segunda-feira, 17 de agosto de 2020

 

E, DE REPENTE...

(Augusto Pellegrini)

E de repente acordo, é madrugada
Ouço das folhas o farfalhar noturno
E o gotejar da chuva na invernada
Me faz sonhar com teu olhar soturno

E de repente penso que ainda é tempo
De recomeço, ainda que tardio
O vento, a chuva, o farfalhar, o frio
Parecem sussurrar, dando-me alento

E de repente em vão tento dormir de novo
Formando a tua imagem no meu pensamento
Faço de conta que neste momento
Estás a meu lado, e então me comovo

Mas de repente acordo entristecido
Pequeno e fraco, porque na verdade
Por mais que anseie tua intimidade
Sei que se trata de um amor perdido

 

Outubro 2018

 

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