sábado, 30 de outubro de 2021

 

Foto: Músicos das bandas Daphne e Alcmena -  Otavio Parga (D), Paulo Pellegrini (D), Reuber Cunha (A), Nuna Gomes (D), Alexander Carvalho (D), Adriano Correa (A), João Filho (A) e Miguel Mussalém (A).    

EU E A MÚSICA

ESSE TAL DE ROCK AND ROLL

Um abraço no Gilberto Mineiro – Parte I 

Durante um curto período São Luís movimentou uma casa de espetáculos chamada Equator, que era na verdade um imenso picadeiro com arquibancadas de cimento, mais parecendo um ginásio esportivo. A casa era rústica, tinha problemas de acústica, não oferecia conforto nem um bom serviço de bar e não teve, portanto, vida longa.

Em pouco tempo o prédio foi demolido e o espaço acabou se transformando num grande estacionamento aberto, no que se revelou muito mais adequado, pois assim permanece até hoje.

Quando surgiu o Equator, veio com ele a esperança da abertura de um espaço que pudesse congregar as tribos de garotos roqueiros que sobreviviam esparsos pela cidade, pois naquele tempo era difícil encontrar um palco para mandar um rock ou um blues de responsabilidade. 
Os proprietários de bares e casas noturnas tinham um grande preconceito contra o rock, que eles consideravam uma “música de alto volume que não atraía o público consumidor, interpretada por músicos que assustavam as pessoas com aquele som ameaçador”.
Para a tristeza do rock, o Equator deixou de ser uma esperança para os roqueiros e acabou se transformando, no seu curto período de existência, em uma casa de reggae, o ritmo jamaicano que na época havia tomado conta da ilha com suas radiolas e seus dreadlocks, fazendo com que muitos apreciadores criassem o hábito oticamente pouco saudável de se colocar bem ao lado das potentes caixas de som, e com que muitos casais voltassem a dançar agarradinhos, longe da febre das disco houses.

O rock caminhava com dificuldade, embora conseguisse ser exibido em alguns lugares com o pequeno sucesso que a sua pouca aceitação na cidade permitia, como as ruas do Projeto Reviver, o Bagdá Café, o Créole Bar, o Clube do Bento, o Restaurante Peixe na Telha, apostando no talento de meninos como Adriano Correa, Aldreder, Alexander Carvalho, Paulo Pellegrini, Elvis, Glad Azevedo, Nivandro, Zuilton Guimarães e outros. 

Estávamos no início dos anos 1990.

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