domingo, 13 de dezembro de 2020

 


AS CORES DO SWING
            (Livro de Augusto Pellegrini)

CAPÍTULO 21 - O NEO-SWING
            (continuação)

A banda Big Bad Voodoo Daddy, comandada por Scott Morris (cantor e guitarrista) e Kurt Sodergren (baterista e percussionista), tem uma pegada caribenha. Gravou alguns álbums importantes como “Big Bad Voodoo Daddy”, “This Beautiful Life” e “Save My Soul”, e emplacou algumas músicas em paradas internacionais, como ”Mambo Swing”, “Go Daddy O”, “You And Me And The Bottles Makes Three Tonight”, “Why Me?” e “Mr. Pinstripe Suit”.

A banda Cherry Poppin’ Daddies é comandada pelo cantor e guitarrista Steve Perry, pelo baixista Dan Schmid, e pelo tecladista Dustin Lanker. Possui entre os seus álbuns “Ferociously Stoned”, “Rapid City Muscle Carr”, “Soul Caddy” e o mais recente White Teeth, Black Thoughts”, e chegou às paradas com os singles “Zoot Suit Riot”, “Drunk Daddy”, “Brown Derby Jump”, “The Babooch” e a tradicionalíssima “Fly Me To The Moon”. Seu estilo é bastante swingado.

A banda The Royal Crown Revue, é comandada pelo cantor Eddie Nichols e pelo saxofonista-tenor Mando Dorame. Gravou diversos álbuns, entre os quais “Kings Of Gangster Bop”, “Mugzy’s Move” e “Passport To Australia”, sendo conhecida pelas músicas “Barflies At The Beach” (uma versão adaptada de “Sing Sing Sing”), “Hey, Pachuco”, “Inner City Swing”, “Zip Gun Bop” e por uma leitura moderna de “Something’s Gotta Give”.

A banda The Squirrel Nut Zippers, comandada pelo cantor e guitarrista James “Jimbo” Mathus e pela cantora, banjoísta e tocadora e ukelele Katharine Whalen, tem registrados os álbuns “The Inevitable” e “Hot”, e alguns singles de sucesso, como “Hell”, “Evening At Laffite’s”, “Put A Lid On It”, “Lover’s Lane” e “The Suits Are Picking Up The Bill”. A banda tem uma pegada que remete ao som do jazz tradicional dos anos 1920, e toca com bastante humor e competência.

Lavay Smith é uma cantora de jazz e blues que formou a banda Red Hot Skillet Lickers e ingressou no swing revival com dois álbuns que emplacaram nas paradas, “One Hour Mama” e “Everybody’s Talkin’ ‘Bout Miss Thing”, apresentando as músicas “Big Fine Daddy”, “Gee, Baby, Ain’t I Good To You?”, “Everybody’s Talkin’ ‘Bout Miss Thing” e as velhas “Blue Skies” e “Between The Devil And The Blue Sea”. O grupo praticamente não utiliza recursos eletrônicos, sendo mais voltado para o jazz convencional e para o blues, e a voz de Lavay possui a marca das grandes cantoras de swing.

The Brian Setzer Orchestra, comandada pelo guitarrista Brian Setzer, que congrega vinte e dois músicos, possui diversos álbuns de qualidade, apresentando um swing com a marca do rhythm & blues. Entre eles se destacam “The Brian Setzer Orchestra”, “Boogie Woogie Christmas” e “Wolfgang’s Big Night Out”, e as músicas “Jump Jive And Wail” “Stray Cat Strut”, “Rock This Town”, “We Are The Marauders” e a velha conhecida “In The Mood”, numa versão cantada.

A banda Ingrid Lucia and The Flying Neutrinos é original de Nova Orleans. Comandada pela cantora Ingrid Lucia e pelo trombonista e cantor Todd Londagin, ela se diferencia das demais por voltar a sua inspiração aos tempos do jazz estilo new orleans, conforme atestam os seus álbums “I’d Rather Be In New Orleans”, “Live In New Orleans” e “Child Hotel” executando com arranjos próprios, num estilo tradicional, músicas já consagradas como “Bourbon Street Parade”, e outras menos antigas como “Mr Zoot Suit”, “Getting Some Fun Out Of Life”, “They Play Jazz In Heaven” e “Sunny Afternoon”. Ingrid Lucia possui o timbre e a sensualidade que fazem lembrar a malícia e a languidez de Billie Holiday.

O neo-swing e o swing revival se espalharam de costa a costa nos Estados Unidos, e a exemplo do modelo original, também pela Europa e resto do mundo. Existem diversas cadeias de rádio especializadas que podem ser ouvidas pela Internet e é atualmente – estamos falando de 2015 – um importante ingrediente para quem procura diversão de uma forma similar àquela dos seus avós.

Da mesma forma que o Cotton Club, o Alhambra ou o Savoy Ballroom produziam e abrigavam os seus espetáculos musicais e dançantes por volta de 1930, outros locais especializados na produção deste novo swing estão atualmente atraindo verdadeiras multidões.

Do lado leste de Nova York estão o The North River Bar e o Live Psychic, e do lado oeste está o badalado Sullivan’s. No Don Hill’s e no Coney Island High os mais tradicionalistas podem dançar o neo-swing exibindo exatamente os mesmos passos do lindy hop.

Muitos outros logradouros se transformaram em ponto de encontro e diversão dos swingsters e dos neo-lindyhoppers, entre os quais se sobressaem o New Village Gate, o Louisiana Community Bar & Grill, o Rodeo Bar, o Irving Plaza e o Le Bar Bat, colocando no mesmo barco universitários bem comportados, jovens da geração grunge, casais de meia-idade, homossexuais, frequentadores do Harlem, financistas de Wall Street, apreciadores da dança, noctívagos, viciados e bêbados em geral.

Na Califórnia, os principais clubes que abrigam o novo swing são o Bimbo’s 365 Club, o Pearl’s, o Café du Nord, o Enrico’s, o Moe’s Alley e o Hi-Ball Lounge em San Francisco, e o The Derby, o The Baked Potatoe, o Whisky a Go Go e o House of Blues em Los Angeles. Em Chicago, o jazzófilo parceiro da noite pode escolher entre o Hide Out, o Constellation, o Katerina’s ou o Andy’s Jazz Club. Entre outros.

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