segunda-feira, 26 de julho de 2021

 


AS CORES DO SWING
           (Livro de Augusto Pellegrini)

BANDLEADERS E DISCOGRAFIA


STAN KENTON (1911-1979) 

Nome completo – Stanley Newcomb Kenton

Nascimento – Wichita-Kansas-EUA

Falecimento – Los Angeles-Califórnia-EUA

Instrumento – piano

 

Comentário – Stan Kenton foi uma figura controversa dentro do jazz. Maestro, compositor e arranjador com profundo conhecimento musical, ele rompeu com o swing tradicional sem jamais ter investido no dixieland nem se alinhar com a onda do bebop, e mesmo assim dirigiu uma das melhores orquestras de jazz dos Estados Unidos. Stan Kenton chamava a sua música de progressive jazz, produzindo um trabalho que às vezes podia ser comparado ao das suítes de Duke Ellington, muito embora caminhando em direções opostas. Ainda adolescente, ele participou como pianista de diversas bandas que excursionavam pela região, enquanto aprimorava o seu conhecimento musical na Bell High School, na Califórnia, onde se graduou em 1930. Tocando piano num estilo semelhante ao de Earl “Fatha” Hines, Kenton participou das orquestras de dança de Vido Musso e Gus Arnheim durante a década de 1930. Com um som influenciado pela precisão dos metais da orquestra de Jimmie Lunceford, Stan Kenton formou seu primeiro grupo em 1941, criando uma dinâmica que variava desde o blues autêntico até os mais complexos elementos da música de câmara, vindo a se constituir numa das melhores formações de jazz contemporâneo da Costa Oeste. Sua música era cheia e envolvente, mas não mantinha um compasso adequado que possibilitasse a dança, sendo por isso criticada pelos apreciadores do swing. De acordo com os especialistas, Stan Kenton agregou ao jazz orquestrado uma técnica musical utilizada também pelo então jovem produtor Phil Spector, denominada “the wall of sound” (“a parede de som”), usada posteriormente pelos Beatles e por outros grupos de pop-rock, que consistia de um som reverberante e de uma base robusta de acordes sobrepostos, muitas vezes apoiada por uma percussão vibrante. Em virtude desta peculiaridade e das suas características bastante especiais, Stan Kenton sobreviveu ao declínio do swing e seguiu com o seu trabalho vanguardista até o início dos anos 1970, quando passou a se dedicar primordialmente ao ensino. Kenton se manteve musicalmente ativo por cerca de 40 anos, desde os anos 1930 até os anos 1970, e influenciou um sem número de músicos de vanguarda. De acordo com o que sua filha Leslie Kenton escreveu em uma crônica intitulada “Love Affair: The Memoir Of A Forbidden Father-Daughter Relationship” (“Um Caso De Amor: Memórias De Um Relacionamento Proibido Entre Pai E Filha”), Stan era atormentado por causa de um romance incestuoso que teria mantido com ela, o que teria apressado a sua morte aos sessenta e sete anos após uma longa batalha contra o alcoolismo.

 

Algumas gravações 

Artistry In Rhythm (Stan Kenton)

Blues In Burlesque (Maynard Ferguson-Shelly Manne)

Interlude (Pete Rugolo-Bob Russell)

Laura (Johnny Mercer-David Raksin)

Lover Man (Roger “Ram” Ramirez-Jimmy Sherman-Jimmy Davis)

Malaguena (Ernesto Lecuona)

Night Watch (Stan Kenton)

Opus In Pastels (Stan Kenton)

Portrait Of A Count (Stan Kenton)

Soliloquy (Rube Bloom)

Southern Scandal (Stan Kenton)

Stardust (Hoagland “Hoagy” Carmichael-Mitchell Parish)

Stella By Starlight (Ned Washington-Victor Young)

Street Of Dreams (Lester Young-Sam M.Lewis)

Sunset Tower (Stan Kenton)

Swing House (Gerry Mulligan)

Tenderly (Walter Gross-Jack Lawrence)

Theme For Jo (Stan Kenton) 

Yesterdays (Jerome Kern-Otto Harbach)

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