AS CORES DO SWING
(Livro de Augusto Pellegrini)
CAPÍTULO 21 - O NEO-SWING
(continuação)
A banda
Big Bad Voodoo
Daddy, comandada por Scott Morris (cantor e guitarrista) e Kurt Sodergren
(baterista e percussionista), tem uma pegada caribenha. Gravou alguns álbums importantes como “Big Bad Voodoo Daddy”, “This Beautiful Life” e “Save My Soul”, e emplacou algumas
músicas em paradas internacionais, como ”Mambo Swing”, “Go Daddy O”, “You And
Me And The Bottles Makes Three Tonight”, “Why Me?” e “Mr. Pinstripe Suit”.
A banda Cherry
Poppin’ Daddies é comandada pelo cantor e guitarrista Steve Perry, pelo
baixista Dan Schmid, e pelo tecladista Dustin Lanker. Possui entre os seus
álbuns “Ferociously Stoned”, “Rapid City Muscle Carr”, “Soul Caddy” e
o mais recente “White Teeth, Black
Thoughts”, e chegou às paradas com os singles “Zoot Suit Riot”, “Drunk
Daddy”, “Brown Derby Jump”, “The Babooch” e a tradicionalíssima “Fly Me To The
Moon”. Seu estilo é bastante swingado.
A banda The Royal
Crown Revue, é comandada pelo cantor Eddie Nichols e pelo saxofonista-tenor
Mando Dorame. Gravou diversos álbuns, entre os quais “Kings Of Gangster Bop”, “Mugzy’s Move” e “Passport To Australia”, sendo conhecida pelas músicas “Barflies At
The Beach” (uma versão adaptada de “Sing Sing Sing”), “Hey, Pachuco”, “Inner
City Swing”, “Zip Gun Bop” e por uma leitura moderna de “Something’s Gotta
Give”.
A banda The
Squirrel Nut Zippers, comandada pelo cantor e guitarrista James “Jimbo” Mathus
e pela cantora, banjoísta e tocadora e ukelele Katharine Whalen, tem
registrados os álbuns “The Inevitable”
e “Hot”, e alguns singles de sucesso,
como “Hell”, “Evening At Laffite’s”, “Put A Lid On It”, “Lover’s Lane” e “The
Suits Are Picking Up The Bill”. A banda tem uma pegada que remete ao som do
jazz tradicional dos anos 1920, e toca com bastante humor e competência.
Lavay Smith é uma cantora de jazz e blues que formou a banda Red Hot Skillet
Lickers e ingressou no swing revival
com dois álbuns que emplacaram nas paradas, “One Hour Mama” e “Everybody’s
Talkin’ ‘Bout Miss Thing”, apresentando as músicas “Big Fine Daddy”, “Gee,
Baby, Ain’t I Good To You?”, “Everybody’s Talkin’ ‘Bout Miss Thing” e as velhas
“Blue Skies” e “Between The Devil And The Blue Sea”. O grupo
praticamente não utiliza recursos eletrônicos, sendo mais voltado para o jazz
convencional e para o blues, e a voz
de Lavay possui a marca das grandes cantoras de swing.
The Brian Setzer
Orchestra, comandada pelo guitarrista Brian Setzer, que congrega vinte e dois
músicos, possui diversos álbuns de qualidade, apresentando um swing com a marca do rhythm & blues. Entre eles se destacam “The Brian Setzer Orchestra”, “Boogie
Woogie Christmas” e “Wolfgang’s Big
Night Out”, e as músicas “Jump Jive And Wail” “Stray Cat Strut”, “Rock This
Town”, “We Are The Marauders” e a velha conhecida “In The Mood”, numa versão
cantada.
A banda Ingrid
Lucia and The Flying Neutrinos é original de Nova Orleans. Comandada pela
cantora Ingrid Lucia e pelo trombonista e cantor Todd Londagin, ela se
diferencia das demais por voltar a sua inspiração aos tempos do jazz estilo new orleans, conforme atestam os seus
álbums “I’d Rather Be In New Orleans”,
“Live In New Orleans” e “Child Hotel” executando com arranjos
próprios, num estilo tradicional, músicas já consagradas como “Bourbon Street
Parade”, e outras menos antigas como “Mr Zoot Suit”, “Getting Some Fun Out Of
Life”, “They Play Jazz In Heaven” e “Sunny Afternoon”. Ingrid Lucia possui o
timbre e a sensualidade que fazem lembrar a malícia e a languidez de Billie
Holiday.
O neo-swing e o swing revival se espalharam de costa a costa nos Estados Unidos, e
a exemplo do modelo original, também pela Europa e resto do mundo. Existem
diversas cadeias de rádio especializadas que podem ser ouvidas pela Internet e
é atualmente – estamos falando de 2015 – um importante ingrediente para quem
procura diversão de uma forma similar àquela dos seus avós.
Da mesma forma que
o Cotton Club, o Alhambra ou o Savoy Ballroom produziam e abrigavam os seus
espetáculos musicais e dançantes por volta de 1930, outros locais
especializados na produção deste novo swing
estão atualmente atraindo verdadeiras multidões.
Do lado leste de
Nova York estão o The North River Bar e o Live Psychic, e do lado oeste está o
badalado Sullivan’s. No Don Hill’s e no Coney Island High os mais
tradicionalistas podem dançar o neo-swing
exibindo exatamente os mesmos passos do lindy
hop.
Muitos outros
logradouros se transformaram em ponto de encontro e diversão dos swingsters e dos neo-lindyhoppers, entre os quais se sobressaem o New Village Gate,
o Louisiana Community Bar & Grill, o Rodeo Bar, o Irving Plaza e o Le Bar
Bat, colocando no mesmo barco universitários bem comportados, jovens da geração
grunge, casais de meia-idade, homossexuais,
frequentadores do Harlem, financistas de Wall Street, apreciadores da dança, noctívagos,
viciados e bêbados em geral.
Na Califórnia, os
principais clubes que abrigam o novo swing
são o Bimbo’s 365 Club, o Pearl’s, o Café du Nord, o Enrico’s, o Moe’s Alley e
o Hi-Ball Lounge em San Francisco, e o The Derby, o The Baked Potatoe, o Whisky
a Go Go e o House of Blues em Los Angeles. Em Chicago, o jazzófilo parceiro da
noite pode escolher entre o Hide Out, o Constellation, o Katerina’s ou o Andy’s
Jazz Club. Entre outros.
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