sábado, 24 de agosto de 2019






À MODA DA CASA 
(Marchinha composta por Augusto Pellegrini em 1968)

Silenciosamente eu saio à rua
A manhã flutua
E o nevoeiro da noite passada passou
Silenciosamente cuido de mim
Num botequim
Cerveja preta gelada
E um misto quente na chapa
Indiferente
À moda e à marca da casa

Silenciosamente no barulho
Milhões de embrulhos
Pacotes muitos, laços cor de rosa nas mãos
Silenciosamente sons musicais
Sons guturais
São discos tocando alto
E gente ganhando a nota
Indiferentes
À moda da casa

O grande sucesso do momento
É de ciúme, de queixume
Ou puro ardume de amor
Com azedume eu saio à rua
Com coragem
Não é fácil enfrentar monstro-motor
À moda da casa eu vejo o caso
Com descaso
Por acaso eu sou alguém?
Não sei
Então eu sigo à moda da casa
Esqueço o caso num silêncio
Até que eu faço muito bem

Perigosamente o povo vive
Mais uma crise, mais uma virgem
Pétala de rosa no chão
Naturalmente sempre os dramas existem
E as damas insistem
A convidar na calçada
Ao menos lá na avenida
Indiferentes
Às coisas da vida

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