setenta anos de existência, entre as quais os estilos “surf music” (Dick Dale, The Shadows, Beach Boys), “classic” (Lonnie Donegan, The Beatles, The Who e outros que receberam uma influência do blues mais marcante, como The Rolling Stones, Animals e Yardbirds), “power pop” (Badfinger, Raspberries, Big Star, Emitt Rhodes), “folk” (Woody Guthrie, Bob Dylan, Joan Baez, Mamas & Papas, Joni Mitchell, Simon & Garfunkel), “psychedelic” (The Byrds, Grateful Dead, Jefferson Airplane, Pink Floyd, Soft Machine, Yes, Marillion, Genesis, Jethro Tull), “glam” (Elton John, Davis Bowie, Alice Cooper), “heavy metal” e “hard rock” (Led Zeppelin, Kiss, Deep Purple, Queen, Judas Priest, Black Sabath, Aerosmith, Scorpions, Van Halen, Metallica, Iron Maiden), “punk” (Sex Pistols, Nausea, The Clash), “new wave” (The Police, The Pretenders, Duran Duran), “post-punk” (Talking Heads, The Cure, Echo & The Bunnymen, The Smiths, Siouxsie & The Banshees), “glam metal” (Def Leppard, Billy Idol, Bruce Springsteen, Brian Adams, Peter Gabriel, Bon Jovi), “alternative rock” (Velvet Underground, R.E.M., Sonic Youth, Pearl Jam, Nirvana) e tantas outras.
Ironicamente, apesar de o rótulo “race music” remeter aos negros, foram músicos e cantores brancos que inauguraram o estilo pra valer.
Entre estes músicos da época da “inauguração”, pode-se citar Carl Perkins – com as músicas “Blue Suede Shoes” (Carl Perkins), “Boppin’ The Blues” (Carl Perkins e Curley Griffin) e “Your True Love” (Carl Perkins); Elvis Presley – “That’s All Right” (Arthur Crudup), “Don’t Be Cruel” (Otis Blackwell e Elvis Presley) e “Hound Dog” (Jerry Leiber e Mike Stoller); Jerry Lee Lewis – “Whole Lotta Shakin’ Goin’ On” (Dave ‘Curlee’ Williams e Sunny David), “High School Confidential” (Jerry Lee Lewis e Ron Hargrave) e “Great Balls Of Fire” (Otis Blackwell e Jack Hammer); e Gene Vincent – “Be-Bop-A-Lula” (Gene Vincent e Tex Davis), “Maybelline” (Chuck Berry) e “Bluejean Bop”(Gene Vincent).
Outros pioneiros que participaram do início da pavimentação da Era do Rock (ou do “roquinho”, ou do rock-balada, como queiram) foram Conway Twitty – “Lonely Blue Boy” (Conway Twitty), “Linda On My Mind” (Conway Twitty) e “It’s Only Make Believe” (Jack Nance e Conway Twitty); Ricky Nelson – “Hello Mary Lou” (Gene Pitney), “Travelin’ Man” (Jerry Fuller) e “Believe What You Say” (Dorsey Burnette e Johnny Burnette); Ronnie Hawkins – “Thirty Days” (Chuck Berry), “My Gal Is Red Hot” (Ronnie Hawkins) e “Mary Lou” (Ronnie Hawkins); The Everly Brothers – “Wake Up Little Suzie” (Felice Bryant e Boudleaux Bryant), “Bye-Bye Love” (Felice Bryant e Boudleaux Bryant) e “Claudette” (Roy Orbison); Roy Orbison, talvez o mais moderno para a época – “Oh Pretty Woman” (Roy Orbison e Bill Dees), “Crying” (Roy Orbison e Joe Melson) e “Only The Lonely” (Roy Orbison e Joe Melson); Johnny Cash, uma atitude folk dentro do rock – “Sixteen Tons” (Merle Travis), “Let Him Roll” (Guy Clark) e “Going By The Book” (Johnny Cash); Eddie Cochran, morto aos 22 anos num acidente de trânsito na Inglaterra – “C’mon Everybody” (Eddie Cochran e Jerry Capeheart), “Pretty Girl” (Eddie Cochran e Jerry Capeheart) e “Jeannie, Jeannie, Jeannie” (George Motola); e Buddy Holly, também morto precocemente em um acidente aéreo em Clear Lake, no Iowa – “That’ll Be The Day” (Jerry Allison, Norman Petty e Buddy Holly), “It’s So Easy” (Buddy Holly e Norman Petty) e “Peggy Sue” (Jerry Allison, Norman Petty e Buddy Holly).
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