segunda-feira, 23 de outubro de 2017






O MELHOR DO MUNDO

(Artigo escrito para O Imparcial de 21/10/2017. portanto antes de Cristiano Ronaldo ser eleito o vencedor do Prêmio Fifa 2017, que aconteceu em 23/10/2017)

A última vez que um jogador brasileiro foi eleito o melhor do mundo pela Fifa foi em 2007, e o premiado foi Kaká. O meia, que atuava pelo Milan, entrava assim para a galeria dos brasileiros condecorados da qual já faziam parte Romário, Ronaldo, Rivaldo e Ronaldinho.
Desde 2007 para cá, portanto já completando uma década, apenas uma vez um brasileiro chegou a constar na lista dos três indicados para o prêmio, e este foi Neymar, que ficou em terceiro lugar em 2015. Antes dele haviam sido nomeados entre os três finalistas  Roberto Carlos (1997), Rivaldo (2000), Ronaldo (2003) e Ronaldinho (2006), obviamente além dos que garantiram o primeiro lugar. Convenhamos que isto é muito pouco pela quantidade de brasileiros que atuam e atuaram na Europa e para um universo de 78 jogadores relacionados em 26 anos de premiação.
É bom que se frise que apesar de não ser um critério obrigatório, isto é, não há nenhum artigo no regulamento que obrigue, os jogadores indicados sempre atuam no futebol europeu, que é a grande vitrine do mundo para o espetáculo do futebol. Como a fonte brasileira secou com Kaká, há que se deduzir que os nossos jogadores não conseguiram encantar os treinadores e capitães de equipes votantes nos últimos dez anos, restando a esperança que Neymar consiga reabilitar a tradição de que o jogador brasileiro realmente esteja entre os melhores do mundo.
A lista dos premiados é extensa, porque vem desde 1991, ano em que o premio foi instituído, e já contemplou Lothar Matthäus ( o primeiro), Leonel Messi (5 vezes), Cristiano Ronaldo (4 vezes), Ronaldo e Zinedine Zidane (3 vezes), Ronaldinho (2 vezes),  e Marco Van Basten, Roberto Baggio, Romário, George Weah, Rivaldo, Luís Figo, Fábio Cannavaro e o já citado Kaká, todos com um premiação cada.
Para 2017, o Prêmio já tem os seus três concorrentes finalistas, que são Messi, Cristiano Ronaldo e Neymar. Messi e Cristiano Ronaldo conquistaram todos os prêmios desde 2008 até 2016 e voltam a ser favoritos em 2017.
O português, contando com os títulos alcançados nesta temporada, inclusive no Campeonato Espanhol, onde o seu Real Madrid suplantou o Barcelona de Messi e Neymar, leva vantagem na disputa. Messi vem se reabilitando neste final de ano, tendo inclusive levado a Argentina a conseguir sua vaga para o Mundial do ano que vem, mas teve um ano menos regular que Cristiano Ronaldo. Quanto a Neymar, suas atuações espetaculares pelo PSG não irão credenciá-lo a lutar pela comenda, pois não estão sendo consideradas pelos jurados, que encerraram a sua análise e fizeram a votação no final de agosto. Fica para o próximo ano.
A participação de Neymar como coadjuvante no Barcelona ao lado de estrelas como Messi - um jogador pra lá de refinado -  e de Luis Suarez - um artilheiro implacável - foi um dos motivos que o levaram a aceitar a milionária transferência para o clube francês, onde ele deverá ser o protagonista principal, tendo Daniel Alves, Marquinhos. Tiago Silva, Di Maria, Draxler, Cavani,  Pastore, Verrati e Mbappé como seus coadjuvantes.
Talvez porque a votação seja feita por treinadores e alguns capitães de equipes importantes da Europa, existe uma flagrante tendência de que os jogadores escolhidos para a lista tríplice façam parte das principais equipes do continente, aquelas que além de se sobressaírem no seu próprio país também tenham tido uma participação marcante nas disputas continentais.
Alguns registros aguçam a curiosidade do torcedor, como o fato raro de Ronaldinho Gaúcho (Barcelona) ter recebido o prêmio sem ter conquistado título algum.
Entre outros fatos marcantes, podemos mencionar também que Ronaldo (PSV) foi o jogador mais jovem a receber o prêmio (ele tinha apenas 20 anos quando foi escolhido em 1996) e que Fabio Cannavaro (Juventus) foi o primeiro e único zagueiro premiado até agora.
O  quadro de medalhas mostra os jogadores brasileiros na liderança com 8 premiações contra 5 dos argentinos, 5 dos portugueses, 3 dos franceses, 2 dos italianos e uma dos  holandeses, liberianos e alemães respectivamente.
   

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