BESTEIROL
Rebuscando meus pertences, entre achados
e perdidos deparei-me com mais um escrito cuja origem desconheço. Trata-se de
um script para teatro. Não sei quem o escreveu – acho que não fui eu – mas,
sempre fascinado com absurdos e coisas sem sentido (que afinal sempre acabam deixando
alguma mensagem), resolvi publicá-lo.
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CENÁRIO: Porta de um teatro, onde pessoas
esperam na fila do guichê e outras passam pela calçada. Na calçada, segurando
uma cesta de flores, está uma vendedora de flores. Ela caminha de lá para cá
gritando compassadamente:
FLORISTA: “Flores! Flores!”
Um homem se aproxima, segura o braço da
vendedora e diz:
HOMEM: “Sou eu!”
FLORISTA (olhando surpresa): “O que? O
que você quer dizer com – ‘Sou eu’”?
HOMEM: Sou eu. Flores. Este é o meu
nome!” – apresentando-se com vênia. “Sargento Jaime Flores, à sua disposição,
senhorita. Você estava me chamando?”
FLORISTA: “Não senhor, estou só vendendo
flores.”
HOMEM: “Oh, oh! Acho que cometi um engano”.
FLORISTA: “Com certeza, senhor”.
HOMEM: “Porque você não anuncia as
flores pelo nome delas?”
FLORISTA: “Assim?” – e começa a gritar –
“Margaridas! Violetas!, Rosas!”
Algumas pessoas que estão na fila se
movimentam. Duas delas se aproximam e dizem:
MULHER 1: “Sim? Eu sou a Margarida!”
MULHER 2: “Você me chamou? Meu nome é
Rosa!”
FLORISTA: “Oh não! Vai começar tudo de
novo!?”
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