AS CORES DO SWING
(Livro de Augusto Pellegrini)
CAPÍTULO 22 - RESUMO DA DISCOGRAFIA
Durante a apresentação deste livro, o leitor teve contato com vários nomes de band leaders que ajudaram a construir a história do swing desde os seus primórdios até a sua consolidação. Estes band leaders e seus músicos fantásticos se tornaram uma parte importante da história da música norte-americana e mundial e contribuíram com a sua arte para o sucesso, o crescimento e o cultivo do jazz no âmbito nacional e internacional.
É justo que o
leitor tenha informações mais precisas a respeito destas pessoas, das gravações
realizadas e do trabalho feito por esta equipe de artistas – bandleaders, compositores, letristas,
arranjadores, e intérpretes. A maioria das gravações abaixo relacionadas
ocorreu dentro do período compreendido entre 1920 e 1940, mas existem registros
que se estendem até o final da década de 1950, quando o swing já havia sofrido
transformações.
A lista está
dividida, separando as orquestras que tiveram um impacto maior dentro da
história do swing das que de alguma forma
acompanharam a tendência, embora não tenham sido predominantes para o
estabelecimento do estilo (e que nem por isso devem ser consideradas menos
importantes).
Como todos os
músicos aqui relacionados possuem o mesmo valor histórico, não estamos
estabelecendo qualquer ordem de importância ou prioridade na sequência de cada
lista. Estes artistas, que com a qualidade da sua música contribuíram para a
alegria de uma nação e de milhões de aficionados ao redor do mundo, estão aqui
registrados em ordem alfabética, de acordo com o seu primeiro nome.
Cada orquestra tem
uma infindável quantidade de músicas gravadas. Estamos, portanto, limitando a
lista a algumas gravações mais conhecidas, que também foram colocadas em ordem
alfabética, com a inclusão do nome dos compositores – músicos e letristas.
Finalmente, como o
swing apareceu em função de um estilo
de jazz orquestrado que existiu antes da (e durante a) transposição dos anos
1920 e 1930, e como este jazz orquestrado é a célula mater do outro jazz
orquestrado que o sucedeu após os anos 1950, nada mais justo e correto do que trazer
informações também sobre algumas orquestras pré e pós-swing, como o leitor verá abaixo.
Portanto, algumas
bandas que interpretavam o dixieland,
a música de salão, o bebop e o jazz
progressivo também estão sendo relacionadas ao lado das big bands de swing, sem
prejuízo do conteúdo.
No entanto, orquestras
de cunho romântico ou sinfônico, como as de Andre Kostelanetz, David Rose,
Frank Chacksfield, Frank De Vol, Frank Pourcel, George Melachrino, Glen Gray,
Leroy Anderson, Les Baxter, Mantovani, Mitch Miller, Otto Cesana, Paul Mauriat,
Paul Weston, Percy Faith, Victor Young e Waldo de los Rios, e outras big bands que faziam o estilo mais popular
como Bert Kaempfert, Billy Vaughan, Helmut Zacharias, Henry Jerome, Henry
Mancini, Herb Alpert e Lawrence Welk ficaram fora desta lista pela sua menor
proximidade com a história do jazz e com os seus elementos.
Resta explicar que a última revisão do texto foi feita em 2020. Isto se torna relevante na medida em que as minibiografias abaixo descritas citam alguns ícones que ainda se encontravam vivos na época da revisão.
