AS CORES DO SWING
(Livro de Augusto Pellegrini)
BANDLEADERS E DISCOGRAFIA
STAN KENTON (1911-1979)
Nome completo – Stanley Newcomb Kenton
Nascimento – Wichita-Kansas-EUA
Falecimento – Los Angeles-Califórnia-EUA
Instrumento – piano
Comentário – Stan Kenton foi uma figura controversa
dentro do jazz. Maestro, compositor e arranjador com profundo conhecimento
musical, ele rompeu com o swing
tradicional sem jamais ter investido no dixieland
nem se alinhar com a onda do bebop, e
mesmo assim dirigiu uma das melhores orquestras de jazz dos Estados Unidos.
Stan Kenton chamava a sua música de progressive
jazz, produzindo um trabalho que às vezes podia ser comparado ao das suítes
de Duke Ellington, muito embora caminhando em direções opostas. Ainda
adolescente, ele participou como pianista de diversas bandas que excursionavam
pela região, enquanto aprimorava o seu conhecimento musical na Bell High
School, na Califórnia, onde se graduou em 1930. Tocando piano num estilo
semelhante ao de Earl “Fatha” Hines, Kenton participou das orquestras de dança
de Vido Musso e Gus Arnheim durante a década de 1930. Com um som influenciado
pela precisão dos metais da orquestra de Jimmie Lunceford, Stan Kenton formou
seu primeiro grupo em 1941, criando uma dinâmica que variava desde o blues autêntico até os mais complexos
elementos da música de câmara, vindo a se constituir numa das melhores
formações de jazz contemporâneo da Costa Oeste. Sua música era cheia e
envolvente, mas não mantinha um compasso adequado que possibilitasse a dança,
sendo por isso criticada pelos apreciadores do swing. De acordo com os especialistas, Stan Kenton agregou ao jazz
orquestrado uma técnica musical utilizada também pelo então jovem produtor Phil
Spector, denominada “the wall of sound” (“a parede de som”),
usada posteriormente pelos Beatles e por outros grupos de pop-rock, que consistia de um som reverberante e de uma base
robusta de acordes sobrepostos, muitas vezes apoiada por uma percussão
vibrante. Em virtude desta peculiaridade e das suas características bastante
especiais, Stan Kenton sobreviveu ao declínio do swing e seguiu com o seu trabalho vanguardista até o início dos
anos 1970, quando passou a se dedicar primordialmente ao ensino. Kenton se
manteve musicalmente ativo por cerca de 40 anos, desde os anos 1930 até os anos
1970, e influenciou um sem número de músicos de vanguarda. De acordo com o que
sua filha Leslie Kenton escreveu em uma crônica intitulada “Love Affair: The Memoir Of A Forbidden
Father-Daughter Relationship” (“Um
Caso De Amor: Memórias De Um
Relacionamento Proibido Entre Pai E Filha”), Stan era atormentado por causa
de um romance incestuoso que teria mantido com ela, o que teria apressado a sua
morte aos sessenta e sete anos após uma longa batalha contra o alcoolismo.
Algumas gravações
Artistry In Rhythm (Stan Kenton)
Blues In Burlesque (Maynard Ferguson-Shelly Manne)
Interlude (Pete
Rugolo-Bob Russell)
Laura (Johnny
Mercer-David Raksin)
Lover Man (Roger
“Ram” Ramirez-Jimmy Sherman-Jimmy
Davis)
Malaguena (Ernesto
Lecuona)
Night Watch (Stan
Kenton)
Opus In Pastels (Stan
Kenton)
Portrait Of A Count (Stan Kenton)
Soliloquy (Rube
Bloom)
Southern Scandal (Stan
Kenton)
Stardust (Hoagland
“Hoagy” Carmichael-Mitchell Parish)
Stella By Starlight (Ned Washington-Victor Young)
Street Of Dreams (Lester
Young-Sam M.Lewis)
Sunset Tower (Stan
Kenton)
Swing House (Gerry
Mulligan)
Tenderly (Walter
Gross-Jack Lawrence)
Theme For Jo (Stan
Kenton)
Yesterdays (Jerome
Kern-Otto Harbach)
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