UM GOLE DE ALEGRIA
(Augusto
Pellegrini)
No bar o homem
entra e pede
Uma dose de alegria
E o atendente lhe indica
Um lugar para sentar
Sai em busca da bebida
Da mais suave à mais curtida
Pra satisfazer do cliente
O seu fino paladar
Mas fica muito intrigado
Com pedido tão estranho
Tão notável, diferente
Obtuso e singular
Pois seu bar vende bebidas
Doces, amargas, ardidas
Porém não tem a alegria
no cardápio regular
Para o
atendente atencioso
Este homem tão taciturno
Escolheu o lugar errado
Para encerrar o seu turno
Alegria não se compra
Não se empresta, vende ou bebe
Pois já vem engarrafada
Na alma de cada vivente
Pode ser
distribuída
Aos goles, como a bebida
Sem dosagem e sem medida
Entre os amigos da gente
Em silêncio é consumida
Ou ao mundo alardeada
Mas não pode ser comprada
Em um boteco de esquina
Maio, 2019
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