As orquestras mais influentes
ARTIE SHAW (1910-2004)
Nome completo – Arthur Jacob Arshawsky
Nascimento – Nova York-New York-EUA
Falecimento – Thousand Oaks-Califórnia-EUA
Instrumento – clarinete
Comentário – Dizem os biógrafos que Artie Shaw provavelmente
não tenha alcançado um lugar mais elevado entre as big bands de jazz por causa da sua personalidade oscilante. Após
gravar a música “Begin The Beguine” em 1938, ele tinha tudo para assumir o
lugar de Benny Goodman na preferência popular, mas não conseguiu manter a
orquestra tocando regularmente, pois costumava encerrar abruptamente as suas
atividades para reiniciar com uma nova equipe alguns meses depois. Sua
instabilidade emocional também se revelou na vida particular. Desde pequeno,
Shaw se mostrou muito inquieto, embora fosse bastante disciplinado quando o
assunto era música: tocava clarinete e sax-alto com perfeição e estreou na
orquestra dançante de Johnny Cavallaro aos quinze anos, em 1925, para mais
tarde tocar com a banda de Austin Wylie e finalmente ingressar na Irving
Aaronson’s Commanders em 1930. Shaw trabalhou com pequenos conjuntos até que
montou a sua famosa orquestra em 1938, para em questão de semanas se destacar
no cenário nacional. Muito charmoso e elegante, Shaw foi casado oito vezes, sempre
com mulheres belíssimas – entre elas, as atrizes de Hollywood Lana Turner, Ava
Gardner e Evelyn Keyes e a novelista Kathleen Winsor. Durante a Segunda Guerra
Mundial, ele levou a orquestra a se apresentar no front do Pacífico para ajudar na motivação dos soldados. Em 1952,
dois anos antes de encerrar precocemente as atividades de bandleader, Artie Shaw escreveu sua autobiografia, também precoce,
pois foi escrita aos quarenta e dois anos, intitulada “Trouble With Cinderella” (Encrencas
com Cinderela), na qual ele conta
os problemas de relacionamento com todas as ex-esposas até então. Artie Shaw
manteve-se musicalmente ativo durante os anos 1930 até os anos 1950, e depois
disso apenas esporadicamente concordava em se apresentar em público para um
evento musical ou uma entrevista.
Alguns dos principais músicos que participaram da
orquestra
– Al Cohn (sax-tenor), Bernie Glow (trompete), Billy Butterfield (trompete),
Buddy Rich (bateria), Dave Tough (bateria), Dodo Marmarosa (piano), Don
Fagerquist (trompete), George Auld (sax-tenor), Hot Lips Page (trompete), Jimmy
Raney (guitarra), Johnny Guarnieri (piano), Ray Conniff (trombone), Roy
Eldridge (trompete), Sy Zentner (trombone), Tony Pastor (sax-tenor), Zoot Sims
(sax-tenor).
Resumo da discografia (gravações no
período de 1936 a 1946)
All Things You Are (Oscar Hammerstein II-Jerome Kern)
Any Old Time (Artie
Shaw)
April In Paris (Vernon
Duke-Edgar “Yip” Harburg)
Back Bay Shuffle (Teddy
McRae-Artie Shaw)
Begin The Beguine (Cole
Porter)
Concerto For Clarinet (Artie Shaw)
Cross Your Heart (Buddy
DeSylva-Lewis Gensler)
Dancing In The Dark (Howard Dietz-Arthur Schwartz)
Deep In A Dream (Eddie
De Lange-Jimmy Van Heusen)
Deep Purple (Peter
DeRose-Mitchell Parish)
Don’t Take Your Love From Me (Henry Nemo)
Frenesi (Alberto Dominguez-Leonard Whitcup)
Hindustan (Harold
Weeks-Dave Wallace)
How Deep Is The Ocean (Irving Berlin)
I Get A Kick Out Of You (Cole Porter)
I’ll Remember April (Don Raye-Gene DePaul-Pat Johnson)
In The Still Of The Night (Cole Porter)
Indian Love Call (Oscar
Hammerstein II-Otto Harbach-Rudolf Friml)
It Had To Be You (Gus
Kahn-Isham Jones)
I’ve Got You Under My Skin (Cole Porter)
Just Kiddin’ Around (Ray Conniff)
Let’s Walk (Artie
Shaw-George Siravo)
Jungle Drums (Charles
O’Flynn-Carmen Lombardo-Ernesto Lecuona)
Moonglow (Eddie
DeLange-Irving Mills-Will Hudson)
My Blue Heaven (George
Whiting-Walter Donaldson)
My Heart Belongs To Daddy (Cole Porter)
Night And Day (Cole
Porter)
Nightmare (Artie
Shaw)
Nobody Knows The Troubles I’ve Seen (tradicional)
‘S Wonderful (Cole
Porter)
Smoke Gets In Your Eyes (Otto Harbach-Jerome Kern)
Sometimes I Feel Like A Motherless Child (tradicional)
Stardust (Hoagland
“Hoagy” Carmichael-Mitchell Parish)
Summit Ridge Drive (Artie Shaw)
Temptation (Arthur
Freed-Nacio Herb Brown)
The Continental (Herbert
Magidson-Con Conrad)
The Donkey Serenade (Rudolf Friml-Herbert Stothart-Bob Wright-Chet Forrest)
Yesterdays (Otto
Harbach-Jerome Kern)
You Do Something To Me (Cole Porter)
What Is This Thing Called Love? (Cole Porter-Jerry Gray)
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