Foto: Músicos das bandas Daphne e Alcmena - Otavio Parga (D), Paulo Pellegrini (D), Reuber Cunha (A), Nuna Gomes (D), Alexander Carvalho (D), Adriano Correa (A), João Filho (A) e Miguel Mussalém (A).
EU
E A MÚSICA
ESSE
TAL DE ROCK AND ROLL
Um
abraço no Gilberto Mineiro – Parte I
Durante um curto período São Luís movimentou uma casa de
espetáculos chamada Equator, que era na verdade um imenso picadeiro com
arquibancadas de cimento, mais parecendo um ginásio esportivo. A casa era
rústica, tinha problemas de acústica, não oferecia conforto nem um bom serviço
de bar e não teve, portanto, vida longa.
Em pouco tempo o prédio foi demolido e o espaço acabou se transformando num grande
estacionamento aberto, no que se revelou muito mais adequado, pois assim permanece
até hoje.
Quando surgiu o Equator, veio com ele a esperança da abertura de um espaço que
pudesse congregar as tribos de garotos roqueiros que sobreviviam esparsos pela
cidade, pois naquele tempo era difícil encontrar um palco para mandar um rock ou um blues de responsabilidade.
Os proprietários de bares e casas noturnas tinham um grande preconceito contra
o rock, que eles consideravam uma “música de alto volume que não atraía o
público consumidor, interpretada por músicos que assustavam as pessoas com
aquele som ameaçador”.
Para a tristeza do rock, o Equator deixou
de ser uma esperança para os roqueiros e acabou se transformando, no seu curto
período de existência, em uma casa de reggae,
o ritmo jamaicano que na época havia tomado conta da ilha com suas radiolas e
seus dreadlocks, fazendo com que
muitos apreciadores criassem o hábito oticamente pouco saudável de se colocar bem
ao lado das potentes caixas de som, e com que muitos casais voltassem a dançar
agarradinhos, longe da febre das disco
houses.
O rock caminhava com dificuldade, embora
conseguisse ser exibido em alguns lugares com o pequeno sucesso que a sua pouca
aceitação na cidade permitia, como as ruas do Projeto Reviver, o Bagdá Café, o
Créole Bar, o Clube do Bento, o Restaurante Peixe na Telha, apostando no
talento de meninos como Adriano Correa, Aldreder, Alexander Carvalho, Paulo
Pellegrini, Elvis, Glad Azevedo, Nivandro, Zuilton Guimarães e outros.
Estávamos no início dos anos 1990.
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