FIM DE CASO
(Augusto
Pellegrini)
Se perguntares
o que eu sinto, não minto
Dir-te-ei todos os meus doridos ais
Uma coisa, porém, eu advirto – não consinto
Que faças uso mau desses meus ais, jamais
Se perguntares
do que eu gosto, não digo
Farei segredo deste meu particular
E uma outra coisa eu advirto – e insisto
Que meus direitos deves sempre respeitar
Se perguntares
pra onde vou, não conto
Pois meu caminho só a mim cabe encontrar
E que uma coisa fique claro – e pronto!
Quem me seguir por certo irá se lamentar
Se perguntares
sobre o meu passado
Eu fico surdo pra não responder
Pois gostaria de deixar de lado
Coisas que o tempo teima em reviver
Se perguntares
o que eu penso do seu gesto
Eu vou dizer que pra mim tanto faz
Pois procedendo assim, com meu protesto
Eu finalmente sentirei a paz
Por fim, se
perguntares por que me recuso
A entabular práticas de amor contigo
Eu só direi – cansei de ser intruso
Noites de amor não se faz com o inimigo
Novembro 2018
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